A violência doméstica contra mulher foi considerada em 1993, pelas Nações Unidas como um problema de saúde pública, com uma freqüência elevada, com repercussões na mulher, sua família, na economia, na justiça e nos serviços de saúde. A mulher submetida à violência doméstica, seja violência física, mental ou sexual, tem sérias repercussões em sua saúde, principalmente na saúde mental e reprodutiva. Essas seqüelas da violência provocam sintomas que fazem com que a mulher procure auxílio reiteradas vezes nos serviços de atenção primária à saúde. Entretanto, o profissional não sente-se apto a tratar desta questão e os serviços de saúde não estão preparados para atender, diagnosticar e conduzir esses casos que freqüentemente chegam aos serviços. O estudo avalia a freqüência da violência doméstica contra a mulher, através da revisão de prontuários das mulheres atendidas no ano 2000 em dois serviços de atenção primária à saúde, um seguindo o modelo de assistência tradicional e o outro adotando a estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF). A prevalência de violência doméstica nos dois serviços é de 3,8%, não existindo diferenças no diagnóstico da violência. A partir desses casos, descreve-se o seu seguimento e daqueles que possuem sinais/sintomas ou situações de alerta para violência oculta, e pesquisa-se a presença de associações entre o seguimento e o local de atendimento e entre os sinais/sintomas, situações de alerta para violência de gênero e o registro de violência nos prontuários. O estudo demonstrou que existe associação entre o seguimento registrado e o local de atendimento, assim como a associação entre situações de alerta e presença de algum sinal/ sintoma de alerta para violência oculta. Discute-se a necessidade de realização de treinamento para as equipes, assim como a aplicação de 'screening' em mulheres com algum sintoma ou situação de alerta de violência no domicílio. / In 1993, the United Nations considered domestic violence against women as a public health problem of high incidence that has adverse impact on women, their families, economy, justice, and social services. Domestic violence against women, whether physical, psychological, or sexual, cause severe effects on their health, particularly on their mental and reproductive health. The consequences of violence cause symptoms that make women repeatedly seek help in primary healthcare facilities. However, professionals do not feel apt to deal with these issues and healthcare facilities are not prepared to provide care, diagnose, and handle these cases they often receive. This study assesses the frequency of domestic violence against women, by reviewing the records of women seen in the year 2000 in two primary health care facilities, one that follows a traditional model of care and another one that adopts the Family Health Program (PSF). The prevalence of domestic violence was 3.8%, in both facilities, and no differences were found in the diagnosis of violence. This study describes the follow-up of those cases, as well as of those which presented alarm signs/symptoms for hidden violence; it also investigated the presence of associations between follow-up and the site of care, and between signs/symptoms, alarm situations for hidden violence and the recording of violence in the records. The study showed that there is an association between the recorded follow-up and the site of care, as well as between alarm situations and the presence of some alarm sign/symptom for hidden violence. It discusses the need to provide training to staff, as well as screening women with some symptom or alarm for domestic violence.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-14052003-220208 |
Date | 27 January 2003 |
Creators | Santos, Luciane Loures dos |
Contributors | Vieira, Elisabeth Meloni |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.002 seconds