Introdução: A escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde e melhoria das condições de bem-estar dos educandos. O Programa Saúde na Escola PSE, criado em 2007, é uma iniciativa intersetorial, entre Ministérios da Saúde e da Educação que objetiva implementar ações de diagnóstico, atenção, prevenção e promoção à saúde dos escolares, em escolas públicas brasileiras. O acompanhamento do estado nutricional de crianças e adolescentes é uma das atividades previstas para o PSE e é acompanhado sistematicamente pela Atenção Básica - AB dos SUS por meio do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Objetivo: Realizar um diagnóstico da estruturação do Programa nos municípios brasileiros, com foco nas ações de alimentação e nutrição e avaliar a evolução do estado nutricional de crianças e adolescentes com idades entre 7 e 18 anos, atendidos pela Atenção Básica e verificar qual o momento mais oportuno para a realização de intervenções que objetivem o adequado desenvolvimento do crescimento, e consequentemente, do estado nutricional em crianças e adolescentes. Metodologia: A tese está organizada em duas seções, sendo a primeira composta por um estudo transversal, com levantamento direto de dados com os gestores municipais do PSE do setor saúde, por meio de formulário eletrônico, com questões sobre a gestão do programa, estrutura do município e organização das ações de alimentação e nutrição e; a segunda seção é um estudo longitudinal de avaliação da tendência de variação do estado nutricional de escolares entre 7 e 18 anos, frequentadores da AB, com dados registrados no SISVAN, entre os anos de 2008 e 2012, com avaliação da média de escore-Z do indicador de IMC para-a-idade, em comparação com as curvas de referência da Organização Mundial da Saúde propostas em 2007. Resultados: Para a análise do Programa foi proposto um modelo lógico de avaliação, baseado nos componentes do PSE. Dentre os principais achados, destaca-se: Os municípios (n=380), que responderam o formulário possuem um número médio de 45 escolas e contam em média com 11 equipes de Saúde da Família. Cerca de 59 por cento dos municípios realizaram diagnóstico prévio para implantação do programa e apenas 62,8 por cento dos municípios pactuaram as ações do PSE no Conselho Municipal de Saúde. Cerca de metade dos gestores do programa (53,6 por cento ) são enfermeiros. Para potencializar as ações no ambiente escolar quase dois terços dos gestores municipais alegam contar com o auxílio de outros parceiros para a execução das ações. No que se refere às ações de alimentação e nutrição desenvolvidas nos municípios: 93,6 por cento tem no seu quadro de funcionários nutricionistas, sendo que cerca de 70 por cento possuem um nutricionista na alimentação escolar, 43,9 por cento contam com equipes de NASF e em 84,3 por cento das equipes de Núcleos de Apoio à Saúde da Família há um nutricionista. Dos respondentes, cerca de 62,5 por cento realizaram a Semana Saúde na Escola no ano de 2012 e 90 por cento declararam ser esta uma ação que fortalece o PSE no município. Na análise temporal do estado nutricional dos escolares, observou-se que em todas as idades a média do escore Z do IMC para a idade está acima de zero, sendo sempre maior do que o valor de referência. Ao longo das idades essa média apresenta crescimento entre as crianças com idades entre 7 e 10 anos, com uma pequena queda entre 10 e 14 anos e com uma tendência ascendente após os 15 anos para ambos os sexos. A tendência de aumento dos valores também é observada ano a ano. Entre o período analisado (anos de 2008 a 2012) ocorre um incremento constante nesta média, sendo este um reflexo do incremento do peso corporal destas crianças e adolescentes. O comportamento do escore-Z deveria ser constante e em uma população saudável a distribuição seria praticamente igual ao das curvas de referência. Conclusão: O PSE possui ferramentas que lhe conferem capacidade de enfrentar os desafios em saúde e as ações devem ser planejadas e discutidas de maneira a propiciar um ambiente de práticas e hábitos saudáveis. O Estado Nutricional apresenta uma tendência de aumento anual do IMC médio dos escolares, reforçando os diferentes estudos que mostram o aumento do excesso de peso em todas as fases do curso da vida. O melhor momento para a intervenção entre crianças e adolescentes é o intervalo entre os 10 e 14 anos, onde há uma tendência de declive na curva de IMC para a idade. / Introduction: The school is a privileged space for the development of health actions and promotion as well as the improvement of the students health conditions. The Program Health in the School - PSE, created in 2007, is an intersectoral initiative, between Education and Health