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Práticas pedagógicas em sala de aula com surdos: implicações nos processos de ensino e de aprendizagem

A motivação inicial para realizar esta pesquisa surgiu de preocupações e questionamentos em relação à formação de professores em uma perspectiva de educação inclusiva em instituições de ensino nas escolas regulares para o atendimento de crianças e jovens surdos incluídos em sala de ensino regular. Essa inquietação surge a partir de experiências nas quais o surdo incluído não possui a presença do intérprete de Libras para mediar a aprendizagem e favorecer a interação entre sujeitos ouvintes e surdos na instituição de ensino. Para isso, procuramos investigar quais práticas de ensino e de aprendizagem são efetivadas em salas de aulas de estudantes ouvintes e surdos e quais as implicações dessas práticas para o desenvolvimento desses sujeitos surdos em uma perspectiva de educação inclusiva. O trabalho foi desenvolvido junto a uma turma de estudantes da Educação Básica que frequenta o 7º Ano do Ensino Fundamental em uma escola pública estadual, localizada no município de Independência, Estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa envolveu, além desses estudantes, uma diretora, um profissional especialista que atua na sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE), uma coordenadora pedagógica, uma orientadora escolar e professores que atuam na referida turma. A pesquisa é qualitativa e foi orientada pelos pressupostos do estudo de caso. Os dados foram produzidos a partir de observações e gravações de aula desenvolvidas nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Ciências, gravações em áudio dos encontros na escola e das entrevistas semiestruturadas, e foram organizados e analisados considerando os fundamentos teóricos da Análise Textual Discursiva (ATD) (MORAES; GALIAZZI, 2007). Os argumentos para responder nossos questionamentos foram produzidos a partir do diálogo estabelecido com equipes diretivas, professores e estudantes da escola envolvida nesse processo investigativo, na análise e reflexão sobre minha própria atuação profissional junto a estudantes surdos e com teóricos como Vygotsky (1993, 1998, 2003), Góes (1996), Carvalho (2014), Lacerda (1996), Salles et al. (2004), Strobel (2013), Perlin (2007), Goldfeld (2002) e Quadros (1997, 2000, 2008), que estudam a constituição dos sujeitos a partir das relações e interações que os mesmos estabelecem em diferentes ambientes. Como resultados da pesquisa podemos apontar: a grande dificuldade dos professores em conseguir incluir efetivamente a estudante surda na sala de aula de ensino regular; que existe uma grande defasagem em relação ao conhecimento, pois a estudante não tem uma identidade constituída ou definida; e, ainda, por ela não ter o domínio da Língua de Sinais e não possuir um intérprete de Libras, prejudicando, assim, a compreensão dos conteúdos ministrados em sala de aula. Dessa forma, acreditamos que é de suma importância que haja, nas instituições de ensino, uma reorganização na proposta de atendimento para sujeitos surdos de modo que respeite e saiba trabalhar com as diferenças culturais e linguísticas existentes em sala de aula. / 125 f.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/4986
Date07 May 2018
CreatorsZiesmann, Cleusa Inês
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIJUI, instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instacron:UNIJUI
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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