Return to search

Controle da agressividade no agrupamento de porcas gestantes através de dieta enriquecida com triptofano

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2012 / Made available in DSpace on 2013-07-16T04:33:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1
314779.pdf: 1006477 bytes, checksum: 62fd49db858b63fa91964f43626e252a (MD5) / O uso de celas de gestação na suinocultura tem sido internacionalmente criticado devido ao seu efeito negativo no bem-estar físico e psicofisiológico das porcas. Mudanças na legislação de vários países e entre eles os da União Europeia, preveem a extinção desta prática nos próximos anos e propõem como alternativa o alojamento em grupo após a quarta semana de gestação. Com planejamento e emprego de práticas e instalações adequadas, o alojamento em grupo traz benefícios ao bem-estar das porcas, e reduz a agressividade durante a mistura social, um fator crítico consequente do estabelecimento da hierarquia social dos grupos. A suplementação da dieta com o aminoácido essencial triptofano (TRP), precursor do neurotransmissor serotonina, um inibidor da agressão, é promissor para reduzir a agressividade na mistura social. Este estudo teve como objetivo determinar o efeito do consumo em curto prazo de uma dieta com concentração elevada de TRP em relação à dieta controle (CTL), na agressividade de porcas gestantes ao serem misturadas em baias coletivas às 4 semanas pós cobertura. Setenta e duas porcas, com quatro semanas de gestação, e paridade semelhante (paridade 1-4 = categoria 1, paridade 5-9 = categoria 2), foram divididas em tratamentos TRP e CTL alocados em cinco blocos espaçados no tempo. As dietas experimentais foram fornecidas às porcas por sete dias consecutivos, sendo que estas estavam alojadas em celas individuais do dia 1 ao 5, e foram misturadas no dia 6 em baias coletivas de mesmo tratamento (18 baias com 4 porcas cada) e mantidas nas dietas até o dia 7. Os comportamentos de todas as porcas foram continuamente gravados por 12 horas diárias (06:00 - 18:00 h) durante dez dias. O tempo gasto realizando comportamentos inativo e ativos (alerta, caminhando, fuçando o chão e aparatos da cela ou baia, comendo, bebendo, eliminando), comportamentos estereotipados (mordedura de barra e falsa mastigação) e as posturas (em pé, sentada e deitada), foi avaliado pelo método de amostragem por instantâneos a cada 10 minutos. Os dados médios por dia de cada animal nas celas (dias 1-5) e a média de cada baia após a mistura (dias 6-10) geraram um perfil de comportamentos e posturas. A ocorrência de interações agonísticas na baia, o número de mordidas, cabeçadas e perseguições, e o total dessas ações em cada interação foram contabilizados por observação contínua entre 08:00 - 09:00 h e entre 16:00 - 17:00 h nos dias 6 e 7. Lesões de pele foram quantitativamente avaliadas a partir de fotos individuais tiradas pré-mistura (dia 5, controle) e 48 h após a mistura (dia 7). O número de lesões foi registrado em um mapa do corpo de cada porca, dividido em região anterior, central e posterior. Os dados de normalidade foram analisados com um modelo linear misto de medidas repetidas de dia usando cela ou baia como unidade experimental. Os efeitos fixos foram tratamento, dia, período do dia e paridade, suas interações, e bloco e interação com tratamento. A dieta enriquecida com TRP reduziu o comportamento de falsa mastigação nas porcas da categoria 2 de parição em relação às porcas CTL da mesma categoria enquanto alojadas nas celas individuais (P < 0,05). Nas baias, as porcas do grupo TRP passaram mais tempo realizando o comportamento exploratório de fuçar (TRP = 28,0 vs. CTL = 20,7 ± 1,0 %; P < 0,05), e passaram mais tempo em pé (TRP = 42,1 vs. CTL = 33,5 ± 1,7 %; P < 0,05) e, consequentemente, menos tempo deitadas do que as porcas do grupo CTL (TRP = 56,1 vs. CTL = 65,1 ± 2,0 %; P < 0,05). O número total de brigas no dia 6 (mistura) foi maior em relação ao dia 7 (13,2 vs. 5,8 ± 1,1, respectivamente; P < 0,01); da mesma forma, o tempo médio das brigas diminuiu do dia 6 para o dia 7 (4,9 vs. 2,94 ± 0,6 s, respectivamente; P < 0.01). O número total de ações por briga foi menor à tarde do que pela manhã em ambos os dias 6 e 7, e esta resposta foi mais evidente nas porcas suplementadas com TRP, principalmente na manhã da mistura (CTL: 7,2 vs. TRP: 3,4 ± 1,0; Trt*Período(dia) = P < 0,05). O escore médio de lesões de pele na região anterior do corpo foi menor nas porcas tratadas com TRP do que no grupo CTL (2,1 vs. 2,5 ± 0,2, respectivamente; P < 0,05), não diferindo nas outras regiões. A agressividade diminuiu ao longo dos dias após a mistura, e a suplementação de TRP na ração reduziu a agressividade na mistura social e aumentou a atividade das porcas. Isto foi evidenciado pelo maior tempo explorando o ambiente, pelo menor número de ações ofensivas (mordidas, cabeçadas e perseguições por briga), principalmente no primeiro dia da mistura social, e pela menor ocorrência de lesões corporais na região anterior do corpo. O fornecimento em curto prazo de uma dieta enriquecida com TRP no período antes da mistura social é uma ferramenta efetiva para minimizar a agressividade no alojamento coletivo de porcas gestantes.