Orientadores: Paulo César Giraldo, Cristina Laguna Benetti Pinto / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-26T01:16:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Bardin_MarcelaGrigol_M.pdf: 2975032 bytes, checksum: c14d12c0209845a33b97ae0599d148d9 (MD5)
Previous issue date: 2014 / Resumo: INTRODUÇÃO: A vaginose bacteriana (VB) e a candidíase vaginal (CV) são as vulvovaginites (VV) mais frequentemente encontradas em mulheres durante o ciclo reprodutivo. Embora os tratamentos dessas VV estejam esclarecidos, a prevenção ainda é pouco estudada. Os hábitos de higiene e cuidados diários com a genitália feminina são fatores que podem influenciar o ecossistema vulvovaginal, facilitando a instalação dessas VV. OBJETIVO: Verificar os hábitos de lavagem, uso de absorventes higiênicos, práticas depilatórias, uso de piercings e tatuagens, tipo indumentária e atividades sexuais em mulheres com VV. MÉTODOS: Estudo de corte transversal utilizou questionário contendo 60 perguntas, divididas nos seguintes domínios: I ¿ Limpeza genital; II ¿ Uso de absorventes higiênicos; III ¿ Práticas depilatórias; IV ¿ Uso de piercings e tatuagens genitais; V ¿ Tipo indumentária e VI ¿ Atividades sexuais. Foram analisadas 307 mulheres de 18 a 45 anos, atendidas nos ambulatórios de um hospital universitário (Universidade Estadual de campinas, Brasil). Realizou-se exame ginecológico para diagnóstico de VB e CV por bacterioscopia e cultura de fungo, além de medir pH e realizar teste de Whiff. Os critérios de exclusão foram: uso de antibiótico até 15 dias antes da inclusão, antecedente de câncer, sorologia positiva para HIV e/ou sífilis e presença doença imunossupressora. Este estudo teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp sob número de protocolo 1836/2013 e todas as voluntárias assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido previamente à participação neste estudo. A coleta de dados foi realizada no período de março a novembro de 2013. Para a análise estatística, consideraram-se dois grupos principais: mulheres sem e com vulvovaginites (presença de VB, CV e ambas) que foram comparados entre si. Também se realizou uma segunda análise de cada tipo de VV isoladamente (VB, CV e ambas associadas) versus mulheres sem vulvovaginites. Foram empregados os testes de Fischer e Qui-quadrado através do EPI INFO 0.5. Considerou-se nível de significância quando p<,05. RESULTADOS: Entre as 307 participantes, 46% foram diagnosticadas com VV presentes e 54% sem VV. Quando comparados estes grupos, não se encontraram diferenças significativas quanto à idade, IMC, escolaridade, número de gestações, número de partos, estado marital, raça, religião, uso de métodos contraceptivos, tabagismo, tempo fora de casa e queixas de dispareunia. A média de idade foi de 33,6 (±6,8) anos e de escolaridade 10,4 (±3,3) anos de estudo. A presença de VV esteve significativamente associada ao menor uso de produtos para higiene genital tais como sabonete líquido íntimo para higiene diária (p=,04) e lenço úmido para higiene pós-miccional (p=,04) e maior uso de sabonete bactericida para realização da lavagem genital durante o banho (<,0001). As mulheres com VV utilizaram mais calcinhas de tecido sintético (p<,05), apresentaram mais ciclos menstruais (p<,0001) que aquelas sem VV e apresentaram hábitos de uso de absorventes semelhantes. As mulheres com VB praticaram mais o sexo anal nos últimos 30 dias (p<,0001) e usavam mais substâncias erógenas (p<,02) que aquelas sem VV. Não houve diferenças significativas de frequência de relações sexuais, dispareunia, sexo oral e uso de lubrificantes entre os grupos estudados. A análise da depilação genital também não evidenciou diferenças significativas quanto ao método utilizado, motivação, frequência, área de depilação, irritabilidade vulvar, produtos pós-depilatórios e opinião sobre a influência da depilação genital sobre a saúde feminina. Apesar de ser um número baixo, mulheres com CV apresentaram mais tatuagens genitais que os demais grupos (p=,04) e apenas uma mulher apresentou piercing genital. CONCLUSÕES: Alguns hábitos de lavagem da genitália, a presença de ciclos menstruais, o uso de calcinhas de tecido sintético, relações sexuais anais e uso de substâncias erógenas na genitália se associaram à frequência de vulvovaginites. Especialmente estas últimas relacionadas aos hábitos sexuais estiveram associadas à presença de vaginose bacteriana. Os hábitos de uso de absorventes higiênicos e depilatórios não se associaram à presença de VV. Os adornos genitais foram raros, porém encontraram-se mais tatuagens genitais em mulheres com CV / Abstract: INTRODUCTION: