[pt] Esta dissertação investiga modos discursivos não figurativos de apresentação da dor para, a partir disso, dar a ver possíveis modalidades enunciativas de auto-expressão que, mesmo reagindo a uma crise da representação, põem em questão uma acepção de real enquanto irrepresentável. O estudo se debruça sobre escritos de três autores que no século XX responderam com diferentes ênfases à questão aqui abordada: Ludwig Wittgenstein, Antonin Artaud e Henry Miller. A problemática que se desenha nesse trabalho é provocada pela predileção de Wittgenstein pelo tema da dor em suas Investigações Filosóficas no tratamento do argumento da linguagem privada. Wittgenstein, nesse ponto, incita a uma reflexão que se dirija às manifestações de linguagem relativas à dor, que não sendo a representação de um mundo interior do indivíduo, constituem comportamentos exercitados em determinados jogos de linguagem que lhes dão pertinência. ―Como posso, pois, querer colocar a linguagem entre a dor e a manifestação da dor? (IF, 245). Em um primeiro momento, empreende-se uma reflexão que, a partir das advertências de Wittgenstein, dirigida a questionar uma defesa do irrepresentável, busca uma leitura dos modos discursivos do próprio Wittgenstein para a apresentação de ocasiões em que a expressão da dor pela linguagem não sendo sua representação é um comportamento perante a dor. E, num segundo momento, uma leitura de obras de Antonin Artaud e Henry Miller cujo tratamento da dor, em perspectiva dessa leitura de Wittgenstein, apresenta modalidades discursivas empenhadas numa expressão não figurativa e avessas a uma acepção do real como irrepresentável. / [en] This dissertation investigates non-figurative discursive ways of presentation of pain to see, go on from there, the possible modalities of enunciation of self-expression that, even reacting to a crisis of representation, call into question a sense of real as unrepresentable. The study focuses on the writings of three authors in the twentieth century responded with different emphasis to the issue addressed here: Ludwig Wittgenstein, Antonin Artaud and Henry Miller. The issue that is shaping this work is caused by the predilection of Wittgenstein for the theme of pain in his Philosophical Investigations in the treatment of private language argument. Wittgenstein at this point calls for a reflection that addresses the manifestations of language related to pain, not being the representation of individual s inner world, constitutes behaviors exercised in specific language games that give them relevance. ―How I can even attempt to interpose language between the expression of pain and the pain? (PI, 245). First of all, it proposes a reflection that, from Wittgenstein s warnings, addressed to question a defense of the unrepresentable, looking for a reading of discursive modes of Wittgenstein s own for the presentation of occasions in which the expression of pain by language not being a representation is a behavior before the pain. And, secondly, a reading of works by Antonin Artaud and Henry Miller whose pain treatment, in view of this reading of Wittgenstein, presents discursive modalities engaged in a non-figurative expression and averse to a real sense as unrepresentable.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:37593 |
Date | 03 April 2019 |
Creators | LUIZ CARLOS COELHO DE OLIVEIRA |
Contributors | ANA PAULA VEIGA KIFFER |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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