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Previous issue date: 2015-11-23 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Introdução: Dengue possui amplo espectro clínico, sendo o reconhecimento precoce de casos graves seguido de intervenção a principal estratégia para diminuição da letalidade. A identificação de sinais de alarme, que indicam risco de evolução para gravidade, é enfatizada na nova classificação das formas clínicas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e na de manejo clínico adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS). No Brasil, desde 2008, houve aumento na incidência de casos graves pediátricos. A identificação de gravidade é mais difícil nas crianças, geralmente menos sintomáticas, com evolução mais rápida para o choque e sem manifestações hemorrágicas. Objetivo: Identificar os sinais de alarme para dengue grave em crianças, reconhecidos por profissionais e técnicos do Sistema Único de Saúde, por meio da versão brasileira de instrumento proposto pela OMS
Métodos: Tradução e retrotradução do questionário original em inglês, seguida de discussão com especialistas e pré-teste do instrumento. Inquérito realizado em 2011 por meio da aplicação da versão brasileira do questionário a médicos (M), enfermeiros (E) e técnicos de enfermagem (T) de duas unidades de atenção primária, uma secundária e duas terciárias, todas do Sistema Único de Saúde (n=488). Foram coletadas informações sociodemográficas, experiência no atendimento de dengue e sobre o uso e classificação de importância dos sinais de alarme para dengue grave definidos pela OMS e MS. Diferenças nas distribuições de frequência das variáveis por nível de atenção e ocupação foram avaliadas pelo teste qui-quadrado e Kruskal-Wallis (p<0,05)
Resultados: Quanto à versão brasileira do questionário OMS, apenas a questão relativa à classificação dos sinais foi reformulada por sua difícil compreensão. Do total, 474 (97%) participantes responderam ao questionário, 40% M, 23% E e 37% T; 75% de unidades de atenção terciária. Sangramentos de mucosa e dor abdominal foram os sinais mais usados para encaminhamento de pacientes para unidades de maior complexidade. Nos três níveis de atenção, 90% dos profissionais referiram usar os sinais de alarme, sendo os mais citados, hemorragias importantes, dor abdominal e hemoconcentração/plaquetopenia, e os menos citados, dor à palpação abdominal e hepatomegalia. Na atenção secundária, sangramento de mucosas foi um dos três sinais mais citados. Foi encontrada diferença significativa na comparação entre as ocupações, com destaque para derrames cavitários, sangramentos de mucosas, letargia e desconforto respiratório (p<0,01). Aumento de hematócrito concomitante à plaquetopenia e hemorragias importantes foram mais frequentemente ranqueados como de maior importância, ainda que com grande variação na pontuação atribuída a cada sinal e entre as ocupações. Médicos valorizaram mais \201Chipotensão/desmaio\201D e \201Cletargia/agitação\201D, enquanto técnicos enfatizaram mais \201Csangramentos de nariz e gengiva\201D
Discussão: Os sinais de alarme são muito usados na prática clínica. Sangramentos e hemoconcentração/plaquetopenia foram muito valorizados, enquanto menor importância foi dada aos sinais de choque, diretamente relacionados à gravidade da doença. Estes resultados sugerem a necessidade de adequação dos treinamentos, dando maior ênfase aos sinais de choque, considerando as atribuições de cada categoria ocupacional no atendimento de crianças com dengue / Introduction:
Dengue is a disease with a broad clinical spectrum. T
he early recognition and
treatment of severe cases is the main strategy to reduce lethality.
The revised dengue case
classification proposed by the World Health Organization (WHO), as well as the clinical
management guideline adopted by the Brazilian Minis
try of Health (MS), emphasizes
the
early identification of warning
signs as predictors of severe outcomes. In Brazil, since 2008,
the incidence of severe pediatric cases has been increased. The diagnosis of dengue severe
cases among children is difficult
since they are usually oligosymptomatic, with rapid
progression to shock syndrome and without hemorrhagic manifestations
.
Objective:
To
identify dengue warning signs in children recognized by the health personnel of the National
Health System (SUS) using t
he Brazilian version of an instrument proposed by the WHO.
Methods
:
Translation and back translation
of the WHO instrument followed by an expert
panel consensus
and
a pretest of the first prototype of the Brazilian version. The survey was
conducted in 2011
b
y applying the final Brazilian version of the WHO questionnaire to
physicians
(MD), nurses (N) and nurse assistants (NA) of two primary care
units
, one
secondary and two tertiary health care
facilities
of SUS (n=488). Data collection included
socio
-
demog
raphic characteristics, dengue
clinical
experience, use and ranking of the dengue
warning signs defined by WHO and MS. The chi
-
square and Kruskal
-
Wallis tests (p<0.05)
were used to assess whether there are differences in the use of warning signs according
to the
level of health care and occupations.
R
esults:
Only one item of the WHO instrument, related
to the ranking of dengue warning signs, was rephrased to ease the understanding. Of the total,
474 (97%) participants filled out the questionnaire; 40% MD, 2
3% N e 37% NA; 75% of
them from tertiary health care facilities. Mucosal bleeding and abdominal pain were the most
commonly used signs to refer patients to a higher level of care. Ninety percent of all
participants reported using dengue warning signs, the
most
frequently
cited were major
bleeding, abdominal pain and hemoconcentration/thrombocytopenia
;
the less reported were
abdominal tenderness and hepatomegaly. Mucosal bleeding was one of the three
most
-
cited
warning signs at secondary care. There were sta
tistical significant differences by occupations,
particularly for
fluid
effusion
,
mucosal bleeding, lethargy and respiratory distress (p<0.01).
Despite the wide range of scores assigned to each warning sign and among occupations,
hemoconcentration concurre
nt with thrombocytopenia and major bleeding were more often
ranked as the most important sign. Physicians emphasized "hypotension/collapse" and "lethargy/restlessness" while nurse assistants
stressed the importance of
"nose and gum
bleeding".
Discussion:
D
engue warning signs are widely used in clinical practice. Bleeding
and hemoconcentration/thrombocytopenia were highly valued, but clinical signs of shock
directly related to severity received less attention. These results suggest the need of a revision
in
clinical management trainings for health
personnel
working with dengue in children.
Clinical signs of shock should be emphasized, considering the different
roles of each
health
professional.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/12462 |
Date | January 2013 |
Creators | Corrêa, Luana Sicuro |
Contributors | Daumas, Regina, Passos, Sonia Lambert, Lago, Marcos Junqueira do, Hökerberg, Yara Hahr Marques, Brasil, Patrícia |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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