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O Brasil lê María Luisa Bombal : o sistema e suas traduções

Este trabalho propõe compreender a tradução e a recepção das novelas de María Luisa Bombal no Brasil por meio de um enfoque duplo: manipulação do texto e manipulação da fama literária, tomando por base os postulados teóricos de Lefevere. Para tanto, os seguintes textos traduzidos são comparados entre si e com seus originais: Entre a vida e o sonho (tradução de House of mist, feita por Carlos Lacerda, para a editora Irmãos Pongetti, en 1949), duas traduções de A última névoa (La última niebla) - uma da editora Difel, datada de 1985, e que apresenta Neide T. M. González como tradutora; outra, de 2013, assinada por Laura Janina Hosiasson para a Cosac Naify – e duas traduções de A amortalhada (La amortajada): uma, de 1986, traduzida por Aurora Fornoni Bernardini e Alicia Ferrari del Pardo, para a Difel; outra, de 2013, de Laura Janina Hosiasson e publicada pela Cosac Naify na mesma edição de A última névoa. Esta pesquisa segue modelo próprio, baseado no método comparatista, mas sem vinculação com uma teoria ou uma metodologia específica, o que seria reducionista. Seguindo Berman, esta tese é caracterizada por sua heterogeneidade e ausência de forma, em função de seu compromisso com a extrapolação da análise ingênua que avalia diretamente e confronta textos sem compreender o sistema ou o porquê desse sistema. Portanto, não somente os textos, mas também o sistema em que eles se inserem são analisados sob uma perspectiva complexa e atenta à história, à sociedade, à poética com a qual esses textos dialogam, e também à instituição, suas regras e seus mecanismos de sanções e recompensas nem sempre explícitos Evan-Zohar, Toury, Bourdieu, Venuti, Bassnett e Lefevere são alguns dos teóricos em que se fundamentam essas análises. O conceito de tradução que, de modo invisível, assume o papel de tertium comparationis é abordado nos dois primeiros capítulos: o segundo, mais contemporâneo; o primeiro, dedicado à sua evolução histórica, de Roma até a emergência dos estudos de tradução como campo específico. Os esforços de compreensão da história e da história da tradução, que flutuam por todas as páginas desta tese, são dirigidos ao sistema-alvo, o sistema brasileiro, quando das análises sobre a tradução de Carlos Lacerda (quarto capítulo) e as traduções provenientes da língua espanhola (quinto capítulo). No entanto, e apesar de que os textos se escrevem em uma língua e se inscrevem em uma cultura, a tradução literária se deve ocupar da obra, e toda tradução de obra é uma tradução de texto autoral. María Luisa Bombal é a força motriz de todas as discussões desta tese, mas o terceiro capítulo lhe é totalmente dedicado: autora, obra, idioleto, ideologia, capitais incorporados, relações com as tradições literárias, com seus contemporâneos, com os agentes literários, com a cultura de massa e com a tradução. Enquanto isso, e ao longo de todos os capítulos, são apresentadas reflexões sobre o fenômeno tradutório para além do linguístico, como fato social e não desvinculado de ideologias e interferências por parte da censura, do mecenato, e da tradução mesma, como ato carregado de violência epistêmica especialmente quando se fala por ou se fala para o subalterno. / Este trabajo propone comprehender la traducción y la recepción de las novelas de María Luisa Bombal en Brasil por medio de una doble mirada: manipulación del texto y manipulación del canon literario, tomando por base los postulados teóricos de Lefevere. Para cumplirlo, los siguientes textos traducidos son comparados entre sí y con sus originales: Entre a vida e o sonho (traducción de House of mist, hecha por Carlos Lacerda, para Irmãos Pongetti, en 1949), dos versiones de A última névoa (La última niebla, en dos traducciones: una, de 1985, firmada por Neide T. M. González para la editora Difel, y otra, de 2013, de Laura Janina Hosiasson para Cosac Naify) y dos versiones de A amortalhada (La amortajada, en una traducción de Aurora Fornoni Bernardini y Alicia Ferrari del Pardo, para la Difel, en 1986; y otra, de 2013, de Laura Janina Hosiasson, publicada por Cosac Naify en la misma edición de A última névoa). Esta investigación sigue un modelo propio, basado en el método comparatista, sin vincularse a una teoría o metodología específica, lo que sería reduccionista. Siguiendo Berman, esta investigación se caracteriza por su heterogeneidad y ausencia de forma, puesto su compromiso con extrapolar el análisis ingenuo que evalúa directamente y confronta textos sin comprehender el sistema o el porqué de este sistema. Por lo tanto, no solamente los textos, sino también el sistema en que ellos se insieren son analizados desde una perspectiva compleja y con atención a la historia, la sociedad, la poética con la que ellos dialogan y la institución, sus reglas y sus mecanismos de sanciones y recompensas no siempre explicitados. Evan-Zohar, Toury, Bourdieu, Venuti, Bassnett y Lefevere son algunos de los teóricos en que se fundamentan esos análisis El concepto de traducción que, de modo invisible, asume el papel de tertium comparationis es abordado en los dos primeros capítulos, siendo el segundo más contemporáneo y el primero dedicado a su evolución histórica, desde Roma hasta la emergencia de los estudios de traducción como campo específico. Los esfuerzos de comprensión de la historia y de la historia de la traducción, que flotan por todas las páginas de esta tesis, son dirigidos hacia el sistema meta, el sistema brasileño, para los análisis sobre la traducción de Carlos Lacerda (cuarto capítulo) y las traducciones provenientes del idioma español (quinto capítulo). Sin embargo, y a pesar de que los textos se escriban en una lengua y se inscriban en una cultura, la traducción literaria se debe ocupar de la obra, y toda traducción de obra es una traducción de texto autoral. María Luisa Bombal es la potencia motriz de todas las discusiones de esta tesis, pero el tercer capítulo le está totalmente dedicado: autora, obra, idiolecto, ideologías, capitales incorporados, relaciones con las tradiciones literarias, con sus contemporáneos, con los agentes literarios, con la cultura de masas, con la traducción. Mientras tanto, y a lo largo de todos los capítulos, se plantean reflexiones sobre el fenómeno traductor más allá de lo lingüístico, como hecho social y no desagregado de ideologías e interferencias por la censura, el mecenazgo y por la traducción misma, como acto cargado de violencia epistémica especialmente cuando se habla por o se habla para el subalterno.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/156329
Date January 2017
CreatorsKahmann, Andrea Cristiane
ContributorsRodrigues, Sara Viola
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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