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Mídia e risco à saúdeo caso dos emagrecedores

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Previous issue date: 2015 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Os inibidores de apetite a base de anfetamina (Femproporex, Anfepramona, Mazindol) foram comercializados no Brasil durante mais de 30 anos. Já a Sibutramina é um medicamento mais recente, cuja entrada no mercado brasileiro data de 1998. Em 2010, a partir de um estudo que avaliou o risco da utilização da Sibutramina entre pacientes obesos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inicia um processo de revisão da avaliação de risco relativa a esses quatro medicamentos. No ano seguinte, após um longo processo de discussão com os atores e setores interessados, a autoridade sanitária decide pelo cancelamento do registro dos três inibidores de apetite a base de anfetamina e pela manutenção da sibutramina no mercado, com ampliação do controle sobre a dispensação do produto. Três anos depois, em 2014, o Congresso Nacional apresenta um entendimento diferente em relação ao perfil de segurança/ risco desses medicamentos e, por intermédio de um decreto legislativo, anula a resolução da Anvisa e autoriza a volta dos anorexígenos ao mercado brasileiro. O presente trabalho teve por objetivo analisar como os sentidos sobre risco foram construídos pelos jornais diários durante a cobertura noticiosa da controvérsia relativa aos emagrecedores, considerando esses dois momentos antagônicos. Para tanto, analisamos 25 notícias produzidas nos anos de 2011 e 2014, comparando os discursos veiculados para identificar as vozes contempladas, os modos de dizer e as redes de sentido mobilizadas
A análise qualitativa dos textos foi feita com base nos postulados centrais da Semiologia dos Discursos Sociais. Os resultados apontam para uma linearidade na forma como a imprensa escrita enquadra a controvérsia dos emagrecedores: como uma questão \2018política\2019 e não científica; sem aprofundar as discussões epidemiológicas relativas ao perfil de segurança/risco dos medicamentos; a partir da polarização do debate entre favoráveis e contrários à proibição dos emagrecedores; por meio da valorização da voz de experts e fontes institucionais em detrimento do \2018doente\2019 e do público leigo; a partir de um olhar que demoniza a obesidade e postula a necessidade de tratála com todas as alternativas terapêuticas disponíveis. O discurso do risco está presente na maioria dos textos, mas não assume o centro da cena discursiva, dando lugar a uma cobertura \2018política\2019 que privilegia os conflitos de interesse entre os atores envolvidos, os embates travados com a autoridade sanitária e as contradições do processo. As controvérsias científicas relacionadas ao risco de utilização dos emagrecedores restam suprimidas do debate midiático / The appetite suppressants amphetamine base (femproporex, Amfepramone, Mazindol) were
sold in Brazil for more than 30 years. Sibutramine is a newer drug and it’s entry into the
Brazilian market date of 1998. In 2010, based on a study that evaluated the risk of the use of
sibutramine in obese patients, the National Health Surveillance Agency (Anvisa) starts a
process to review the risk assessment of these four drugs. The following year, after a long
process of discussion with the actors and interested sectors, the health authority decides to
cancel the registration of the three appetite suppressants amphetamine base and to keep trade
of sibutramine in the brazilian market with greater control over the sale of the product. Three
years later, in 2014, Congress has had a different understanding regarding the risk of these
drugs and, through a legislative decree, annulled the resolution of Anvisa and authorized the
return of the appetite suppressants to the Brazilian market. This study aimed to analyze how
the meanings of risk were built by daily newspapers during the coverage of the appetite
suppressants controversy, considering these two antagonistic moments. Therefore, we
analyzed 25 newspaper articles produced in the years of 2011 and 2014, comparing the
speeches to identify contemplated voices, ways of saying and meaning networks mobilized.
The qualitative analysis of those texts was based on the central tenets of Semiotics of Social
Discourses. The results point to a linearity in the way the print media fits the controversy: as a
'political' and not scientific matter; without reinforce epidemiological discussions regarding
the risk of medicines; by the polarization of the debate; by valuing the voice of experts and
institutions at the expense of the 'patient' and the lay public; by a vision that demonizes
obesity and posits the need to treat it with all available therapeutic alternatives. The discourse
of risk is presented in most of the texts, but do not assumes the center of the discursive scene,
resulting in a ‘political’ coverage that favors the conflicts between the actors involved, the
battles fought with the health authority and the contradictions of the process. Scientific
controversies related to the risk of using diet pills remain suppressed by
the media debate.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/14367
Date January 2015
CreatorsAmaral, Vanessa Melo do
ContributorsLaguardia, Josué, Cardoso, Janine Miranda, Lerner, Kátia, Russo, Jane, Laguardia, Josué, Cardoso, Janine Miranda
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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