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Programação por desnutrição precoce: estudo em modelo animal de distúrbio alimentar

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Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A ocorrência de eventos adversos no início da vida favorece adaptações orgânicas e o
surgimento de doenças metabólicas na vida adulta. Esses eventos indicam que o organismo
foi capaz de se adaptar e programar seu metabolismo para sua sobrevivência. A desnutrição
perinatal pode programar o controle do comportamento alimentar e predispor os indivíduos a
patologias associadas ao desequilíbrio do balanço energético. Dessa maneira, o presente
estudo tem como objetivo analisar a vulnerabilidade ao desenvolvimento de compulsão
alimentar na vida adulta em organismos que foram desnutridos durante o período perinatal.
Foram utilizadas ratas da linhagem Wistar submetidas à desnutrição protéica durante o
período de gestação e lactação. Foi utilizado modelo animal de compulsão alimentar
constituído por três ciclos consecutivos de restrição alimentar (40%) e realimentação (com
acesso limitado à dieta hipercalórica). Foram formados os grupos: Controle (C) e controle
restrito (CR), desnutrido (D) e desnutrido restrito (DR). O protocolo foi aplicado aos 52 dias
de vida. Ao final dos três ciclos de restrição/realimentação foi realizado teste alimentar com
aferição de ingestão de dieta hipercalórica 1, 2, 4, 6 e 24 horas após sua oferta. Quando os
animais desnutridos entraram em contato com a dieta hipercalórica, no primeiro ciclo,
apresentaram maior (p<0,05) ingestão de calorias (22,1±3,1) comparada aos controles
(11,9±3,8). Os animais com histórico de desnutrição perinatal apresentaram maior percentual
de perda de peso corporal nos períodos de restrição do segundo (CR -10,2±2,2; DR -12,2±1,4)
e do terceiro (CR -10,6±1,5; DR -12,2±1,3) ciclo R-R. Durante os períodos de realimentação,
houve um maior ganho de peso no segundo (CR 17,9±2,3; DR 21,2±3,2) e no terceiro (CR
15,2±2,4; DR 20,6±3,2) ciclo R-R. O grupo DR apresentou maior consumo de dieta
hipercalórica após 2hs (D:18,9±2,7; DR:26,2±5,1), 4hs (D:25,4±2,8; DR:33.8±6,3), 6hs
(D:30,7±2,9; DR:38,2±5,3) e 24hs (D:56,9±6,8; DR:68,4±8,4) após sua oferta. O grupo CR
apresentou aumento apenas após 2hs (C: 21,1±1,8;CR: 25,8±4,2) e 24hs (C: 52,7±3,5;CR:
61,3±6,4). Partindo da hipótese que a desnutrição perinatal pode ser um fator predisponente
ao surgimento de distúrbios alimentares, nossos resultados podem confirmar essa relação
particularmente em relação à compulsão alimentar. Com o modelo experimental utilizado
podemos demonstrar que a desnutrição perinatal programa o organismo para adaptações mais
intensas à utilização e aquisição de energia frente a episódios de restrição alimentar. Quando
esses episódios são recorrentes e intermediados por períodos de realimentação poderão
conduzir o organismo ao desenvolvimento de um quadro patológico de compulsão alimentar

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8146
Date31 January 2010
CreatorsFECHINE, Madge Farias
ContributorsSOUZA, Sandra Lopes de
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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