Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico / A crise estrutural do capitalismo na década de 1970, marcada por uma profunda recessão, combinando baixas taxas de crescimento e altas taxas de inflação, impulsiona a burguesia internacional à elaboração de estratégias de enfrentamento a esta crise que articulem as seguintes dimensões: a reestruturação da esfera produtiva, o reordenamento do papel dos estados nacionais e a difusão do projeto burguês de sociabilidade. Estas dimensões, manifestações atuais da contra-revolução prolongada, são operacionalizadas pelas políticas neoliberais em curso e constituem a base de fundamentação do projeto hegemônico da globalização econômica e da sociedade da informação, difundido pelos sujeitos políticos do capital, especialmente os organismos internacionais como Banco Mundial, UNESCO e OMC. Examinar a atual configuração do capitalismo é uma tarefa imprescindível para a análise da reformulação da política educacional em curso nos países periféricos, na medida em que essa reformulação, especialmente da educação superior, é justificada pela necessidade de adequação desses países à nova ordem mundial globalizada e à sociedade da informação. A educação escolar estará inscrita na última década do século passado e no início deste século como uma eficaz estratégia de alívio da pobreza, que se amplia e aprofunda nos países da periferia do capitalismo,
constituindo-se como uma política internacional de segurança do capital; como uma promissora área de investimentos para o capital em crise, em sua incessante busca por novos mercados e novos campos de exploração lucrativa, bem como uma importante estratégia de difusão da concepção de mundo da burguesia, em sua disputa constante para conformar mentes e corações à sua imagem e semelhança. Neste quadro é que está inserida a reformulação da educação superior realizada no Brasil nos anos de contra-revolução neoliberal. Iniciada no governo Collor de Mello (1990-1992) e Itamar Franco (1993-1994), a partir de um movimento de continuidades e novidades em relação à reformulação imposta pelo regime burguês-militar; acelerada nos dois períodos do Governo Cardoso (1995-2002) e aprofundada nos dois primeiros anos do Governo Lula da Silva (2003-2004), esta reformulação mantém o padrão dependente de educação superior que atravessa a história da educação brasileira,
ampliando, por um lado, o processo de privatização interna das universidades públicas brasileiras e, por outro, o empresariamento da educação superior, criando, conseqüentemente, as bases para o aprofundamento da inserção capitalista dependente do Brasil na economia mundial e para intensificação do processo de conversão neocolonial.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ndc.uff.br:128 |
Date | 27 June 2005 |
Creators | Kátia Regina de Souza Lima |
Contributors | Jésus de Alvarenga Bastos, Deise Mancebo, Roberto Leher, Plínio de Arruda Sampaio Junior, Raquel Goulart Barreto |
Publisher | Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-graduação em Educação, UFF, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFF, instname:Universidade Federal Fluminense, instacron:UFF |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0021 seconds