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Produção do sujeito deficiente no contorno das políticas de educação inclusiva e da formação de professores em educação especial

Esse estudo tem como foco a produção de um tipo de sujeito com deficiência. Para tanto, tomei como material de pesquisa relatórios de Estágio Supervisionado/Déficit Cognitivo do Curso de Educação Especial Licenciatura Plena Diurno/CE da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), escritos pelos acadêmicos em formação, no final do Curso, considerando o atravessamento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva - PNEEPEI de 2008 nos relatórios. Como objetivo do estudo, analisar as narrativas produzidas pelos acadêmicos da Educação Especial para entender de que maneira essa formação produz os modos de narrarem os sujeitos com deficiência em uma possível legitimação política, que caracteriza um público-alvo em que atuam aqueles que se formam no Curso de Educação Especial. Um público-alvo a ser diferenciado pela condição de deficiência na escola inclusiva. Foram tomados, como materiais de análise, relatórios de Estágio Supervisionado/Déficit Cognitivo produzidos entre 2010 e 2013. Para compor um cenário de análise, tomei a Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008, e alguns documentos de cunho internacional. Dentre eles, a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), esses que em conjunto dizem da racionalidade política das práticas inclusivas. Foram-me importantes, nesse processo de pesquisa, as noções de sujeito, discurso e normalidade tomados dos estudos foucaultianos. A partir da análise empreendida, ao pensar a Educação Especial em uma perspectiva inclusiva, vi uma possibilidade de captura dos sujeitos com deficiência, sob a insígnia público-alvo da Educação Especial. Percebo que a malha da rede da PNEEPEI (2008) é tão específica e tão alargada ao ponto de capturar os sujeitos agora definidos como público-alvo da Educação Especial. Também, capaz de capturar, no discurso inclusivo, os sujeitos que, na condição de acadêmicos, atuam com o sujeito com deficiência. Assim, esses discursos colocam a Educação Especial como uma prestadora de serviços transversais nos níveis e modalidades de ensino, que devem garantir a eliminação de barreiras no processo de escolarização do público-alvo da Educação Especial. Foi possível pensar, ainda, que os acadêmicos se posicionam como expertise da Educação Especial, e com tal assumem a condição de dar certa visibilidade ao público-alvo pois, ao dizerem e caracterizarem os sujeitos como público, atuam para operar o jogo da vontade de conhecer e da vontade de corrigir esses sujeitos.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsm.br:1/7278
Date15 July 2016
CreatorsRosa, Denise Ferreira da
ContributorsPossa, Leandra Bôer, Lunardi-Lazzarin, Márcia Lise, Morgenstern, Juliane Marschall
PublisherUniversidade Federal de Santa Maria, Programa de Pós-Graduação em Educação, UFSM, BR, Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSM, instname:Universidade Federal de Santa Maria, instacron:UFSM
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation700800000006, 400, 300, 300, 500, 300, b3d86f0d-0cbf-4746-a13d-9dad877321be, 77fbcf73-67c8-44f0-87db-e8cb03beb1d8, 00f3aa3f-9962-4566-a8a7-39a86a2ffeb2, 9cad1fd3-12b8-438c-abde-4cba8d4e2114

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