Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T05:12:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1
295083.pdf: 1153065 bytes, checksum: 74d3e21a8a5eaa85f401ae642e75447a (MD5) / Esta tese procura problematizar as relações possíveis entre os escritos da intimidade e as crônicas de Lima Barreto com seu último romance publicado em vida: Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá. A microleitura social, típica de Lima Barreto e praticada ao longo de anos nas páginas da intimidade e nas crônicas, atravessa Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá (1919) e a estrutura deste romance quase sem enredo, composto de percepções do cotidiano e recordações memorialísticas. Não é um romance panfletário como Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), nem tampouco um romance escrito dentro dos pressupostos realistas como Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911/1915). Pelo contrário, em Vida e Morte, a percepção fragmentária da realidade, descolada da ação das personagens, que são meros expectadores do universo burguês-brasileiro em construção, é a forma assumida pelo romance para uma história que se escreve por outros caminhos. O bonde, o trem, os selos, a moda são pistas dos processos de modernização em que se inseria o país e se tornam tema das conversas aleatórias das personagens Gonzaga de Sá e Augusto Machado. E, ao contrário do que muitos críticos pensam, não se trata do desconhecimento das regras do romance realista, mas sim de uma potencialidade explorada pelo autor de escrever um romance que travasse, em sua forma fragmentária e difusa, um diálogo intertextual com aqueles tempos eufóricos e que se aproveitasse das matérias colecionadas ao longo dos anos no Diário Íntimo (1953) e nas crônicas. / This thesis aims at questioning the possible relations between Lima Barreto#s personal writings and chronicles with Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá (1919), his last published novel. Though widely considered as minor genres, the private writings and chronicles are here seen as points of connections and development of his fictional work, but they also can sometimes be seen as potential works of fiction.The social micro reading, which is typical of Lima Barreto and clearly seen in his personal writings and chronicles, pervades Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá and it determines the novel#s structure with its uneventful plot, composed of insights into everyday life and of memory recollections. It is not a denunciatory novel as Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909) and neither a realist novel as Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915). Thus, the streetcar, the train, the stamps, and fashion are trails of the modernization process that Brazil was going through and they become the subject of the aleatory conversations between Gonzaga de Sá and Augusto Machado. On the contrary, in Vida e Morte, the fragmentary perception of reality, separated from the characters# actions who are mere observers of the Brazilian bourgeois universe under construction, is the form taken by the novel to tell a story that is written in a different mode. And this is so not because Lima Barreto ignored the rules of the Realist novel, as many critics state, but because he explored a potentiality of writing a novel that, in its fragmentary and diffuse form, would propose a intertextual dialogue with those euphoric times and that would take advantage of the subjects collected over the years in his personal writings and chronicles.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95708 |
Date | January 2011 |
Creators | Scheffel, Marcos Vinícius |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Weber, João Hernesto |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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