[pt] A presente pesquisa tem como objetivo apresentar uma possível contribuição da filosofia de Schopenhauer para os debates acerca da questão da ambiental. Com base na metafísica imanente do filósofo, de acordo com a qual todos os seres são essencialmente vontade, possuindo, por essa razão, algo em comum entre si e compartilhando da mesma essência volitiva e sofredora, pretendemos apresentar a possibilidade de ler/identificar nessa metafísica a proposta de uma ética ambiental, visando até mesmo à conservação da natureza, tanto pela via ética quanto pela via estética, as quais possuem, conforme explicitaremos adiante, pontos em comum. Levantamos tal hipótese devido à noção schopenhaueriana de que tudo quanto existe faz parte da mesma essência e, por isso, deve ser visto como fim, não como meio. Dessa forma, evitar o sofrimento do homem, mas também dos outros viventes deve ser motivo para minha ação moral. Seguindo também a argumentação da via estética de que a natureza apraz por si mesma, devendo o homem interferir nela o mínimo possível, pensamos que, ainda que seja um tanto utópico esperar que o homem enquanto ser egoístico acredite na dignidade da natureza, e, não obstante os argumentos de Schopenhauer conterem elementos místico-românticos, a metafísica do filósofo pode sim contribuir para o debate ambiental, sobretudo acerca da conservação da natureza. Além disso, pensamos que as vias ética e estética estejam entrelaçadas, pois ambas pressupõem a supressão do querer interessado e egoísta, encontrando-se no que concerne ao desinteresse e ao des-uso da natureza. O momento estético de contemplação do belo e do sublime é um momento ético, de suspensão do egoísmo interessado. O que ambos têm em comum é o fato de serem momentos de suspensão da individualidade, portanto, da vontade. Ademais, acreditamos que além das vias ética e estética, podemos levar em consideração também a eudemonologia de Schopenhauer, como argumento a favor da conservação ambiental ou contra a degradação ambiental, mas pela via da racionalidade, como sabedoria de vida, não mais como experiência de desinteresse. / [en] This research was conducted to present a possible contribution to the Philosophy of Schopenhauer concerning the environmental issue debate. Based on the the philosopher s immanent metaphysics, according to which all beings are essentially Will, thus exhibiting something common among themselves and sharing the same volitive and suffering essence, we intend to present the possibility of reading/identifying in his metaphysics a proposal for an environmental ethics, even aiming at nature conservation, from the perspective of ethics as well as aesthetics, and the connection between them, elaborated in this dissertation. This hypothesis is proposed in connection to Schopenhauer s notion that everything that exists participates on the same essence, and thus must be viewed as ends and not as means. This way, the imperative for moral action should be to avoid suffering, to humans as well as to other living beings. Taking into account the aesthetic argument that Nature enjoys itself and consequently humans ought to interfere as little as possible, we argue that even though it might seem utopian to expect that egotiscally prone humans believe in the dignity of Nature, and notwithstanding that Schopenhauer s arguments hold romantic mystic-romantic elements, his metaphysics is inherently able to promote the environmental debate, specially concerning Nature Conservation. Furthermore, we think the aesthetic and ethical arguments are intertwined, since both pressupose the supression of the purposeful and egotistical Will, finding a common ground on the disinterested attitude towards Nature. The aesthetic moment of contemplation of the Beautiful and the Sublime is also an ethical moment, of suppression of the purposeful egotism. What to them is that both are moments of suppression of the individuality, and consequently of the Will. Furthermore, we believe that besides the ethical and aesthetical arguments, we can consider also Schpenhauer s eudemology as an additional argument favoring environmental conservation or against environmental degradation, this time from the perspective of rationality, as wisdom of life and not as experience of disinterest.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:51192 |
Date | 07 January 2021 |
Creators | IASMIM CRISTINA MARTINS DA SILVA |
Contributors | EDGARD JOSE JORGE FILHO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0057 seconds