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Previous issue date: 2012 / CAPES CNPQ / Esta tese busca analisar a experiência corporal de pessoas que passaram pelo processo de uma cirurgia cosmética mal sucedida, a partir da descrição do vivido pelo próprio indivíduo que teve seu corpo mutilado e/ou deformado. Buscamos compreender os significados que essas pessoas atribuem às suas práticas, bem como o processo de ressignificação e ressimbolização do corpo por elas realizado. O trabalho se insere no cenário das práticas corporais contemporâneas, fortemente marcado pelo estímulo a conhecer e explorar a plasticidade e as potencialidades do corpo em função das expectativas e das vontades do indivíduo. Este contexto é também caracterizado por um trabalho de reflexividade e de subjetivação que exige o controle pleno do indivíduo sobre seu corpo como forma de auto-afirmação. Enquanto reflexo desse cenário, o desenvolvimento das cirurgias cosméticas tem estimulado a necessidade do sujeito contemporâneo de perseguir e controlar cada parte do seu corpo tida como desfavorável, do que decorre o nosso argumento de que há uma ansiedade diante do próprio corpo que é também uma ansiedade em se firmar como sujeito. Diante disso, propomos pensar no consumo das cirurgias cosméticas como a experiência fenomenológica de se conviver com um detalhe de insatisfação que fala em nome do todo corporal. O estudo envolveu momentos analíticos mais estruturais, por considerarmos as referidas práticas cosméticas como efeito de uma ansiedade que é culturalmente engendrada. Entretanto, ele foi preponderantemente orientado por preocupações e enfoques que nos levaram a optar pela teoria fenomenológica como nosso guia. Neste sentido, privilegiamos a compreensão das formas de interiorização, de adequação e de produção de significados que o indivíduo mutilado e/ou deformado pela cirurgia estética experimenta corporalmente. Diante disso, uma metodologia de pesquisa qualitativa e fenomenológica pareceu-nos uma escolha pertinente. O trabalho de campo foi realizado no período de julho de 2009 a agosto de 2011. Nosso material empírico foi composto pelas narrativas obtidas através de 19 entrevistas semi-estruturadas (sendo 17 realizadas com mulheres e 2 com homens) e por outros dados (entrevistas com cirurgiões,acesso a blogs, comunidades virtuais, matérias de programas televisivos e de revistas) que se constituíram como materiais complementares. As experiências nos falam de uma trajetória de insatisfação com o corpo que é exacerbada com o malogro das cirurgias. Em suas interações cotidianas, os corpos pós-cirúrgicos são associados à perturbação de uma ordem simbólica e, sobretudo, a um exercício precário de reflexividade, do que decorrem os prejuízos na sua vida afetiva e social. No entanto, é também no trabalho de Merleau-Ponty que encontramos elementos para considerar a reabilitação do potencial político desses corpos no mundo-da-vida e a capacidade dos sujeitos de reconhecer novas possibilidades de ação a partir da experiência corporalmente vivida.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/11331 |
Date | 31 January 2012 |
Creators | Meló, Roberta de Sousa |
Contributors | Ferreira, Jonatas |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Breton |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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