Return to search

Hume, Mach e Skinner: a explicação do comportamento.

Made available in DSpace on 2016-06-02T20:13:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1
DissCL.pdf: 1141798 bytes, checksum: 937f7ca204b0a90bbde9494a89d09b45 (MD5)
Previous issue date: 2004-03-17 / Financiadora de Estudos e Projetos / Radical behaviorism was presented as the philosophy of science of human behavior. This has
important consequences. One of them has to do with questions regarding scientific
explanation. The present essay essentially deals with the following question: what is the
model of explanation of radical behaviorism? Some characteristics of the explanation model
of behavior are examined, based on a discussion of the ideas of Skinner and two others
philosophers of science, to wit, David Hume and Ernst Mach. Hume offers a logical-empirical
critique of the concept of causality as necessary connection, by arguing that causal relations
can not be demonstrated on the basis of statements of fact. Moreover, experience does not
furnish the necessary causal link between cause and effect. He concludes the human
knowledge deals solely with constant relations. This critique was taken over by Skinner by
way of Mach s functional descriptivism . Mach s substitution of the concept of cause by that
of functional relations, and its consequent distinction between scientific explanation and
causal explanation is based on Hume s critique. One might also argue that Mach advances on
Hume s critique by asserting that the world is, in principle, probabilistic. Skinner, from the
beginning, offered an interpretation of behavioral theory as description in accordance with
Mach s philosophy of science. Accordingly, he limited himself to explaining behavior in
terms of functional relationships. However, it is argued that the explanation of behavior is not
only the discovery of functional relations. Skinner does not comply with the restrictions of
descriptivism when he offers an interpretation, beyond the bounds of mere functional
relations, of the origin of behavior, as is the case with philogenetic behavior and with cultural
practices. Accordingly, interpretation is included in radical behaviorism s explanatory system.
In this way, the theory of behavior, without rejecting descriptivism, may be associated with a
version of scientific instrumentalism. This is done via Mach in a somewhat surprising way.
Mach s emphasis on the notions of scientific concept and hypothesis leads us to a kind of
reticent instrumentalism which emerges as a reaction to the realist view of theories. As a
version of scientific instrumentalism, the theory of behaviorism can be seen as pragmatic, and
so radical behaviorism enters the field of ethics. The alliance of descriptivism and
instrumentalism rule out realist interpretations of the theory of behavior. A reading of
Skinner s theory from the perspective of the philosophical works of Hume and Mach also
weaken the association of radical behaviorism with the metaphysical determinism. It is
concluded that the model of selection by consequences is a functional, instrumental and
probabilistic, rather than causal, way of explaining behavior. / O behaviorismo radical se apresenta como a filosofia da ciência do comportamento humano.
Essa asserção tem decorrências importantes. Uma delas esbarra, imediatamente, em questões
concernentes à explicação científica. O presente trabalho trata essencialmente desta questão:
qual o modelo de explicação do comportamento defendido pelo behaviorismo radical?
Todavia, seu escopo é limitado. Foram examinadas algumas características do modelo
explicativo comportamental através de um debate travado entre Skinner e outros dois
filósofos da ciência, a saber: David Hume e Ernst Mach. Hume faz uma crítica lógicaempírica
do conceito de causalidade como conexão necessária, afirmando que as relações
causais, com respeito ao campo das questões de fato, não são passíveis de demonstração.
Somado a isso, a experiência não fornece os elos causais que conectam inelutavelmente a
causa ao efeito. Ao final, podemos tratar do conhecimento humano, apenas, em termos de
relações constantes. Essa crítica foi legada a Skinner através de suas relações com o
descritivismo funcional machiano. Mach incorporou a crítica de Hume ao substituir a noção
de causa pela de relações funcionais, operando uma desvinculação entre explicação científica
e explicação causal. É possível também argumentar que Mach avança a crítica de Hume
afirmando que o mundo é, em princípio, probabilístico. Skinner, desde o início de sua obra,
anunciou sua interpretação da teoria do comportamento como descrição nos moldes
machianos. Com isso, confinou-se a explicar o comportamento em termos de relações
funcionais. Entretanto, é possível identificar que a explicação do comportamento não se
resume à descoberta de relações funcionais. Skinner rompe os limites do descritivismo
interpretando a origem de comportamentos que ultrapassam descrições meramente funcionais,
como é o caso do comportamento filogenético e das práticas culturais. O behaviorismo radical
inclui no seu sistema explicativo a interpretação. Nesse sentido, a teoria do comportamento,
sem renegar o descritivismo, conjuga-se como uma versão do instrumentalismo científico. A
novidade está que o faz via relações com Mach. A ênfase dada por Mach com respeito às
noções de conceito e hipótese científicas, nos leva a encontrar uma espécie de
instrumentalismo reticente que emerge como uma reação à interpretação realista das teorias.
Como uma versão do instrumentalismo científico, a teoria do comportamento também se
afirma como um pragmatismo, que acaba inserindo o behaviorismo radical no campo da ética.
A conjugação das versões descritivistas e instrumentalistas impede interpretações realistas da
teoria do comportamento. Ademais, uma leitura da teoria de Skinner através dos textos
filosóficos de Hume e Mach afasta o behaviorismo radical de laços com o determinismo
metafísico. Conclui-se que o modelo de seleção por conseqüências se apresenta não como um
modo causal, mas como um modo funcional, instrumental e probabilista de explicação do
comportamento.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/4817
Date17 March 2004
CreatorsLaurenti, Carolina
ContributorsAbib, José Antônio Damásio
PublisherUniversidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Filosofia e Metodologia das Ciências, UFSCar, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0026 seconds