A relação entre diabetes mellitus e suas complicações e a deficiência de vitamina D
tem se mostrado cada vez mais evidente em diversos estudos realizados recentemente. No
entanto, muitos destes estudos são observacionais e os poucos estudos de intervenção
possuem curto tempo de duração ou utilizam doses que seriam insuficientes, dificultando a
definição de uma relação causal entre tais fatores. Este estudo tem como objetivo avaliar a
influência da reposição de vitamina D sobre o controle glicêmico e complicações diabéticas.
Foram avaliados pacientes diabéticos tipo 2, com deficiência de vitamina D [25(OH)vitamina
D abaixo de 30 ng/mL], sendo que tais pacientes foram aleatorizados de forma duplo-cega
quanto à reposição de vitamina D3, na dose de 5000 UI diárias durante 3 meses, em dois
grupos: grupo1 (n=20) e grupo 2 (n=13), que foram cruzados na metade do estudo. Foram
analisadas, além dos níveis de 25(OH) vitamina D, indicadores de controle glicêmico, de
inflamação sistêmica, além de outras variáveis secundárias. A neuropatia foi avaliada por
meio do Escore de Sintomas Neuropáticos. Tais indicadores foram medidos no início do
estudo e após 3 e 6 meses de seguimento dos pacientes. Aos 3 meses do estudo, os pacientes
tiveram a intervenção alternada (de placebo para vitamina D3 e vice-versa), caracterizando
um ensaio clínico cruzado ou cross-over. Após coleta dos dados e análise estatística,
corrigindo-se para o efeito da sequência de intervenção, ou efeito carry-over, observou-se que
nenhuma das variáveis analisadas sofreu influência estatisticamente significativa da
intervenção, incluindo a própria 25-hidroxivitamina D. Dessa forma, ficou demonstrado que a
reposição de vitamina D3 na dose de 5.000 UI diárias por três meses não é capaz de levar a
modificações nas concentrações de 25-hidroxivitamina D, nos parâmetros de controle
glicêmico, de inflamação sistêmica, no perfil lipídico, na função renal, na albuminúria e no
Escore de Sintomas Neuropáticos. Tal fato suscita questões sobre a posologia ideal e dose
adequada de vitamina D3 para gerar repercussão, isto é, aumento real nas concentrações de
25-hidroxivitamina D, e, assim, influenciar o controle glicêmico e os indicadores de
nefropatia e neuropatia em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2. / The relationship between diabetes mellitus, its complications and vitamin D deficiency
has been shown to be increasingly evident in several recent studies. However, many of these
studies are observational and the few intervention studies have short duration or utilize small
dosages which turns it difficult to define a causal relationship between these factors. This
study aims to evaluate the influence of vitamin D replacement on glycemic control and
diabetic complications. Type 2 diabetic patients deficient in vitamin D [25 (OH) vitamin D
below 30 ng / ml] were evaluated and randomized in a double-blind fashion concerning to
replacement of vitamin D into two groups: group 1 (n = 20) and group 2 (n = 13) that were
crossed in the middle of the study. In addition to levels of 25 (OH) vitamin D, plasma
concentrations of calcium, phosphorus, magnesium, glycated hemoglobin, fasting glucose,
fasting insulin, C-peptide, ultrasensitive PCR, lipid profile and plasma creatinine, along with
the albumin / creatinine ratio in spot urine sample were analyzed and calculated HOMA-IR
and beta indexes (Homeostasis Model Assessment - Insulin resistance and beta) to determine
the degree of insulin resistance and secretion, respectively. The neuropathy was assessed by
Neuropathy Symptom Score. Such markers were measured at baseline and after 3 and 6
months of follow-up. At 3 months of follow-up patients had intervention changed (vitamin D3
to placebo and vice versa) featuring a cross-over clinical trial. After data collection and
statistical analysis correcting for the intervening sequence or carry-over effect, was observed
that none of the variables suffered statistically significant interference by the intervention,
including 25-hydroxyvitamin D itself, demonstrating that replacement of vitamin D3 in a dose
of 5000 IU per day for three months are not able to lead to changes in the concentration of 25-
hydroxyvitamin D, glycemic control parameters, systemic inflammation, lipid profile, the
renal function parameters, in albuminuria and Neuropathy Symptom Score. It raises issues
about the ideal and proper dosage of vitamin D3 to bring forth a real increase in
concentrations of 25-hydroxyvitamin D and thus influence glycemic control nephropathy and
neuropathy in type 2 diabetic patients.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:10.254.254.39:tede/542 |
Date | 29 January 2015 |
Creators | CORREIA, Cristiano de Almeida |
Contributors | IUNES, Denise Hollanda, http://lattes.cnpq.br/4799089011745198, CISNEIROS, Ligia Loiola, AZEVEDO, Luciana |
Publisher | Universidade Federal de Alfenas, Escola de Enfermagem, Brasil, UNIFAL-MG, Programa de Pós-Graduação em Biociências Aplicada à Saúde |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFAL, instname:Universidade Federal de Alfenas, instacron:UNIFAL |
Rights | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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