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Atividades biológicas de preparações obtidas de Libidibia (Caesalpinia) ferrea var. parvifolia (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz

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Previous issue date: 2012-12-18 / FACEPE / As plantas constituem uma importante fonte de produtos naturais ativos. Dentre os
metabólitos primários vegetais, estão as lectinas, proteínas ubíquas na natureza que se ligam
de forma específica e reversível a carboidratos, o que lhes permite várias aplicações
biotecnológicas. Libidibia (Caesalpinia) ferrea var. parvifolia, popularmente conhecida como
“pau-ferro”, é uma árvore largamente distribuída no Brasil utilizada na medicina popular
devido às suas numerosas propriedades terapêuticas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as
propriedades biológicas (atividades citotóxica, antitumoral, anti-inflamatória, analgésica,
artemicida e moluscicida) de preparações obtidas de L. ferrea, visando empregá-las como
fitofármacos ou agentes de controle biológico. Na avaliação da atividade anti-inflamatória, o
extrato etanólico da vagem (EECf, 50 mg/kg) reduziu significativamente o edema de orelha
(66,6%) em relação ao controle, inibiu a permeabilidade vascular induzida por ácido acético,
e a migração de leucócitos polimorfonucleares para a cavidade peritoneal induzida pelo
tioglicolato. No teste de contorções induzidas por ácido acético, EECf (12,5; 25 e 50 mg/kg)
reduziu significativamente o número de contorções em 24,9%; 46,9% e 74,2%,
respectivamente. No teste de formalina, EECf apresentou efeitos nociceptivos apenas na
segunda fase, relacionada à dor inflamatória. O extrato bruto aquoso da vagem (CE) e uma
fração proteica obtida por precipitação com sulfato de amônio (F80), ambos em 100 mg/kg,
também apresentaram efeito anti-inflamatório significativo, evidenciado pela redução (40,9%
e 38,2%, respectivamente) do número de leucócitos no exsudato inflamatório, na peritonite
induzida por carragenina. Ambos os preparados provocaram um decréscimo significativo nas
concentrações de óxido nítrico e reduziram em 56,60% e 72,72%, respectivamente, o número
de contorções induzidas por ácido acético, demonstrando forte ação antinociceptiva destas
preparações. Na atividade citotóxica, as preparações não inibiram o crescimento nas linhagens
celulares testadas. A redução no peso do tumor Sarcoma-180 promovida por F80 também não
foi significativa (8,68%, 100 mg/kg peso corporal). A LD50 para ambos os preparados ficou
estabelecida em 2.500 mg/kg peso corporal. As lectinas CfePL, CfeBL e CfeLL, obtidas
respectivamente das vagens, entrecasca e folhas, foram testadas em diferentes concentrações
(12,5; 25; 50 e 100 ppm), quanto às suas atividades artemicida (frente à Artemia salina) e
embriotóxica (contra embriões de Biomphalaria glabrata). Quanto à atividade artemicida,
todas as lectinas testadas promoveram a morte de A. salina, com LC50 de 10,728; 25,78 e
54,18 ppm, para CfeLL, CfeBL e CfePL respectivamente. Apenas CfePL e CfeLL
apresentaram atividade embriotóxica nas concentrações testadas. As LC50 de CfeLL e CfePL
foram de 36,30 e 94,95 ppm, respectivamente. Em conclusão, CE e F80 não apresentam
atividades citotóxica e antitumoral significativas contra as células e o tumor testados; porém,
a baixa toxicidade permite seu uso com certa segurança em atividades biológicas ou na
medicina popular. Contudo, possuem atividades anti-inflamatória e antinociceptiva
promissoras, assim como EECf, corroborando a base farmacológica do uso etnomédico de L.
ferrea. Os resultados obtidos da atividade artemicida apresentada por CfeLL e CfeBL, além
da significativa atividade moluscicida de CfeLL demonstram potenciais aplicações
biotecnológicas para estas lectinas.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/12590
Date18 December 2012
CreatorsFREITAS, Ana Carina Cavalcanti de
ContributorsOLIVA, Maria Luiza Vilela, CORREIA, Maria Tereza dos Santos
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageBreton
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

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