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Processo de reestruturação psicossocial de mulheres que sofreram violência sexual = Psychosocial restructuring process of women who suffered sexual violence / Psychosocial restructuring process of women who suffered sexual violence

Orientadores: Maria José Martins Duarte Osis, Maria Helena Baena de Moraes Lopes. / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-26T08:17:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Resumo: A violência sexual contra as mulheres é um problema grave em todo o mundo e uma questão que precisa ser respondida é como as mulheres que passam por essa experiência reorganizam a sua vida. Objetivo: Este estudo teve como objetivo Investigar o processo de reestruturação psicossocial de mulheres que sofreram violência sexual e sua avaliação do atendimento institucional recebido. Sujeitos e Métodos: Realizou-se um estudo qualitativo com entrevistas semiestruturadas. Foram convidadas a participar 13 mulheres que estavam em seguimento após episódio de violência sexual, em ambulatório especializado de um hospital universitário no interior do Estado de São Paulo. Foi desenvolvida análise temática de conteúdo de 11 entrevistas, que permitiu a identificação de dos seguintes temas: (1) O Impacto e o significado da violência; (2) Sentimentos; (3) Superação; (4) Expectativa para o futuro. (5) Busca de ajuda após a violência: dificuldades; (6) Tratamento: avaliação positiva, avaliação negativa. Resultados: A violência sexual teve um impacto devastador sobre a vida dessas mulheres e duas vivências marcaram o período vivido desde o episódio de violência. Por um lado, a elaboração do pós-violência provocou sentimentos de culpa, impotência, fragilização, imobilização, pois as mulheres pensavam que poderiam ter "provocado" a violência. Por outro lado, revelaram condições de resiliência, que as levaram a investir todas as suas forças em um processo para retomar a vida tal como era antes de terem sofrido a violência. Família, amigos e outras pessoas significativas em geral foram citados como elementos que sustentaram essa atitude de resiliência, assim como o atendimento recebido no serviço de saúde. Também foi evidenciado em suas falas as dificuldades encontradas para buscar ajuda após sofrer violência sexual. A maioria das mulheres não sabia da existência do serviço de referência, e passou antes por outros locais. Revelaram vivências positivas acerca do atendimento de emergência e do tratamento ao longo do período de seguimento. Salientaram a importância do vínculo criado com os profissionais que as atenderam e o benefício de serem atendidas de forma bem estruturada por uma equipe multidisciplinar. Também identificaram aspectos negativos como a necessidade de contarem várias vezes a história da violência sofrida, tanto no atendimento de emergência quanto no seguimento; as demoras nos atendimentos, em decorrência de precisarem passar por vários profissionais; e os efeitos adversos da terapia antirretroviral. Conclusões: O atendimento adequado às mulheres que sofrem violência sexual é complexo e multifacetado, pois requer não somente tratar os danos físicos causados pela violência, mas que também se avaliem as particularidades do impacto emocional sofrido por cada mulher, e até das repercussões psicossociais. As mulheres que sofrem violência sexual, com frequência, não sabem da existência de serviços de referência e enfrentam dificuldades para receber o atendimento de emergência. Elas necessitam de seguimento adequado, por equipe multiprofissional, e é necessário pensar estratégias para melhorar a aderência delas à terapia antirretroviral. Palavras chaves: violência contra a mulher; violência sexual; atenção integral à saúde; saúde da mulher; resiliência psicológica; apoio social / Abstract: Sexual violence against women is a serious problem worldwide and a relevant aspect to be studied is how women who undergo this experience reorganize their lives. Objective: This study aimed to investigate the restructuring psychosocial process of women who suffered sexual violence and their evaluation about the institutional care received. Subjects and Methods: A qualitative study was carried out using semi- structured interviews with women who were followed up after an episode of sexual violence, in an outpatient clinic of a university hospital in the state of São Paulo, Brazil. 13 women were invited to participate and 12 accepted; 11 interviews were analyzed because the recording of an interview had technical problems. Thematic content analysis was developed, which allowed the identification of six categories: (1) The impact and meaning of violence; (2) Feelings; (3) Overcoming; (4) Expectation for the future. (5) Looking for assistance after violence: difficulties; (6) Institutional care (Treatment): positive and negative aspects. Results: Sexual violence had had a devastating impact on the women¿ lives and two lived experiences marked the period since the outbreak of violence. On the one hand, in the post-violence period they experienced feelings of guilt, helplessness, fragility, immobilization, because women thought they could have "provoked" the violence. On the other hand, they showed resilience conditions, which led them to invest all their forces in a process to resume life as it was before they had suffered violence. Family, friends and other significant people in general were cited as persons who supported this attitude of resilience, as well as the care received in the health service. Women reported difficulties to seek help after suffering sexual violence. In general, they did not know where obtain care. They referred positive experiences about emergency care and treatment received. Women also emphasized the importance of the bond established with health professionals and the importance of receiving a well structured care by a multidisciplinary team. Negative aspects were mentioned: to repeat their violence story several times during the follow-up period, delays resulting from the need to go through several professionals, and the adverse effects of antiretroviral therapy. Conclusions: Sexual violence disrupts the women¿s lives and the restructuring psychosocial process requires an attitude of resilience, support from significant people, emergency care and appropriate follow-up by multidisciplinary team. Proper care for women who suffer sexual violence is complex and multifaceted, as it requires not only treat the physical damage caused by violence, but also assess the particularities of the emotional impact suffered by every woman, and even psychosocial repercussions. Women who suffer sexual violence have difficulties to seek emergency care, as they usually do not know reference services. It is necessary to improve access to services that can assist them in a comprehensive way, both for emergency care and for the follow-up. It is also necessary to develop strategies to improve women¿s adherence to antiretroviral therapy / Doutorado / Fisiopatologia Ginecológica / Doutora em Ciências da Saúde

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/312890
Date26 August 2018
CreatorsReis, Maria Jose dos
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Lopes, Maria Helena Baena de Moraes, 1959-, Osis, Maria Jose Martins Duarte, Vieira, Elisabeth Meloni, Hoga, Luiza, Fernandes, Arlete Maria dos Santos, Akkshimo, Antonieta
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format90 f. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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