Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2016-02-09T03:18:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / Nesta pesquisa, teve-se por objetivo compreender o Programa Mulheres Mil (PMM) como expressão da política de inclusão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC). O PMM foi criado no Brasil como um projeto-piloto em 2007 e expandido para todos os Institutos Federais do Brasil em 2011. A fim de descrever os elementos conjunturais relativos ao objeto de pesquisa, foram utilizados como base Martins (2009), Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), Lima e Martins (2005), Martins e Neves (2010) e Alves (2014), compreendendo que, apesar dos governos Lula da Silva e Dilma Roussef se afirmarem como vinculados à luta dos trabalhadores, tais governantes mantiveram a lógica neoliberal típica da Terceira Via e do Neodesenvolvimentismo. Como fontes de consulta, foram utilizadas as produções acadêmicas que abordam temas relacionados ao objeto de investigação e que foram selecionadas mediante balanço de literatura, os documentos oficiais relacionados ao PMM em âmbito nacional e no IFSC e a entrevista com a Coordenadora Geral do PMM no IFSC. Buscou-se estudar as expressões ?inclusão? e ?exclusão? com base em Ribeiro (1999), Shiroma (2001), Oliveira (2004), Kuenzer (2006), Leher (2009) e Frigotto (2010), o que possibilitou compreender que esses termos não explicam a realidade, sendo expressões funcionais à ordem capitalista, justificando ações para mantê-la. Constatou-se que, na proposta de inclusão do PMM, são utilizadas palavras de caráter humanitário, fazendo com que, na aparência, o programa responda às reivindicações da classe trabalhadora, mas essencialmente aglutine forças à hegemonia do capital por meio do discurso político. Identificou-se também que a perspectiva de inclusão social vinculada ao PMM está fortemente ligada à geração de renda, ao incentivo à empregabilidade e ao empreendedorismo, bem como à assistência social, na orientação das mulheres à busca de seus direitos básicos. Compreende-se, ent que a perspectiva inclusiva do programa contribui com a manutenção da ordem social vigente. Não obstante, o IFSC, ao ofertar o PMM, também se constitui em um campo de disputa entre interesses de classe antagônicos, isto é, da contradição capital-trabalho. Desse modo, o PMM também pode ser compreendido como resultado da luta dos trabalhadores na construção da contra-hegemonia, em busca de uma educação que consubstancie essa luta. Apesar da contradição capital-trabalho presente na instituição, entende-se que o IFSC, por meio do PMM e outras ações de diretriz inclusiva, vem contribuindo com o alívio da pobreza e com a conformação social da classe trabalhadora, auxiliando na construção de uma sociedade defensora do projeto de sociabilidade do capital.<br> / Abstract : This research aimed to understand the Mulheres Mil Program (PMM) as an expression of inclusion policy of the Santa Catarina's Federal Institute for Education, Science and Technology (IFSC). The PMM was created in Brazil as a pilot project in 2007 and, in 2011, was widened to all Federal Institutes in Brazil. In order to describe the circumstantial evidences related to this program, the author of this research approached Martins (2009), Frigotto, Ciavatta and Ramos (2005), Lima and Martins (2005), Martins and Neves (2010) and Alves (2014). It was also considered that former president Lula da Silva and present president Dilma Roussef pronounced themselves as defenders of workers interests, but maintained typical neoliberal logic of Third Way and neodevelopmentism. As research sources, the author presents academic productions that related to the subject of this investigation and selected through literature balance, official nationwide and local documents related to PMM and an interview with the PMM coordinator in IFSC. The "inclusion" and "exclusion" concepts were based on Ribeiro (1999), Shiroma (2001), Oliveira (2004), Kuenzer (2006), Leher (2009) and Frigotto (2010), understanding that these concepts do not reflect reality, but are functional expressions of the capitalist order, justifying actions to keep it. It was found that humanitarian words were used in the PMM inclusion discourse, confusing the perception that the program answers to the demands of the working class. On the contrary, it essentially agglutinates forces in favor of the hegemony of capital through political discourse. It also identified that the social inclusion perspective of PMM is strongly linked to income generation, employability and entrepreneurship, as well as social assistance which guides women in pursuit of their basic rights. It is understood that inclusive perspective of the PMM contributes to the maintenance of social order. Nevertheless, IFSC also constitutes, by offering the PMM, a field of dispute between antagonic class interests, that is, the capitallabour contradiction. Thus, PMM is a result from the struggle of the workers in counterhegemony, seeking an education to substantiate this fight. Despite the capital-labour contradiction inside the institution, IFSC has contributed to the poverty relief and social resignation of the working class through the PMM and other inclusive policy actions, helping to build a society that defends the capital sociability project.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/158913 |
Date | January 2015 |
Creators | Pereira, Juliana de Souza Augustin |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Garcia, Rosalba Maria Cardoso |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 171 p.| il., grafs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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