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Da terra ao mar: um estudo de microtoponímia caiçara em Iguape/SP / From land to sea: a study of caiçara microtoponymy in Iguape, SP (Brazil)

A Toponímia, o estudo dos nomes de lugar, estuda os nomes próprios que assumem a função de nomear os acidentes físicos ou antropoculturais de uma determinada localidade, constituindo a nomenclatura geográfica do lugar. No caso desta pesquisa, a toponímia estudada é a de Iguape, município do litoral sul paulista. O estudo sistemático dos nomes das ruas, avenidas, praças, rios, córregos, morros, etc, no interior do município, constitui um estudo de microtoponímia. Como tal, o presente estudo se insere no projeto Atlas Toponímico do Estado de São Paulo e este, por sua vez, no projeto maior que é a elaboração do Atlas Toponímico do Brasil. A metodologia empregada, tanto em um como no outro projeto, segue o método das áreas de Dauzat e a classificação dos nomes de lugar de George Stewart, que a Profª Drª Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, da USP, adaptou à realidade brasileira para a classificação dos topônimos, formulando uma taxionomia composta de vinte e sete taxes. Por meio da pesquisa linguístico-semântica e etimológica dos 412 termos-ocorrência encontrados em Iguape, pôde-se depreender a intencionalidade do denominador e sua motivação. Constatou-se que o maior contingente é de numerotopônimos e que todas as camadas étnico-linguísticas que compõem o Português Brasileiro estão representadas na toponímia de Iguape. Os topônimos de origem portuguesa, concentrados no Centro do município, revelaram a intenção de homenagear figuras importantes da municipalidade - predomínio, portanto, de antropotopônimos e axiotopônimos. O léxico de origem brasílica, disperso nos demais bairros, registrou a presença de uma natureza exuberante, de acordo com os semas ligados a água, vegetação, animais, formas do relevo, entre outros. A contribuição do léxico africano se deu com apenas um topônimo, mas que guarda a memória e a história da escravidão no Brasil. Ou seja, os topônimos em Iguape refletem a interinfluência do homem (branco, negro ou indígena) e do meio (físico e cultural), permeados pela língua. / Toponymy that is, the study of place names studies the proper nouns that assume the role of naming land forms or cultural anthropological features of a given locality, composing the geographical nomenclature of that place. In the case of this research, the studied toponymy was extracted from Iguape, a coastal municipality in the south of São Paulo State. The systematic study of the names of streets, avenues, squares, rivers, creeks, hills, etc. within the municipality constitutes a study of microtoponymy. As such, this work informs the project Atlas Toponímico do Estado de São Paulo, which in turn is a part of a larger project: the development of the Atlas Toponímico do Brasil. The methodology used in both projects draws from Dauzat\'s \"area method\" and George Stewart\'s classification of names, adapted to the Brazilian context by University of São Paulo\'s Prof. Dr. Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, who elaborated a taxionomy composed of 27 taxa for the classification of the toponyms. Through linguistic-semantic research and the etymological origin of the 412 term-occurrences found in Iguape, we have managed to infer namers\' intentionality and motivation. We have verified that the largest share of them consists of numerotoponyms and that all the ethnolinguistic layers that compose Brazilian Portuguese are represented in Iguape\'s toponymy. Toponyms of Portuguese origin, centralized in the downtown area, reveal the intention of honoring important people from the municipality, which indicates the prevalence of anthropotoponyms and axiotoponyms. The lexicon of Brazilian origin, spread throughout the other neighborhoods, register the presence of exuberant nature, expressed by semes linked to water, vegetation, animals and land relief, among other. The contribution of the African lexicon is restricted to only one toponym, which keeps the reminiscences and the history of slavery in Brazil. In other words, toponyms in Iguape reflect the cross-influence of humans (either white, black or indigenous) and the environment (either physical or cultural), permeated by language.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-10032016-135517
Date02 October 2015
CreatorsRoseli da Silveira
ContributorsEsmeralda Vailati Negrão, Adriana Cristina Cristianini, Aparecida Negri Isquerdo, Olga Ferreira Coelho Sansone, Irenilde Pereira dos Santos
PublisherUniversidade de São Paulo, Lingüística, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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