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Bibliotecas fantásticas em chamas: Machado de Assis e Gustave Flaubert / Fantastic libraries on fire: Machado de Assis and Gustave Flaubert

Partindo do efeito de leitura percebido nas escrituras autorrreflexivas de Machado de Assis e Gustave Flaubert que, por meio de uma intensa solicitação a discursos já-escritos, pareciam escrever verdadeiros livros feitos de livros , o presente trabalho se propôs estudar a interdiscursividade dos autores, compreendida dentro de suas práticas de escrita e de leitura, a partir do que chamamos de biblioteca fantástica, num diálogo explícito com a teoria de Michel Foucault. Seguindo dois eixos principais, nos quais pretendíamos observar a obra dentro da biblioteca (o espaço das bibliotecas reais dos autores enquanto o lugar privilegiado da enunciabilidade das obras) e a biblioteca dentro da obra (a ficcionalização do livro e dos elementos concernentes ao sistema literário presente nas escrituras), fomos levados a entrever a relação tensional com o já-escrito operada pelas escrituras dos dois autores, aspecto reforçado pelo recurso a ardis ficcionais distintos, a saber, o autor ficcional machadiano e o discurso indireto livre flaubertiano. Ao longo de nosso percurso crítico, percebemos que a biblioteca fantástica dos autores estudados, construída no intervalo entre os dois citados eixos, mostrou-se reveladora da problemática concernente à enunciabilidade e à legibilidade das obras, já que a interdiscursividade de suas escrituras autorreflexivas questionava as formas naturalizadas ou impostas de escrever e de ler, recolocando a literatura enquanto questão. / Having as a starting point the reading effect of Machado de Asiss and Gustave Flauberts self reflecting narratives which, due to the intense recourse to other discourses, seem to be books made of other books , the aim of this work is to study these writers interdiscursivity practices, as observed in their writing and reading practices through the concept of the fantastic library, in an explicit dialogue with Michel Foucaults theory. Following two main paths from which we would like to observe the literary work inside the library (the space of the writers real libraries as a privileged viewpoint of their enunciability) and the library in the work (that is, the image of the book and of elements of the literary system represented in the books), we noticed a tense relationship with these other discourses in these two writers practices, which is reinforced by the recourse to different narratological devices such as the fictional author in Machado and free indirect style in Flaubert. As our analysis progressed, we perceive that the fantastic library of those authors, construed between those paths already mentioned, revealed some of the problems related to their enunciability and legibility, as the interdiscursivity of these self reflecting narratives questions not only naturalized or imposed manners of reading and writing but literature itself.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-06122012-140242
Date14 September 2012
CreatorsSchoeps, Luciana Antonini
ContributorsJorge, Veronica Galindez
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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