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Previous issue date: 2013-04-03 / How does contemporary political discourse face a crisis of democracy that destabilizes hallowed phrases of discourse, putting them into question, identifying them as lies and malicious maneuvers? What are the solutions and repair attempts made by the class society to resolve social conflicts and to erase differences and problems inherent in the structure of the capitalist mode of production? Faced with a situation of people s disbelief with their representatives, we can perceive a paradigm shift regarding the speech of the political subjects. In many of the manifestations, the subject enunciates like people , from the same place of the people, to legitimize their discourse supported in a process of building identification relations with their interlocutors. Based on the theory of Discourse Analysis derived from Michel Pêcheux and his group, we interpret procedures for legitimizing the pronouncements of President Luis Inacio Lula da Silva to workers in celebrating events of May 1st (Labor Day in Brazil), during his two mandates (from 2003 to 2010). We chose this methodological approach because of the constant enunciation that Lula would be a president distinct from the others" as a consequence of him being originally from the working-class. We work with the notions of discursive formation, ideology, subject position and spokesman, understanding that all of them are closely correlated and are quite relevant for the analysis of discourse corpora that aim to objectives such as those we intend to achieve at this work. From the analysis of discursive processes we observe: a) how the materiality of linguistic pronouncements of the President legitimizes his political discourse b) if now, as when he was a union leader (CAZARIN, 2005), Lula continues to put himself in the role of a spokesman (Pecheux, 1990) c) What are the spatial and temporal discursive supports that allow the subject to be established as the spokesman of the workers? We assumed that, taking the place of those who cannot or should not speak, Lula, as a spokesperson and the potential negotiator, speaks to the workers, distinguishing and defining himself from his interlocutors due the social position he assumes. The moderation by the identification process (ORLANDI, 1983) is established: the representation is sufficient for the "people" to feel contemplated (ROSAVALLON, 1998). / Quais os modos de dizer do discurso político contemporâneo frente a uma crise da democracia que desestabiliza fórmulas consagradas de pronunciamento, colocando-as em causa, identificando-as à mentira e às manobras mal intencionadas? Quais as soluções e as tentativas de conserto apresentadas pela sociedade de classes para dirimir conflitos sociais, apagar diferenças e problemas inerentes à estrutura do modo de produção capitalista? Diante de uma conjuntura de descrença das camadas populares com relação a seus representantes, percebemos uma quebra de paradigma no que diz respeito ao próprio dizer do sujeito político. Em muitas das manifestações deste dizer, o sujeito, além de parecer (ou ser), fala como o povo, partindo do mesmo lugar social de representante, a fim de legitimar seu dizer apoiado em um processo de construção de relações de identificação com seus enunciatários. Com base na teoria da Análise de Discurso derivada dos trabalhos de Michel Pêcheux e seu Grupo, interpretaremos procedimentos de legitimação do dizer político nos pronunciamentos do presidente Luís Inácio Lula da Silva a trabalhadores, nos eventos de comemoração de 1º de maio, durante seus dois mandatos (de 2003 a 2010). A razão pela qual optamos por este recorte tem a ver com a constante retomada discursiva de que Lula seria um presidente distinto dos demais devido a sua ascendência da classe trabalhadora. Trabalhamos com as noções de formação discursiva, ideologia, posição sujeito e porta-voz, pelo entendimento de que todas estão intrinsecamente correlacionadas e são bastante pertinentes para as análises de corpora discursivos que visam a objetivos tais como aqueles a que pretendemos atingir neste trabalho. A partir da análise dos processos discursivos, observamos: a) como a materialidade linguística dos pronunciamentos do presidente legitima seu dizer político b) se, assim como quando líder sindical (CAZARIN, 2005), Lula continua a posicionar-se na função de portavoz (PÊCHEUX, 1990) c) Quais são as ancoragens discursivas espaciais e temporais que permitem ao sujeito que se estabeleça como porta-voz dos trabalhadores? Partimos da hipótese de que, ocupando o lugar daqueles que não podem ou não devem falar, Lula, como porta-voz, o potencial negociador, fala para os trabalhadores, destacando-se e delimitando-se dos seus enunciatários em função do papel que assume. O apaziguamento por meio do processo de identificação (ORLANDI, 1983) acaba por ser instaurado: a representação basta para que o povo se sinta contemplado (ROSAVALLON, 1998).
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/5763 |
Date | 03 April 2013 |
Creators | Pereira, Maísa Ramos |
Contributors | Piovezani Filho, Carlos Félix |
Publisher | Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Linguística, UFSCar, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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