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A violência como paisagem: uma leitura do Quadros da Natureza de Alexander von Humboldt / Violence as landscape: a reading of Alexander von Humboldt\'s Views of nature

Em 1799, enquanto a Europa sacudia com as guerras napoleônicas, o naturalista prussiano Alexander von Humboldt e o botânico francês Aimé Bonpland embarcavam rumo à América do Sul para realizar uma expedição científica. Oficialmente, era a primeira vez que cientistas viajavam ao mundo colonial espanhol sem escolta militar. Durante a viagem, uma peste atinge a tripulação obrigando Humboldt a desembarcar em Cumaná, na Tierra Firme, área marginalizada pela colonização espanhola. Humboldt permaneceria na área (hoje território colombiano e venezuelano) até 1801; este trecho da viagem seria seu principal objeto de representação quando, em 1808, já de volta ao mundo metropolitano, publica o Quadros da Natureza. No prefácio, Humboldt dizia que a obra tinha a intenção de evocar, através da descrição paisagística, aquilo que vivenciou no mundo colonial; neste procedimento, porém, pintava a colônia como espetáculo natural regido pela harmonia do mundo; com o Quadros da Natureza, Humboldt aniquilava, na paisagem descrita, aquilo que unia a colônia à metrópole: a mais brutal violência. / In 1799, while Europe concussed by the Napoleonic wars, the Prussian naturalist Alexander von Humboldt and the French botanist Aimé Bonpland boarded to South America to perform a scientific expedition. Officially, was the first time that scientists travelled to the Spanish colonial world without military bodyguard. During the trip, a plague reaches the ship forcing the scientists to land in Cumana, in Tierra Firme, Spanish colonization\'s marginal area. Humboldt stays in Tierra Firme (now Colombian and Venezuelan territory) until 1801; this travel section would be his main representation object when, in 1808, having returned to the metropolitan world, publishes Views of Nature. In the preface, Humboldt said that the work was intended to evoke, through the landscape description, what he experienced in the colonial world; this procedure, however, painted the colony as natural spectacle governed by harmonic forces; with Views of Nature, Humboldt annihilated, in landscape description, what tied colony and metropolis: the most brutal violence.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-10032016-143116
Date01 December 2015
CreatorsFrancisco Bahia Lopes
ContributorsHeinz Dieter Heidemann, Cássio Arruda Boechat, Manoel Fernandes de Sousa Neto
PublisherUniversidade de São Paulo, Geografia (Geografia Humana), USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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