Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010. / Made available in DSpace on 2012-10-25T03:13:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1
277319.pdf: 4687122 bytes, checksum: cb542f8d6493d835e3215f7b8837239f (MD5) / O objetivo do presente estudo foi caracterizar o pensamento social sobre envelhecimento e rejuvenescimento para diferentes grupos etários, a partir das relações entre as representações sociais desses objetos de estudo com atitudes e estereótipos relacionados ao idoso e à velhice. Teorias e paradigmas teóricos foram utilizados como base, de um lado, a Teoria Psicossocial de Erikson e a Teoria Lifespan proposta por Baltes para compreender os objetos sociais (envelhecimento, idoso e rejuvenescimento); e de outro, a Teoria das Representações Sociais desenvolvida por Moscovici e a Teoria da Categorização Social proposta por Tajfel, oferecendo meios de descrever e explicar as atitudes, estereótipos e representações sociais que compuseram o pensamento social sobre os objetos sociais citados. Para tanto, foi utilizada uma abordagem multi-método que envolveu um delineamento descritivo e exploratório, mas também comparativo, através do uso de questionários aplicados coletivamente, grupos focais e entrevistas semi-estruturadas individuais. O estudo maior dividiu-se em três outros estudos, o primeiro sobre atitudes, estereótipos etários, crenças normativas e estrutura das representações sociais do envelhecimento, o segundo sobre estereótipos do idoso e o terceiro sobre o conteúdo e relação entre as representações sociais do envelhecimento, idoso e rejuvenescimento. Participaram do primeiro estudo 638 pessoas divididas de forma pareada por sexo e grupo etário (adolescentes, adultos e idosos), destes, 40 participaram do segundo estudo e 60 do terceiro estudo. Os resultados evidenciados pela Escala de Atitudes e Estereótipos Etários (EAEE) desenvolvida e validada como parte da pesquisa, indicam que em geral, os participantes foram favoráveis à velhice e ao idoso, sendo que as mulheres e os adolescentes são mais favoráveis, principalmente quando se trata de estereótipos etários positivos. Além disso, verificou-se que o contato intergeracional pode propiciar um posicionamento mais favorável em relação à velhice e ao idoso, especialmente se o contato ocorre com os avós. Através dos grupos focais evidenciou-se que há uma frágil identidade social do idoso, que percebe o próprio grupo como homogêneo, além de classificá-lo, no caso dos homens idosos, de forma mais negativa que positiva. O envelhecimento assume características de perdas e ganhos, mas no que diz respeito às crenças normativas, as perdas prevalecem. No entanto, as representações sociais hegemônicas sobre o envelhecimento envolvem estereótipos etários positivos, mais precisamente representados pela "sabedoria e experiência". Além destes, a "aposentadoria" evidencia-se como um elemento estratégico na representação social do envelhecimento, tanto para os homens quanto para as mulheres. As pessoas buscam viver mais, pois a longevidade se relaciona com sabedoria e experiência, no entanto, não querem tornar-se velhos, pois a velhice e o envelhecimento assumem características negativas para todos os grupos. O rejuvenescimento envolve justamente as perdas trazidas pelo envelhecimento, mas apresenta-se mais subjetivo e menos funcional, pois se vincula ao sentir-se jovem. A valorização da juventude e desvalorização da velhice, onde se perde mais do que se ganha, pode desenvolver um perigoso caminho para o idadismo (preconceito com base na idade), aspecto que justifica e torna interessante o presente estudo. / The objective of this study was to characterize the social thinking about ageing and rejuvenating for different age groups from the relations among the social representations of these study targets with attitudes and stereotypes regarding to elderly and old age. Theories and theorical paradigms were used as a support, in one hand, the Erikson`s Psychosocial Theory and the Lifespan Theory proposed by Baldes to understand the social subjects (ageing, elderly and rejuvenating): in the other hand, the Social Representations Theory developed by Moscovici and the Social Categorization Theory proposed by Tajfel, which offer different manners to describe and explain the attitudes, stereotypes and social representations that assembled the social thinking about the cited social subjects. Therefore, a multi-method approach that evolve a descriptive and investigative design was utilized, but also comparative, through the collective application of questionnaires, focal groups and individual semi-structured interviews. The research was shared into three distinct studies, the first one about attitudes, age stereotypes, normative beliefs and structure of the social representations of ageing, the second one about elderly stereotypes and the third one regards to content and relation among social representations of ageing, elderly and rejuvenating. In the first study, 638 people shared by gender and age group (adolescents, adults and elderlies), of these 40 people participated the second study and 60 in the third sttudy. The results from EAEE (attitudes and age stereotypes scale), developed and validated throughout the study, indicated that, in general, the participants were favorable to ageing and elderly, but women and adolescents were more favorable, mainly regarding to positive age stereotypes. Besides, it was verified that the cross generation contact may suggest a more favorable positioning regarding to ageing and elderly, especially the grandparents contact. From the focal groups became evident the existence of a fragile social identity of the elderly, that perceives their own group as homogeneous, that was categorized, by the elderly males, more negatively than positively. Ageing assumes characteristics of losses and gains, nevertheless, in relation to normative beliefs the losses prevail. However, the hegemonic social representations about ageing evolve positive age stereotypes, especially wisdom and life experience. Besides these, the retirement has shown as a strategic element on social representation of ageing, both to men and women. People live longer, and longevity relates to wisdom and experience, however, they do not want to grow older because old age and ageing assume negative characteristics to all groups. The rejuvenating evolves precisely the losses from ageing, but presents itself in a form more subjective and less functional, because is related to feel younger. The appreciation of youth and depreciation of old age, where there is more loss than gains, may develop a dangerous way to ageism (prejudice on age), aspect that justify and make interesting the present study.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/93766 |
Date | January 2010 |
Creators | Torres, Tatiana de Lucena |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Camargo, Brigido Vizeu |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 1 v.| il., grafs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0025 seconds