A administração do componente bacteriano lipopolissacarídeo (LPS) durante o início de vida é um modelo animal comumente utilizado de infecção precoce. Os efeitos desse tratamento sobre o comportamento exploratório têm sido geralmente observados em ratos adultos. Contudo, sabe-se pouco sobre esses efeitos em etapas importantes do desenvolvimento como a adolescência. O presente trabalho analisou o efeito da inoculação repetida de LPS em ratos recém-nascidos, sobre o comportamento exploratório. No primeiro experimento, filhotes machos de ratos Wistar foram distribuídos em três grupos (N = 12) e receberam injeções intraperitoneais de solução veículo (PBS) ou de LPS (E. coli; 0,05 mg/kg), ou foram mantidos sem tratamento, nos dias 3 e 5 de vida. Na adolescência, entre os dias 40 e 46 de vida, os animais foram expostos aos seguintes testes comportamentais: labirinto em cruz elevado, campo aberto, reconhecimento de objeto novo, tábua de buracos, gradiente de aversão elevado e nado forçado. Os resultados mostraram que ratos adolescentes expostos a esse paradigma de inoculação exibiram um perfil de comportamento impulsivo caracterizado pelo aumento de locomoção, exploração de áreas abertas e baixa neofobia, quando comparados com os animais dos grupos controle. Esses animais exibiram também um estilo ativo de lidar com o estresse na primeira sessão do nado forçado. Semelhante ao procedimento utilizado no primeiro experimento, um segundo experimento foi realizado para determinar se uma inoculação diária mais prolongada de LPS (dias 2 a 7 de vida) poderia alterar o comportamento exploratório na adolescência. Os resultados mostraram que uma inoculação intensa alterou o estilo de enfrentamento do estresse em ratos adolescentes. Durante a primeira sessão do nado forçado, os ratos tratados com LPS escalaram durante menos tempo e permaneceram mais tempo na postura imóvel, quando comparados com animais dos grupos controle. No conjunto, os resultados dos dois experimentos mostraram que manipulações repetidas no início de vida podem aumentar a atividade exploratória e que a inoculação precoce de LPS resulta em aumento do número de levantadas. Discute-se o papel das citocinas no início de vida sobre o desenvolvimento de componentes relacionados à resposta de estresse, bem como a importância da experiência precoce com organismos infecciosos na elaboração de respostas adaptativas à novidade na adolescência. / The administration of the bacterial component lipopolysaccharide (LPS) during early life is a commonly used animal model of early infection. The effects of this treatment on exploratory behavior have generally been observed in adult rats. However, little is known about these effects on important stages of development such as adolescence. The present study analyzed the effect of repeated inoculation of LPS in newborn rats on the exploratory behavior. In the first experiment, male Wistar rat pups were divided into three groups (N = 12) and received intraperitoneal injections of either vehicle solution (PBS) or LPS (E. coli; 0.05 mg/kg) or were left undisturbed at 3 and 5 days of age. In adolescence, between 40 and 46 days of age, the animals were exposed to the following behavioral tests: elevated plus-maze, open-field, novel-object exploration task, hole-board, elevated aversion gradient and the forced swim test. The results showed that adolescent rats exposed to this paradigm of early inoculation exhibited a profile of impulsive behavior characterized by increased locomotion, high exploration of open areas and low neophobia when compared with control group animals. These animals also exhibited an active style of coping with stress in the first session of the forced swim test. Similar to the procedure used in the first experiment, a second experiment was conducted to determine whether prolonged daily inoculation of LPS (2 to 7 days of age) could alter the exploratory behavior during adolescence. The results showed that prolonged inoculation altered the stress coping style in adolescent rats. During the first session of the forced swim, rats treated with LPS spent less time climbing and spent more time in immobile posture, as compared with the control group animals. As a whole, the results of both experiments showed that repeated manipulations in early life may increase exploratory activity and early LPS inoculation leads to increased number of rearings. The role of cytokines in early life on the development of components related to stress response is discussed together with the importance of early experiences with infectious organisms in the development of adaptive responses to novelty during adolescence.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-27042011-151313 |
Date | 28 January 2011 |
Creators | Javier Leonardo Rico Rodriguez |
Contributors | Silvio Morato de Carvalho, Marcus Lira Brandao, Celio Roberto Estanislau, Francisco Juarez Ramalho Pinto, Ricardo Luiz Nunes de Souza |
Publisher | Universidade de São Paulo, Psicobiologia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0033 seconds