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Dissertação E. Guirra.pdf: 534784 bytes, checksum: 4b3d4c3ad529c684dfb1e28d51d96bdd (MD5) / A família Arecaceae C. H. Schutz-Schultzenberg abrange atualmente
200 gêneros, aproximadamente 2.800 espécies (Medeiros-Costa, 2002) e compreende as plantas popularmente conhecidas como palmeiras.
Originárias da América do Sul, apresentam distribuição pantropical, acompanhada de grande variedade morfológica. Nas florestas dos neotrópicos, o grupo destaca-se em termos de diversidade, abundância e riqueza. Nesses ambientes, as palmeiras são bem representadas tanto na composição estrutural quanto funcional dos habitats (Bernacci et al, 2008).
No século XVIII, Humboldt ao viajar pela região neotropical, chama a atenção para a íntima relação existente entre os índios Guaraon e Mauritia flexuosa L., a palmeira buriti (Balick, 1984). Esta relação poderia
ser explicada pela variedade de produtos obtidos a partir dessa planta, que
estão distribuídos entre diversas categorias de uso como alimentação, forragem, medicinal, construção, artesanal e paisagístico.
Órgãos reprodutivos quanto vegetativos das palmeiras são aproveitados como produtos florestais não-madeireiros (PFNMs), os quais
apresentam-se como alternativa sustentável ao uso dos solos, já que sua exploração não exige prática de corte ou queima da vegetação, como geralmente acontece na agricultura convencional (Sampaio, 2008) .
Uma grande diversidade de espécies nativas de Arecaceae pode ser encontrada no Brasil, o qual se destaca pelo importante uso comercial e de subsistência, tanto de produtos processados como in natura. Na flora da
Bahia, encontram-se registrados 15 gêneros, sendo 8 espécies encontradas no semiárido (Noblick,1991). Todas elas apresentam importância na economia local, destacando as espécies Syagrus coronata (Mart.) Beccari,
popularmente conhecido como licurí, e Syagrus vagans (Bond.) Haweker, o licurioba. Essas duas espécies juntas respondem por 90% dos recursos econômicos gerados a partir do extrativismo de palmeiras, para a população da caatinga (Bondar 1939a, Noblick 1986,Crepaldi 2001).
O licurí é uma palmeira nativa de região semiárida com distribuição que vai do norte de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas até o sul de Pernambuco, limitada a oeste pelo rio São Francisco, ocorre na vegetação da caatinga e matas semidecíduas, bem como na transição com a restinga e cerrados (Noblick,1991; Lorenzi et al., 2004). A primeira referência de sua importância econômica para comunidades tradicionais foi citada por Sousa em 1587 no Tratado descritivo do Brasil.
Recentemente em levantamento etnobotânico, realizado no estado de Pernambuco junto à tribo Fulni-ô, verificou-se que o licurí apresenta treze formas de usos distribuídos nas categorias tecnologia e construção. As
folhas são as principais matérias primas, usadas na confecção de artesanato e representam importante fonte de renda para essa comunidade indígena (Silva, 2003).
Muitos autores concordam que o conhecimento tradicional das comunidades humanas é importante na conservação dos ecossistemas; visto que, geralmente, estas comunidades frequentemente preocupam-se com a renovação dos recursos explorados (Albuquerque, 2001). No entanto, em casos como o da comunidade indígena Fulni-ô, as alterações introduzidas
no habitat, associadas aos muitos tipos de exploração desordenada, têm impactado populações locais de algumas espécies vegetais como o licurí (Rufino, 2007), o que tem levado esse grupo indígena a comprar folhas dessa palmeira, oriundas do estado de Alagoas, para confecção do artesanato (Silva, 2003).
A sobrevivência de indivíduos em estádio reprodutivo é o parâmetro demográfico que mais influencia o crescimento populacional de espécies com ciclo de vida longo, como é caso do licurí (Silvertown et al., 1993;Menges & Quintana –Ascencio, 2004; Adams et al., 2005). Visto que, é a produção de frutos que mantém o banco de sementes e variabilidade
genética da espécie.
Em áreas de intenso extrativismo, o processo reprodutivo pode ser afetado diretamente, pela retirada dos frutos e inflorescências, ou indiretamente, pela retirada de órgãos vegetativos como folhas e raízes. Os efeitos podem ser observados na redução da produtividade primária, na alteração dos ciclos de reprodução ou de recrutamento.
Assim, é esperado que nas proximidades das comunidades extrativistas a proporção de indivíduos adultos seja superior às outras fases do desenvolvimento, visto que a coleta de frutos ou órgão vegetativos pode afetar negativamente estabelecimento de indivíduos jovens.
O presente trabalho objetiva inventariar o conhecimento tradicional e avaliar as possíveis implicações da atividade extrativista sobre a estrutura populacional, densidade e viabilidade das sementes do solo de Syagrus coronata ( Mart.) Beccari em uma região de caatinga. / Salvador
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/12698 |
Date | 22 August 2013 |
Creators | Silva, Emanuela Guirra |
Contributors | Oliveira, Maria Aparecida José |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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