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Previous issue date: 2003 / O século XIX, mais do que qualquer outra época, experimentou a gestação da maioria de nossos projetos de nação, estruturados a partir da emancipação política da nova pátria. Diversos intelectuais militaram nessa árdua tarefa de desenhar uma nova face de um Brasil com identidade própria, embora calçada sob um viso europeu. Entre esses gestores da nova identidade brasileira, um dos mais importantes foi o General José Vieira Couto de Magalhães (1837-1898), homem de Estado, político do Império e folclorista. Nesta dissertação, busco circunscrever a principal obra de Couto de Magalhães, O Selvagem (1876), nos cânones romântico e evolucionista de sua época, dentro de um projeto de "civilização" dos índios da Amazônia e o conseqüente momento de integração cultural desses povos e seus descendentes à população brasileira. Por mais que a principal justificativa da obra fosse um estudo sobre a incorporação do indígena às atividades rentáveis da economia nacional, o autor acabou por enfatizar a compreensão da língua como estratégia fundamental para atração pacífica das populações tidas então com "selvagens". Transitando entre o inventário racial e a tradução cultural dos grupos indígenas brasileiro, Couto de Magalhães buscava valorizar esse arsenal lingüístico como o mais verdadeiro e autêntico representante da nacionalidade brasileira. A análise é feita no sentido de entender quais os limites da tentativa de tradução que o autor se propôs a fazer das lendas indígenas para o mundo dos brancos, no intuito de legitimar sua escolha do índio como símbolo de nossa identidade. / The century XIX, more than any other time, tried the gestation of most of our nation projects, structured starting from the political emancipation of the new homeland. Several intellectuals militated in that arduous task of drawing a new face of a Brazil with own identity, although based under an European vision. Among those managers of the new Brazilian identity, one of the most important was the General José Vieira Couto de Magalhães (1837-1898), man of State, political of the Empire and one of the initiators of the folkloric among us. In this dissertation, I try to bound the main work of Couto de Magalhães, The Savage (1876), in the romantic canons and evolucionist of his time, inside of a project of " civilization " of the Indians of the Amazon and the consequent moment of cultural integration of those people and their descendants to the Brazilian population. No matter how much the main justification of the work was the study about the incorporation from the native to the profitable activities of the national economy, the author ended for emphasizing the understanding of the language as fundamental strategy for the peaceful attraction of the populations had then as " savages "; between the racial inventory and the cultural translation of the Brazilian indigenous groups, Couto de Magalhães looked for to value that linguistic arsenal as the truest and authentic representative of the Brazilian nationality. The analysis is made in the sense of understanding which the limits of the translation attempt that the author intended to do of the indigenous legends for the world of the whites, in the intention of legitimating his choice of the Indian as symbol of our identity.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/2474 |
Date | 01 December 2003 |
Creators | HENRIQUE, Márcio Couto |
Contributors | MAUÉS, Raymundo Heraldo |
Publisher | Universidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, UFPA, Brasil, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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