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Imagens de um proceso formativo : a educação da menina no diario "Minha vida de menina" de Helena Morley

Orientador: Maria Cristina Menezes / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação / Made available in DSpace on 2018-08-04T02:18:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2004 / Resumo: Este trabalho teve início no último ano de graduação quando o apresentei inicialmente como Trabalho de Conclusão de Curso, à Faculdade de Educação da Unicamp. Muito antes disso, tive o livro sob minha mira, dado o prazer de sua leitura despretensiosa. Ao tê-Io como objeto de estudo, passei a lê-Io com olhos, se não mais críticos, ao menos mais apurados, em função das leituras paralelas que me serviram de "pano de fundo" para o desenrolar da análise. Não tem como objetivo a análise rigorosa da Crítica Literária e Histórica, até porque os profissionais da área estariam melhor habilitados para tanto do que eu. A sedução da captura se deu em função da figura da menina espevitada, dentro de um painel colorido e caricato de relações familiares e vizinhança. Uma menina cuja família soube aproveitar muito bem dos favores e "benesses" que sua condição de pobre abria, frente aos recursos e dinheiro da avó matriarcal rica.
À margem de uma sobrevivência de poucos recursos, baseada essencialmente nas atividades de coleta, buscava na natureza o que o trabalho alienado ainda não podia oferecer, até porque em Diamantina ainda não havia chegado esse tempo de trabalho. Vivendo às custas de atividades de mineração, numa região cujos recursos já haviam sido esgotados há muito pela exploração incontida, mal conseguia, o pai, o sustento da família. O que levava a fantasiosos "regalos" à beira do rio, numa dieta que não passava do tradicional "mexidinho" e bananas. Os olhos gulosos dirigidos aos quintais alheios de poucas frutas, fazia com que a "novidade" sempre estivesse por conta dos outros. O "olho comprido" nas goiabeiras, nas uvas, limas e limões, fazia salivar as vontades e a dieta de pouca variedade. O livro nos mostra um cotidiano através do qual podemos perceber os mecanismos sutis da formação. A vida "apertada" despertava na menina, um desejo velado de melhoria econômica de uma condição que, no íntimo e na sua lógica, não lhe era pertinente estar, considerando as possibilidades econômicas que adviriam de sua avó rica. O constante exemplo da mãe sofredora, resgatada por um casamento apaixonado, que lhe serviu de espelho, em termos da dedicação e devoção exacerbada dedicada ao marido. O dia a dia de professora, emaranhado nos baixos salários e nas intempéries da profissão descarta, logo na primeira oportunidade, qualquer iniciativa de seguir neste caminho. O "estar" solteira, à margem da C81Teira feminina de então, que representava muito mais um fracasso do que uma opção ou mesmo a decorrência de uma história que, bem ou mal, não tivera o direcionamento esperado. Os exemplos dos agregados, apenas tolerados junto às famílias de maiores proventos, também serviram para "abrir o olho" da menina e deixá-la vigilante quanto às perspectivas de uma escolha (ou pouco cuidado nela) mal feita na vida. A escola com seu ensino desvinculado da realidade, e seus professores tolerantes que, muitas vezes, fingiram cobrar resultados, facilitando à menina uma "performance" de "enganação" e pouca eficiência. A religiosidade exagerada que fazia desconfiar da benevolência divina que os fizera tão pobres também atua sobre a formação da menina, que, todavia, não descarta as rezas e terços como passaportes que assegurassem seu bom êxito, naquilo que ela julgava como verdadeiras provações seus tempos de escola. Somando tudo e levando à média dos fatos, a menina vai constituindo seu próprio foro e escolhendo seus caminhos, aguardando em "stand by" outras situações e novas possibilidades, que afinal aconteceram mais tarde quando a lógica do capital entrou em cena, através do trabalho assalariado do pai e a herança recebida com a morte da avó. À recompensa dos tantos "sofrimentos" narrados aliou-se um tempo de espera que trouxe em seus ares o que, na época, significava o alívio para as dores femininas.. / Abstract: The work understands a study about the girl's formation, using a literary work (in the case, the diary written by Helena Modey in the years from 1893 to 1895); focusing polítical, social and education aspects that governed the society of her time and that contributed to the girl's formation; in the limits of a líttle town of the interior of Minas Gerais, Brazil, still caught in the remains of the mining work, the slavery and family ties / Mestrado / Ensino, Avaliação e Formação de Professores / Mestre em Educação

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/252776
Date20 December 2004
CreatorsAguiar, Maria Salete Alves de
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Menezes, Maria Cristina, 1958-, Hilsdorf, Maria Lúcia Spedo, Fontes, Joaquim Brasil
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format123p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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