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Encruzilhadas e travessias:o encontro do humano e do divino na casa de cadomblé Ilê Axé Kalamu Funfum, sob o olhar da psicologia transpessoal e da poética de Gaston Bachelard / Crossroads and pathways

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Previous issue date: 2005-05-20 / This work is based both on specialized literature and field research at Ilê Axé Kalamu Funfum. Its main focus is Candomble, an African-Brazilian initiatic religion based on rituals structured around myths and transmitted orally. In order to study Candomble it is important to define what myths are as well as their meaning in the present time; to define the differences between oral culture and culture transmitted in writing; to define what mythical time is and to shed light on rites that underpin such a religion. Without such definitions, it is not possible to define the followers.
The definition of such a person is made possible only by resorting to theoretical tools defined by both anthropology and psychology. It also requires the adoption of a psychological theory that sees spirituality as an integral part of the human psyche. After comparing various approaches and after a discussion about interdisciplinarity as proposed by the bootstrap approach to culture, it is possible to conclude that Stanislav Grof and Ken Wilber s Transpersonal Psychology caters for such needs.
Using such a theoretical tool it was possible to analyze trance, the cornerstone of Candomble. In order to reach such a state, its followers go through initiation rites aiming at reconnecting them to primal energies (Orishas). Being the generative energies of all things, Orishas are the transcendent archetypes, in a more platonic sense of the word. They are the building energy of all things and are also the prototypes that exist in the unconscious, and therefore transmit characteristics that are understood by the followers as psychological types.
During the rites of initiation, the follower s identity is reconstructed. It remains unique although the connection with the Orishas who form the follower s essence causes the follower to acquire the characteristics of these Orishas. The path of initiation unveils a spiritual, cosmic and primordial essence, always present but ignored, thanks to the rupture between Orum (the world of the Orishas) and
Aiyé (the created world). The trance is the moment of reconnection and unity: The Orishas manifest themselves trough their followers and dance and spread their axé.
From this point of view, the human being can be defined as a centre of relations, as an individual that is part of a religious group and the Cosmos, as a link in an infinite chain of interrelated events. / Esse trabalho, baseado tanto em literatura especializada quanto na pesquisa de campo realizada no Ilê Axé Kalamu Funfum, enfoca o Candomblé, religião afro-brasileira iniciática baseada em rituais estruturados por mitos transmitidos de forma oral. Para estudá-la, precisamos definir o que são mitos e seu significado nos dias atuais; as diferenças entre cultura oral e cultura literária; definir o que é tempo mítico e esclarecer os ritos que sustentam a religião, sem o que não estaremos aptos a definir quem é o adepto que freqüenta as casas-de-santo .
A definição dessa pessoa só é possível pelo cruzamento de instrumentais teóricos definidos pela Antropologia e pela Psicologia; também necessita a adoção de uma teoria psicológica que entenda a espiritualidade como parte integrante da psique humana. A partir do diálogo entre diversas abordagens e da discussão sobre interdisciplinaridade tal como proposta pela abordagem bootstrap da cultura, concluímos que a Psicologia Transpessoal de Stanislav Grof e Ken Wilber atende a essas necessidades.
De posse desse instrumental teórico, analisamos o transe, momento axial no Candomblé. Para atingi-lo, seus adeptos submetem-se a ritos de iniciação com o objetivo de religá-los às energias primordiais (os Orixás). Energias geradoras de todas as coisas, os Orixás são arquétipos transcendentes, no sentido platônico do termo; energias constituintes de todas as coisas, são também protótipos existente no inconsciente, transmitindo características entendidas pelos adeptos como tipos psicológicos.
Durante os ritos de iniciação, a subjetividade do adepto se reconstrói; apesar de manter-se singular, a conexão com os Orixás que formam sua essência fazem com que adquira as características desses Orixás: todo o trajeto das iniciações revela uma essência espiritual, cósmica, primordial, sempre presente mas ignorada, graças à fratura entre Orum (o mundo dos Orixás) e Aiyé (o mundo criado). O transe é o momento de religação e unidade: os Orixás manifestam-se em seus adeptos, dançam e espalham seu axé.
Nessa perspectiva, o ser humano pode ser definido como um centro de relações, um indivíduo parte de um grupo religioso e do Cosmo, um dos elos numa cadeia de eventos intercomunicados e infinita.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/2084
Date20 May 2005
CreatorsParizi, Vicente Galvão
ContributorsBrito, Enio José da Costa
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião, PUC-SP, BR, Ciências da Religião
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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