Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. / Made available in DSpace on 2012-10-24T05:45:19Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Durante as últimas décadas os historiadores evitaram a palavra "causalidade", acreditando que uma asserção causal haveria necessariamente de conduzir a explicações deterministas, e fazendo assim, estariam negando o livre arbítrio do agente histórico. Por outro lado, filósofos têm se ocupado dessa questão, e procurado verificar de que maneira as relações causais estão presentes nas ciências humanas. Este trabalho apresenta uma breve história da idéia de causalidade na escrita da história, partindo desde as concepções metafísicas até as analíticas. Sobre estas últimas apresentarei alguns dos problemas comumente discutidos e ilustrá-los-ei com exemplos históricos. No segundo capítulo discutirei a abordagem neopositivista da história, que procurou equipará-la com as ciências físicas. Essa tese afirma que os historiadores, ao contrário do que normalmente se diz, deveriam se ocupar com as questões gerais, e buscar por leis causais, ainda que probabilísticas. Esse pensamento entende que a única fonte segura de conhecimento científico e, conseqüentemente de explicações causais, é o modelo nomológico-dedutivo. A partir de minhas leituras e críticas de alguns textos de Hempel e Nagel, procurarei demonstrar que o modelo proposto, batizado por Dray como "leis de cobertura", não se aplica em história devido à própria natureza do conhecimento histórico que não nos permite a confirmação de regularidades observáveis que levem a leis. Defenderei o uso de outras formas de fornecer explicações causais, como a noção de causa intencional. Esta última tem em Donald Davidson um de seus maiores defensores. Ele relaciona o mundo do mental com o físico e derruba a tradicional distinção entre causas e razões, propondo que razões podem ser causas, no sentido de que a intenção do agente causa seu movimento do corpo. Meu objetivo final é defender que a escrita da história faz uso de relações causais, mas que seus tipos de explicação causal não são nomológicos, mas de outro tipo, genéticos, intencionais, etc. Ao invés de recusar a causalidade, os historiadores deveriam rejeitar apenas a utilização de leis, visto que a natureza de suas explicações são descrições de eventos particulares de forma racional, mas não propriamente científica. A presença da causalidade nos textos históricos é a única forma de manter a história nos trilhos de uma atividade racional e que procura confirmar as teorias nas evidências empíricas.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92099 |
Date | January 2008 |
Creators | Maar, Alexander Weller |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Albieri, Sara |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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