<br> / Abstract : Gestation stalls are criticized for their negative physical and psycho-physiological effects for sow welfare. Legislative actions have banned this practice worldwide and group housing has been proposed, as it benefits sows' wellbeing. Appropriate planning can minimize aggression during mixing, a critical factor during establishment of a social hierarchy. Dietary supplementation with tryptophan (TRP), an amino acid precursor of serotonin that inhibits aggression, is a promising tool to reduce aggressiveness in pigs. This study aimed to evaluate the effect of short-term feeding of a TRP-enriched diet in relation to the control (CTL) diet, on aggressiveness at mixing of sows at 4 wks of gestation. Eighteen pens with 4 sows each (n=72) of similar parity (parity 1-4 = category 1 and parity 5-9 = category 2) were assigned to CTL and TRP treatments divided in 5 blocks spaced in time. Treatment diets were fed for 7 consecutive days; from d 1-5 sows were housed in stalls, at d 6 early morning sows were grouped by parity and assessed until d 7. Sows' behaviors were recorded daily for 12 h (06:00-18:00 h) from d 1-7. Time spent performing inactive and active behaviors (alert, walking (pen), rooting, feeding, drinking, eliminating) stereotyped behaviors (bar biting and sham-chewing), and postures (standing, sitting, lying) were assessed by 10-minute scan sampling method. Animal (d 1-5) and post mixing pen (d 6-10) daily averages were used to define a behavioral and posture profile. Occurrence of agonistic interactions, number of actions such as bites, head knocks and pursuits and their sum per interaction were recorded for each pen using continuous behavioral observation for 2 daily periods (08:00-09:00 h and 16:00-17:00 h) at d 6 and 7. Skin lesion scores were assessed from photos taken from each sow at d 5 (control for pre-mixing lesions) and at 48 hours post-mixing (d 7). Lesions and scratches were recorded using a sow body map subdivided into anterior, central and posterior body regions. Each region received a score where 0= no lesion; 1= 1-5 lesions; 2= 6-10 lesions, and 3= >10 lesions. Data were analyzed with a linear mixed model with day as repeated measure, using box or pen as the experimental unit; fixed effects were treatment, day, period within day, their interactions, and block and block by treatment interaction. Stall(trt) or pen(trt) were used as random effect. The TRP-enriched diet reduced sham-chewing in sows of parity category 2 in relation to CTL-fed sows from same parity category while housed in stalls (p<0.05). In pens, TRP-fed sows spent more time performing the exploratory behavior rooting (TRP = 28.0 vs. CTL = 20.7 ± 1.0%; p<0.05), and spent less time standing (TRP = 42.1 vs. CTL = 33.5 ± 1.7%; p<0.05) and consequently less time laying down than CTL-fed sows (TRP = 56.1 vs. CTL = 65.1 ± 2.0%; p<0.05). Total number of agonistic interactions at d 6 was greater than at d 7 (13.2 vs. 5.8 ± 1.1, respectively; p<0.01); likewise, duration of interactions reduced from d 6 to d 7 (4.9 vs. 2.9 ± 0.6 s, respectively; p<0.01). The total number of offensive actions per interaction was greater in the morning than afternoon for both days (p<0.05), but this was less evident in TRP-fed compared to CTL sows mainly at the morning following mixing (3.4 vs. 7.2 ± 1.0, respectively; Trt*period(day)=p<0,05). The average lesion score was lower in the anterior body region of TRP-fed compared to CTL sows (2.1 vs. 2.5 ± 0.2; p<0.05), shown as the most affected area during fights. As expected, there was a reduction in aggression following mixing. Additionally, a TRP-enriched diet reduced sow aggressiveness while increasing behavioral activity, evidenced by more time rooting and standing while sows had fewer offensive actions per agonistic interaction and lower skin lesion score 48 h post-mixing. A TRP-enriched diet provided to gestating sows for a short period prior social mixing and continued shortly after can reduce aggressiveness and improve the welfare of sows during group formation.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/103418
Date January 2012
CreatorsKretzer, Fabiana Cristina
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Hötzel, Maria José, Cattani, Rosangela Poletto
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format74 p.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0024 seconds