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Previous issue date: 2008 / Nas últimas décadas, a violência masculina contra as mulheres tem recebido crescente atenção como problema social de considerável magnitude que requer grandes esforços por parte dos governos e da sociedade para a sua superação. É um campo de estudo importante, sobretudo no que se refere às suas interfaces com a saúde, uma vez que provoca graves conseqüências para o bem estar e a saúde física e mental das mulheres. Os serviços de saúde, principais locais de acolhimento das queixas e dos problemas provocados pela exposição à violência, têm pouca sensibilidade para o problema e não acolhem adequadamente as vítimas. Este estudo teve como objetivo analisar a violência física, sexual e/ou psicológica, entre mulheres de 15 a 49 anos, usuárias de serviços do Programa Saúde da Família de Recife, de acordo com algumas características sócio-demográficas e sanitárias. Realizou-se um estudo transversal, de base populacional, com uma amostra de 2156 mulheres de 15 a 49 anos, representativa das usuárias do PSF nos seis distritos sanitários do Recife, atendidas entre 2005 e 2006. Utilizouse questionário padronizado pela Organização Mundial da Saúde, validado em outros países e no Brasil. Além da descrição das características da população estudada, foram analisados os principais fatores associados à violência contra as mulheres. Foram altas as prevalências de violência ocorrida alguma vez na vida (psicológica: 46,4 por cento; física: 35,8 por cento; sexual: 11,1 por cento; qualquer tipo: 52,2 por cento) e ocorrida no ano anterior à entrevista (psicológica: 70,8 por cento; física: 54,8 por cento; sexual: 55,4 por cento; qualquer tipo: 70,1 por cento). Os principais fatores associados à violência recorrente sofrida alguma vez na vida foram: ser preta (OR=1,94) ou parda (OR=1,89), estar sem parceiro (OR=3,73) ou unida (OR=3,22), nunca ter usado preservativo para prevenir Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST (OR=1,54), o parceiro já ter se recusado a usar preservativo (OR=1,99), uso de álcool ou outras drogas na gestação (OR=1,76), ter tido filhos nascidos com baixo peso (OR=1,84), ter sentido dor na relação sexual (OR=1,69) e dor no baixo ventre (OR=1,62) no mês anterior à entrevista e achar que vinda à unidade de saúde estar relacionada à violência sofrida (OR=3,95). Estes resultados revelam a alta magnitude do problema entre usuárias de serviços públicos de saúde, reiterando achados de estudos nacionais e estrangeiros. Os achados chamam a atenção, ainda, para a necessidade de reorganização dos serviços de saúde no sentido de identificar os casos e oferecer assistência adequada às mulheres vítimas de violência
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/3976 |
Date | January 2008 |
Creators | Gomes, Ana Paula Portella Ferreira |
Contributors | Brito, Ana Maria |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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