O gato palheiro, Leopardus colocolo, é um felídeo neotropical de pequeno porte. A espécie possui uma ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde os Andes do Peru e da Bolívia, até o extremo sul da América do Sul. No Brasil, a distribuição da espécie ainda é incerta, porém sabe-se que ela ocorre na região centro-oeste e no estado do Rio Grande do Sul. Embora a taxonomia de L. colocolo gere controvérsias, sabe-se que algumas populações estão geneticamente estruturadas, provavelmente como resultado de longos períodos de isolamento. Em um estudo filogeográfico baseado em genes de DNA mitocondrial, a diferenciação genética entre os indivíduos do centro-oeste e do sul do Brasil foi evidenciada. Segundo este, estas populações apresentam-se fortemente estruturadas, com um baixo nível de fluxo gênico. No entanto, a análise exclusiva de marcadores de herança unicamente maternal utilizada neste estudo impossibilita a avaliação da real extensão da divergência evolutiva entre estas populações. Em razão disso, o presente estudo procurou avaliar, através do uso de marcadores moleculares de microssatélite, a variabilidade genética das populações de L. colocolo na região central e sul do Brasil e verificar a distribuição geográfica desta variabilidade, analisando processos de fluxo gênico, isolamento genético e estrutura populacional, a fim de auxiliar no desenvolvimento de planos de manejo e conservação para a espécie. A investigação genética deste estudo revelou uma alta variabilidade gênica nas populações, comparáveis a condições encontradas em populações de gatos-palheiros do oeste da América do Sul. Os níveis de divergência gênica entre as populações foram significativos. Na análise de agrupamento Bayesiano as populações brasileiras formaram clusters distintos. De modo geral, o estudo evidenciou a divergência genética entre as populações de gato-palheiro da região centro-oeste e sul do Brasil. Acredita-se que a expansão da Floresta Atlântica no final do Pleistoceno, início do Holoceno, separou as populações de L. colocolo do centro-oeste e do sul do Brasil, funcionando como uma barreira para o fluxo gênico dessa espécie entre as regiões, deixando a população do sul isolada. Com base nos resultados obtidos, sugerimos que as populações brasileiras sejam consideradas Unidades de Manejo independentes para a conservação efetiva da diversidade genética. Ainda, recomendamos que seja dada uma atenção especial à população do Rio Grande do Sul e Uruguai, pois populações isoladas estão mais propícias ao endocruzamento e perda da diversidade genética, o que diminui a viabilidade da população a longo prazo.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/143875 |
Date | January 2016 |
Creators | Sartor, Caroline Charão |
Contributors | Freitas, Thales Renato Ochotorena de, Trigo, Tatiane Campos |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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