Este trabalho parte de uma reflexão acerca da noção de espaço público a fim de debater, em dois níveis, tal conceito. Em uma primeira problematização, buscaremos evidenciar a dimensão de gênero presente na acepção dominante de espaço público ao questionar os parâmetros históricos de constituição da dicotomia público-privada como uma tecnologia de produção de espaços generificados tradicionalmente cindida entre homens-públicos e mulheres-privadas. A discussão sobre a instauração destas esferas separadas é tratada à luz da história, geografia e teoria feminista, bem como dos recentes estudos que associam as teorias de gênero a reflexões do campo da arquitetura e urbanismo. Em um segundo nível de argumentação, buscaremos vislumbrar de que maneira um modelo agonístico de democracia, preconizado por Chantal Mouffe (2013) pode ser posto em marcha a partir de práticas artísticas críticas que evidenciam o caráter sempre dissensual e disputado do espaço público. Ao considerá-lo enquanto lócus de disputas, a arte crítica (MOUFFE, 2013; RANCIÈRE, 2012) produzida em espaços urbanos por artistas feministas desponta como possibilidade de produção de dissensos (RANCIÈRE, 1996) que tornam visíveis os limites da noção hegemônica e consensual pressuposta nos termos de espaço público. A partir de imagens produzidas em performances realizadas em diferentes espaços públicos, apresentamos quatro montagens de imagens de quatro artistas visuais como modo de tramar relações visuais e teóricas que emergem da contestação pública destas ações. As montagens são analisadas à luz dos conceitos de práticas artísticas agonísticas (MOUFFE, 2013), dissenso (RANCIÈRE, 1996) e partilha do sensível (RANCIÈRE, 2009) / This work starts from a reflection about the notion of public space in order to discuss it, at two levels. In a first level, we seek to highlight the gender dimension within the dominant common sense of public space by questioning the historical parameters of constitution of the public-private dichotomy as a technology producing gendered spaces, traditionally divided between public men and private women. The establishment of these separate spheres is approached in the light of feminist history, geography, and theory, as well as recent studies that associate gender theories within the architecture and urbanism fields. In a second level of argumentation, we seek to see how an agonistic model of democracy, advocated by Chantal Mouffe (2013), can be set off from critical artistic practices that evidence the ever dissensual and disputed character of public space. In considering it as a locus of disputes, the critical art (MOUFFE, 2013; RANCIÈRE, 2012) produced in urban spaces by feminist artists emerges as a possibility of dissent production (RANCIÈRE, 1996) that makes visible the limits of the hegemonic and consensual notion assumption in the hegemonic terms of public space. Starting from images produced in artistic performances performed in different public spaces, we present four montages of images of four visual artists as a way of plotting visual and theoretical relations that emerge from the public contestation of these actions. The assemblies are analyzed in the light of the concepts of agonistic artistic practices (MOUFFE, 2013), dissent (RANCIÈRE, 1996) and the distribution of the sensible (RANCIÈRE, 2009)
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/179532 |
Date | January 2018 |
Creators | Garcia, Carolina Gallo |
Contributors | Marzulo, Eber Pires |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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