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Previous issue date: 2008-03-26 / O Brasil, mesmo tendo como língua oficial apenas o português, é um país multilíngue. Há, em seu território, falantes que adquirem no contexto familiar outras línguas que não sejam o português, e aprendem a língua oficial como segunda língua, muitas vezes apenas quando entram na escola. É o que ocorre com os descendentes de pomeranos, que falam o pomerano - língua de imigração da extinta Pomerânia - ainda amplamente utilizado pelos grupos remanescentes de descendentes dos imigrantes que a trouxeram. Essa língua normalmente é aprendida no contexto familiar, e é utilizada na integração da comunidade, nos rituais religiosos, no mabiente doméstico e na lavoura. O português falado pelas crianças é, então, carregado de marcas de sua língua materna, o que provoca, muitas vezes, discriminação e dificuldades para aprender o português. Por isso, este trabalho busca descrever o português falado pelos descendentes e identificar as marcas próprias de dificuldade de aprendizagem do português, bem como os erros de escrita característicos, com o objetivo de criar um referencial que dê suporte para posteriores propostas de ensino que consideram as peculiaridades do grupo. Para isso, utiliza dois corpora de análise: oral, obtido através de entrevistas gravadas e escrito, constituído por redações produzidas pelos informantes, ambos coletados de alunos que cursavam a quinta série do ensino fundamental, na comunidade de Alto Rio Possmoser, em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. Entre as ocorrências encontradas no corpus oral, destacam-se as variações na estrutura da sílaba, ocasionadas principalmente pelo fenômeno do destravamento, causado pelo apagamento do tape em posição final e pela vocalização da trava lateral, fenômeno também frequente em falantes monolingues, além de alterações problemáticas do padrão silábico. Um processo muito recorrente, que é marca específica dos falantes em questão, por não ocorrer sistematicamente entre os monolingues, foi a distorção de sonoridade, troca de consoantes sonoras pelas correspondentes surdas, que apareceu também na ecsrita. Nesta ultima modalidade, os erros mais comuns foram os de estruturação silábica e os de trocas de fonemas, caracterizadas pela representação gráfica de um fonema diferente do que compõe a palavra em questão. Essas trocas forma principalmente geradas pela influência da oralidade em relação à sonoridade das consoantes, e à dificuldade de domínio dos fonemas representados por cada letra, o que demonstra a necessidade de planejamentos de ensino direcionados.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/3689 |
Date | 26 March 2008 |
Creators | BENINCA, L. R. |
Contributors | GONTIJO, C. M. M., TRESSMANN, I., RODRIGUES, C. V. |
Publisher | Universidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Estudos Linguísticos, Programa de Pós-Graduação em Linguística, UFES, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | text |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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