Bacterial vaginosis (BV) and vaginal candidiasis (VC) are the most frequently vulvovaginitis (VV) encountered during in women at reproductive cycle. Although the treatments of VV are clear, prevention is still little studied. Hygiene habits and daily care with the female genitalia are factors that can influence the vulvovaginal ecosystem, and might facilitate the installation of these VV. MAIN: To investigate the genital washing habits, use of sanitary pads, genital hair removal, use of piercings and tattoos, clothing type and sexual activity in women with VV. METHODS: Cross-sectional study used a questionnaire containing 60 questions, divided into the following areas: I ¿ Genital Cleaning; II ¿ Use of sanitary pads; III ¿ depilatory practices; IV ¿ Use of genital piercings and tattoos; V ¿ clothing type and VI ¿ Sexual Activities. Were analyzed 307 women from 18 to 45 years, attended at two outpatient clinics of a university hospital (University of Campinas, Brazil). Gynecological exam was performed for collecting vaginal material for BV and VC diagnosis by Gram stain and culture of fungus, as well as measured pH and performed Whiff test. Exclusion criteria were: use of antibiotics within 15 days before enrollment, history of cancer, HIV positive and/or other immunosuppressive disease. This study was approved by the Ethics Committee of UNICAMP Research under protocol number 1836/2013 and all volunteers signed an informed consent form prior to their participation in this study. Data collection was conducted from March to November 2013. For statistical analysis, we considered two main groups: women with and without vulvovaginitis (presence of BV, VC and both) were compared to each other. It was also conducted a second analysis of each group of VV alone (BV, VC and both combined) versus women without vulvovaginitis. Statistical analysis used exact Fischer and chi-square tests by the EPI INFO 0.5. It was considered a significance level of p<.05. RESULTS: Among the 307 participants, 46% were diagnosed with VV and 54% without VV. When comparing these groups, there were no significant differences in age, BMI, duration of study, number of pregnancies, number of births, marital status, race, religion, use of contraceptives, smoking, time away from home and complaints of dyspareunia. The mean age was 33.6 (± 6.8) years of education and 10.4 (± 3.3) years of education. The presence of VV was significantly associated with lower use of genital hygiene products such as liquid soap for daily intimate hygiene (p=.04) and moist napkin as hygiene post urination (p=.04) and, on the other hand, increased use of antibacterial soap for daily genital wash (<.0001). Women with VV used more panties of synthetic fabric (p<.05), had more menstrual cycles (p<.0001) than those without VV and similar use of sanitary pads. Women with BV practiced more anal sex in the last 30 days (p<.0001) and used more erogenous substances (p<.02) than those without VV. There were no significant differences in frequency of sexual intercourse, dyspareunia, oral sex and using lubricants between groups. The analysis of genital hair removal also showed no significant differences in the method used, motivation, frequency, area of hair removal, vulvar irritability, post-depilatory used products, and opinion about the influence of genital waxing on women's health. Despite being a low number, women with genital VC had more tattoos than the other groups (p=.04) and only one woman had genital piercing. CONCLUSIONS: Some habits related to genitalia washing, the presence of menstrual cycles, the use of synthetic fabric underwear, anal intercourse and use of erogenous substances during sexual intercourse were associated with frequency of vulvovaginitis. Especially anal sex on the last 30 days previous to diagnosis and use of erogenous substances during sexual intercourse were specifically associated with the presence of bacterial vaginosis. Use of sanitary pads and hair removal habits were not associated with the presence of VV. The genital adornments were rare but genital tattoos were most common among women with VC / Mestrado / Fisiopatologia Ginecológica / Mestra em Ciências da Saúde
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/312983 |
Date | 26 August 2018 |
Creators | Bardin, Marcela Grigol, 1988- |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Pinto, Cristina Laguna Benetti, 1959-, Giraldo, Paulo César, 1956-, Campana, Adriana Orcesi Pedro, Gonçalves, Ana Katherine da Silveira |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 154 p. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0263 seconds