Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2014. / Made available in DSpace on 2014-08-06T18:00:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Introdução: A depressão é uma comorbidade frequente em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), porém pouco se sabe sobre esta interação na população estudada. Objetivos: Determinar a prevalência e fatores associados aos sintomas depressivos em indivíduos com DPOC, moradores da cidade de Florianópolis, SC, Brasil. Métodos: Um estudo transversal, de base populacional ("Respira Floripa"), representativo da população de moradores da cidade de Florianópolis, com idade superior a 40 anos, selecionou 1059 indivíduos, com os quais foram realizadas avaliações domiciliares. Dentre esses participantes, foram identificados indivíduos com e sem DPOC e com e sem sintomas depressivos. O diagnóstico de DPOC foi realizado por meio de exames espirométricos, cujo critério foi uma relação VEF1/CVF < 0,70 pós-broncodilatação. O rastreamento de sintomas depressivos, pela Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão, subescala depressão (HADS-D), cujo critério foi um escore >8 pontos. Resultados: A prevalência de sintomas depressivos, em termos percentuais, foi maior nos participantes com diagnóstico de DPOC (29,3%) do que naqueles sem DPOC (22,7%), no entanto, a diferença entre os grupos não foi estatisticamente significativa (p=0,2). Já a prevalência de sintomas depressivos foi menor no grupo de participantes saudáveis, quando comparado ao grupo não saudável sem DPOC e ao grupo com DPOC (17,2%; 25,5% e 29,3% respectivamente) (p=0,005). Nos pacientes com DPOC, a prevalência de sintomas depressivos foi significativamente maior entre os participantes do sexo feminino (p<0,001), com maior faixa etária (p<0,001), com menor nível de escolaridade (p=0,001), tabagistas (p<0,001), com histórico de tosse e expectoração crônicas (p<0,001), com história de dispneia (p<0,001), com história de sibilos no último ano (p<0,001) e naqueles que referiram possuir asma (p<0,001), cardiopatias (p=0,02), hipertensão (p=0,01) e úlcera/gastrite (p=0,006). Participantes com diagnóstico funcional de DPOC com sintomas depressivos caracterizaram-se por: apresentar pior percepção do próprio estado de saúde, maior comprometimento das atividades físicas (atividades do dia a dia e subir escadas), por referirem mais dor e maior interferência do estado de saúde no trabalho, por fazerem menos do que gostariam como consequência dos problemas emocionais. Também relataram sentir menos energia, ter mais ansiedade, desanimo e depressão por mais tempo e socializar menos por causa da saúde (todos p=0,001). Conclusão: Este estudo demonstra que a prevalência de sintomas depressivos na população com idade superior a 40 anos, em Florianópolis, é elevada, no entanto, a prevalência de sintomas depressivos nos participantes com DPOC e nos sem DPOC, é similar. Uma maior prevalência de sintomas depressivos nos participantes portadores de DPOC esteve associada às variáveis: sexo, idade, tabagismo, sintomas, número e tipo de comorbidades e afetou negativamente os componentes físicos e mentais do estado de saúde. Estes resultados são suficientes para justificar a investigação clínica rotineira de sintomas depressivos em pacientes com DPOC provenientes da comunidade.<br> / Abstract : Background: Depression is a common comorbidity in patients with chronic obstructive pulmonary disease (COPD), but little is known about this in the Brazilian population. Objectives: To determine the prevalence and associated factors to depressive symptoms in individuals with COPD, living in the city of Florianópolis, SC, Brazil. Methods: A cross-sectional population-based study ("Breathe Floripa"), representative of the aged over 40 population of Florianópolis, selected 1059 residents, with which home assessments were conducted. Among these participants, individuals with and without COPD and with and without depressive symptoms were identified. The diagnosis of COPD was established by spirometric tests, whose criterion was a FEV1/FVC <0.70 postbronchodilation. Screening for depressive symptoms was conducted with the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS-D), whose criterion was a score of > 8 points. Results: The prevalence of depressive symptoms was higher in participants with diagnosed COPD (29.3%) than in those without COPD (22.7%), however, the difference between groups was not statistically significant (p=0.2). The prevalence of depressive symptoms was lower in the group of healthy participants, when compared to the unhealthy group without COPD and to the COPD group (17.2%, 25.5% and 29.3% respectively) (p=0.005). In subjects with COPD, the prevalence of depressive symptoms was significantly higher among female participants (p<0.001), older (p<0.001), with lower education levels (p=0.001), smokers (p<0.001) with a history of chronic cough and sputum (p<0.001), with a history of dyspnea (p<0.001), with a history of wheezing during the last year (p<0.001) and also among those who reported having asthma (p<0.001), heart disease (p=0.02), hypertension (p=0.01) and ulcer/gastritis (p=0.006). Participants with functional diagnosis of COPD who had depressive symptoms, characterized by having poorer perception of their own health status, greater impairment in physical activities (activities of daily life and climbing stairs), by referring more pain and greater interference of the state of health at work, for doing less than they would like as a result of emotional problems. They also reported feeling less energy and feel longer anxiety, discouragement and depression, having socialized less because of health (all p=0.001). Conclusion: This study confirms that the prevalence of depressive symptoms in the Florianópolis population aged over 40, is high. However, the prevalence of depressive symptoms in participants with COPD and without COPD was similar. The higher prevalence of depressive symptoms in participants with COPD was associated with the following variables: sex, age, smoking, symptoms, number and type of comorbidities and it had significant impact on the perception of their own health status, in both physical and mental aspects. These results are sufficient to justify the routine clinical investigation of depressive symptoms in COPD patients from the community.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/123265 |
Date | January 2014 |
Creators | Matte, Darlan Laurício |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Pizzichini, Marcia Margaret Menezes, Pizzichini, Emilio |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 119 p.| il., grafs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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