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Previous issue date: 2014-08-11 / The objective of this research is to understand how organisations fashion their environment, through analysing why some practices become known as ‘sustainable’ in the Brazilian beef industry. The research engages with the organisational institutionalism literature by pointing the need to account for politics (i.e. actor’s negotiations) and meanings in order to understand how stability and change take place under a situated context (i.e. a particular time and space). The research concludes that the understandings of what could be considerate ‘sustainability’ are the result of actors fashioning their environment through actions and interactions that produce meanings. Following a hegemony approach, such disputes are not only about actors looking for resources’ advantages, but also aimed at protecting or attacking the societal logics that support actors’ dominant position. Moreover, actors exert their agency under the conditions of the present time (i.e. situated context), by drawing on an inherited past in order to produce a future they have envisaged. To analyse such processes, a hegemony approach to actors and societal logics was developed, highlighting the negotiation order, an arena in which actors struggle for hegemony. As an outcome of such negotiations, a focal issue emerges, influencing actors’ discourse and interests, and justifying their initiatives, programmes and technologies developed to address such issue; thus, fashioning consent. Drawing on Critical Realism and Critical Discourse Analysis, the research developed a longitudinal case study supported by public and confidential documents, alongside interviews with experts, in order to examine the sustainability path at the Brazilian beef industry. Three different contexts for agency regarding sustainability were found. In the first one, a silence upon sustainability practices was identified, while the second context emphasised the emergence of Amazon deforestation as a focal issue, due to Greenpeace and MPF agency, forcing the industry to develop a monitoring system to trace its cattle suppliers in order to avoid procurement associated with Amazon deforestation, among other illegal activities. Finally, during the third context, the monitoring system enabled the beef industry to take-over of sustainability, enabling the beef sector to build its legitimacy so as to influence the risks and opportunities associated to the context of sustainability. In terms of societal logics, the Amazon deforestation is denounced as an environmental problem anchored by capitalist logic characteristics, such as risk management, innovation and productivity increase, global supply chain and governance. Although during such attack the profit maximisation rationale is questioned by the imposition of environmental concerns over corporate behaviour, the developed solution draws upon the very same capitalism’s characteristic employed to attack it. As a consequence, a piecemeal change is illustrated by a transformation on the capitalism ‘quantitative efficiency’ – the productivity increase as a result of changing the proportion of resources consumed in the production process in order to avoid Amazon deforestation. However, the capitalism ‘qualitative efficiency’ is being preserved as the ruling dominant groups are still controlling the means of production and their associate resources (i.e. money, power and legitimation). Since such negotiations processes are mediated by the rationale of avoiding businesses risks, profit maximisation, the deep core of capitalist logic, is preserved. Therefore, the ruling groups maintain their hegemony / O objetivo desta pesquisa é compreender de que forma as organizações moldam seu ambiente, analisando por que algumas práticas tornam-se reconhecidas como ‘sustentáveis’ na indústria de carne bovina brasileira. O estudo dialoga com a literatura de institucionalismo organizacional ao apontar a necessidade de considerar a política (i.e. as negociações entre atores) e significados, a fim de entender como a estabilidade e a mudança institucional ocorrem em um contexto situado (i.e. em um tempo e espaço específicos). A pesquisa conclui que os entendimentos sobre o que poderia ser reconhecido como ‘sustentabilidade’ são o resultado de atores moldando o seu ambiente por meio de ações e interações que produzem significados. Seguindo uma abordagem de hegemonia, essas disputas não são apenas entre os atores que procuram vantagens recursivas, mas também procuram defender ou atacar as lógicas sociais que apoiam a posição dominante dos atores. Além disso, os atores exercem sua agência sobre as condições no presente (i.e. contexto situado), com base em um passado herdado e com o objetivo de produzir um futuro que eles imaginam. Para analisar tais processos uma abordagem de hegemonia entre atores e lógicas sociais foi desenvolvida para destacar a ordem de negociação, uma arena em que os atores lutam pela hegemonia. Como resultado de tais negociações, uma questão focal emerge, influenciando o discurso e interesses dos atores, bem como justificando as iniciativas, programas e tecnologias sobre tal questão; construindo, portanto, o consenso. Baseando-se em Realismo Crítico e Análise Crítica do Discurso, a pesquisa desenvolveu um estudo de caso longitudinal suportado por documentos públicos e confidenciais e entrevistas com especialistas, para examinar o caminho da sustentabilidade na indústria de carne bovina brasileira. Identificou-se três contextos diferentes para agência em relação à sustentabilidade. Enquanto no primeiro verifica-se um silêncio sobre práticas de sustentabilidade, o segundo enfatiza a emergência do desmatamento da Amazônia como uma questão focal, devido à agência do Greenpeace e MPF que força a indústria a desenvolver um sistema de monitoramento que rastreie seus fornecedores de gado de modo a evitar compra de suprimentos associadas ao desmatamento da Amazônia, dentre outras atividades ilegais. Finalmente, durante o terceiro contexto, o sistema de monitoramento permite que indústria de carne bovina se aproprie da sustentabilidade, assim o setor da carne passa a construir a sua legitimidade para influenciar sobre os riscos e oportunidades associadas ao contexto da sustentabilidade. Em termos de lógicas sociais, o desmatamento na Amazônia foi denunciado como um problema ambiental, nesta indústria, ancorado em algumas características da lógica do capitalismo, como a gestão de riscos, inovação e aumento da produtividade, cadeia de fornecimento global e governança. Embora este ataque questione a racionalidade da maximização racional lucro, impondo restrições ambientais para o comportamento das empresas, a solução desenvolvida é também ancorada sobre as mesmas características do capitalismo empregadas para atacá-lo. Como consequência, uma mudança gradual é ilustrada por uma transformação na ‘eficiência quantitativa’ do capitalismo, o aumento da produtividade devido à mudança da proporção de recursos consumidos para produção e à preocupação em evitar o desmatamento da Amazônia. No entanto, a ‘eficiência qualitativa’ do capitalismo é preservada uma vez que os grupos dominantes no poder ainda estão controlando os meios de produção e os recursos a eles associados (i.e. dinheiro, poder e legitimidade). Uma vez que estes processos de negociações são mediados pela racionalidade de se evitar risco aos negócios, consequentemente, a maximização do lucro, o núcleo duro da lógica do capitalismo é preservado. Portanto, os grupos dominantes mantêm sua hegemonia.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliotecadigital.fgv.br:10438/12020 |
Date | 11 August 2014 |
Creators | Gomes, Marcus Vinícius Peinado |
Contributors | Escolas::EAESP, Alves, Mário Aquino |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | English |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional do FGV, instname:Fundação Getulio Vargas, instacron:FGV |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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