O uso de plantas aromáticas ricas em óleos essenciais (OE) como agentes saneantes ou conservantes remonta às civilizações antigas. Nos dias atuais, o aumento nos surtos de infecções em hospitais e creches, bem como da resistência bacteriana, aumentou também a demanda por desinfetantes. Os OE\'s são reconhecidos por sua atividade antimicrobiana, mas a maioria dos estudos foi realizada na fase líquida. Buscando aproveitar a característica de alta volatilidade dos OE´s, desenvolvemos uma metodologia para a avaliação da atividade antimicrobiana na fase vapor. Nesse sentido, utilizamos o OE extraído de Hesperozygis myrtoides (St.Hil. ex Benth.) Epling (Lamiaceae), uma espécie nativa com ocorrência nos estados do sudeste do Brasil. A planta foi coletada em Campos do Jordão e o óleo teve um rendimento médio de 1,99% (m/m), sendo os componentes majoritários pulegona (48,8%) e isomentona (16,2%). A atividade antimicrobiana foi comparada na fase líquida, pelo método da microdiluição em placa, com a fase vapor, pelo método da placa invertida modificado. Os resultados indicaram uma atividade mais potente para a fase vapor do que na fase líquida. Staphylococcus aureus apresentou CIM de 0,392 mg. L-1 na fase vapor e 19 mg. L-1 na líquida, já para Candida albicans foi 0,833 mg. L-1 , na fase vapor e 94,4 mg. L-1 na fase líquida. Entretanto, para Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Bacilus subtillis e Aspergillus brasiliensis os valores da CIM, em ambas as fases, foram acima de 100 mg. L-1, sendo então considerado inativo. A atividade antimicrobiana na fase vapor é mais intensa devido aos OE´s se ligarem diretamente ao microrganismo sem a interferência do solvente. A toxicidade do OE foi avaliada frente a células tumorais humanas de mama (MCF-7) e próstata (CP-3) e em células de fibroblastos murinos normais (BALB/3T3) e indicaram uma DL50 superior a 2.014 mg.Kg-1, podendo ser considerado seguro. A atividade antimicrobiana associada à baixa toxicidade é um forte indicativo que este OE pode ser utilizado para descontaminação ambiental na fase vapor, inclusive em ambientes habitados. / Aromatic plants rich in essential oils (EO) have been used as sanitizing agents or preservatives since early civilizations. Nowadays, the increase in infectious outbreaks in hospitals and nurseries, as well as the bacterial resistance has also increased the demand for disinfectants. EO\'s are known for their antimicrobial activity, but most reports is in the liquid phase. Due to the EO high volatility, we have developed a methodology for evaluating the antimicrobial activity in the vapor phase. In this sense, we use the Hesperozygis myrtoides (St.Hil. Ex Benth.) Epling (Lamiaceae) EO, a native species occurring in southeastern Brazil. The plant was collected in Campos do Jordão (SP) and the oil had an average yield of 1.99% (m/m) and as major components pulegone (48.8%) and isomenthone (16.2%). Antimicrobial activity was compared in the liquid phase, microdilution method, with the vapor phase, modified inverted plate method. The results indicated that the vapor phase was a more potent than the liquid. Staphylococcus aureus afforded MIC 0.392 mg. L-1 for the vapor phase and 19 mg. L-1 for the liquid phase, while for Candida albicans it was 0.833 mg. L-1 for the vapor and 94.4 mg. L-1 for the liquid. However, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Bacillus subtilis and Aspergillus brasiliensis had in both phases MIC\'s higher than 100 mg. L-1, considered then inactive. The vapor phase antimicrobial activity is more intense because the EO are free to directly bind with the microorganism without the solvent interference. Toxicity was evaluated against human breast tumor cells (MCF-7) and prostate cancer (PC-3) and with normal murine fibroblast cells (BALB/3T3) indicating a DL50 higher 2,014 mg.Kg-1, and it was considered safe. The antimicrobial activity associated with the low toxicity is a strong indication that this EO vapors can be used for environmental decontamination, even in inhabited places.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08092016-125335 |
Date | 01 September 2016 |
Creators | Marcos Aurélio Almeida Pereira |
Contributors | Paulo Roberto Hrihorowitsch Moreno, Edna Tomiko Myiake Kato, Ivana Barbosa Suffredini, Maria Claudia Marx Young |
Publisher | Universidade de São Paulo, Fármaco e Medicamentos, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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