department that objectives to implement action of diagnosis, attention, prevention and promotion of the students health, in Brazilian public schools. The monitoring of the nutritional status of children and adolescents is one of the activities planned for the PSE and systematically followed by Primary Care - PC of SUS through the Food and Nutrition Surveillance System - SISVAN. Objective: Realize a diagnosis of the structure of the Program in the cities, with focus to the actions of feeding and nutrition and to evaluate the evolution of the nutritional status of children and adolescents (ages between 7 and 18 years), taken care by the PC and to verify the most opportune moment for the accomplishment of interventions that objectify the adequate development of growth in children and adolescents. Methodology: The thesis is organized in two sections of results, the first presents a transversal study, with direct survey of data answered by the municipal managers of the PSE of the sector health, through an electronic form, with questions about the management of the program, structure of the city and organization of actions; the second section is a longitudinal study of evaluation of the trend of variation of the nutritional state of adolescent children and (public-target of the PSE), assisted by the basic attention to the health, with data registered in the SISVAN, with evaluation of the average of the Z-score of the IMC for-the-age, in comparison with the curves of reference of the World Health Organization proposed in 2007. Results: For the analysis of the Program it has been considered a logical model of evaluation, based on the components of PSE. Among the main findings, we detach: The cities that had answered the form possess an average number of 45 schools and count with in average on 11 teams of Health of the Family. About 59 per cent of the cities made a previous diagnosis for implementation of the program and only 62.8 per cent of the cities had agreed to the actions of the PSE in the City council of Health. About half of the managers of the program (53.6 per cent ) are nurses. To potentiate the actions in the school environment almost two third parts of the municipal managers allege to count with the aid of other partners for the execution of the actions. In what the actions of developed feeding and nutrition are mentioned in cities 93.6 per cent has nutritionists among their employees, and about 70 per cent of them has a nutritionist who cares for the feeding program at the school. 43.9 per cent count on NASF teams and in 84,3 per cent of the NASF teams there is a nutritionist. Of the respondents, about 62,5 per cent had carried through the Health Week in the School in the year of 2012 and 90 per cent had declared to be this an action that fortifies the action of the PSE in the city. In the secular analysis of the nutritional state of the pertaining to school, we can always observe that in all ages the average of the score Z of the IMC for the age is above of zero, being ever bigger than the value of reference. To long of the ages this average presents growth between the children with ages between 7 and 10 years, with a small fall between 10 and 14 years and with an ascending trend after the 15 years for both girls and boys. The trend of increase of the values also is observed year after year. During the analyzed period (years of 2008 the 2012) occurs a constant increment in this average, being this a consequence of the increment of the corporal weight of these children and adolescents. The behavior of Z-score would have to be constant and in a healthful population the distribution would practically be equal to the one of the reference curves. Conclusion: The PSE offers tools that confers it ability to face the health challenges and the actions must be planned and discussed in order to provide an environment of healthy practices and habits. The Nutritional Status shows a trend of annual increases in mean BMI in schoolchildren, reinforcing the different studies showing the increase of overweight at all stages of the life course and bringing more alert about this specific age group. The best time to an intervention among children and adolescents is in the interval between 10 and 14 years, where there is a trend of decline in the BMI curve for age.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-21102014-115727 |
Date | 11 April 2014 |
Creators | Ana Carolina Feldenheimer da Silva |
Contributors | Patrícia Constante Jaime, Daniel Henrique Bandoni, Maria Natacha Toral Bertolin, Deborah Carvalho Malta, Oswaldo Yoshimi Tanaka |
Publisher | Universidade de São Paulo, Nutrição em Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0032 seconds