Predominantemente representados a partir de imagens estereotipadas difundidas pelas grandes mídias internacionais, os povos árabes são sempre associados ao contexto de guerras, terrorismo e fundamentalismo religioso. Muito embora detenham uma cultura literária vastíssima, são pouco lidos através da produção de seus grandes escritores, tendo sua identidade cultural construída a partir do que se diz nas manchetes jornalísticas. Considerando o potencial que a tradução tem de formar identidades culturais nas comunidades receptoras e constituir-se uma forma de resistência, inovação e mudança cultural, no presente trabalho, propomos a tradução de excertos do romance Innah London ya azz, da escritora libanesa Hanan Al-Shaykh. Temos por objetivo realizar uma tradução que reconheça e evidencie traços da alteridade e receba o Outro enquanto Outro. Embora também defendamos que nenhum texto é capaz de transmitir uma visão geral de outra cultura, mas, pelo contrário, provê elementos que, de certa forma, somam-se às imagens que representam uma cultura, de modo a manifestar elementos para autodefinição. Disto decorre que o texto traduzido nunca compreende completamente um gênero existente em uma certa cultura, mas contribui para o processo dinâmico do diálogo no sistema literário. Além disso, o texto traduzido não transmite o mesmo significado produzido na língua de partida, pois as interpretações possíveis são concebidas baseadas nos recursos e limitações presentes na língua, no imaginário social, e sistema literário da comunidade de recepção. Portanto, os efeitos produzidos através de um texto traduzido no sistema literário não podem ser previstos, embora funcione como uma força de representação da alteridade e de autorrepresentação. / Predominantly represented by stereotyped images spread by the international media, Arab peoples have always been related to the context of war, terrorism, and religious fundamentalism. Although they possess a vast literary culture, they are hardly read through the production of their great writers, having their cultural identity constructed based on what is said about them in the journalistic headlines. Thus, we propose to present the translation of excerpts from the novel Innah London ya azz (2001), written by the Lebanese writer Hanan Al-Shaykh, considering the potential of the translation in shaping cultural identities in host communities. We aim to perform a translation which recognizes, and evidences traces of otherness receives the other as Other. Although, we also defend that no translated text is able to convey a full survey of another culture, but provides elements, which somehow add to the images of culture and as such provides material for self-definition. Hence translated text never comprehend totally an existent genre in a certain culture; instead, it contributes to the dynamical process of dialogue into the literary system. Besides that, no translated text conveys the same meaning produced in source-language; for the possible interpretations are conceived based on the limitations and resources present in the target language, the social imaginary, and the literary system of the target-community. Therefore, the effects produced by a translated text into the receptor literary system cannot be foreseen, although it certainly will function as a force of representation of others and self-definition.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-02102019-145717 |
Date | 23 July 2019 |
Creators | Alves, Jemima de Souza |
Contributors | Jubran, Safa Alferd Abou Chahla |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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