Orientador: Maria Aparecida Mesquita / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-09T19:06:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2007 / Resumo: A disfunção autonômica (DA) parece ser freqüente na cirrose hepática (CH) de etiologia alcoólica, enquanto que os dados referentes à prevalência e repercussões clínicas desta complicação na cirrose de etiologia não alcoólica são controversos. Existem evidências na literatura de que o método da análise da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) em 24 horas é mais sensível que a pesquisa dos reflexos cardiovasculares para a avaliação da função autonômica. Esta técnica foi pouco utilizada na investigação de pacientes com CH. Estudos prévios em cirróticos demonstraram a presença de alterações da motilidade intestinal que predisporiam à ocorrência de supercrescimento bacteriano. Os mecanismos responsáveis por estas alterações não foram ainda esclarecidos. Considerando que o sistema nervoso autônomo (SNA) participa do controle da motilidade intestinal, parece provável que a DA esteja associada com as alterações da motilidade intestinal na CH. Os objetivos deste estudo foram investigar a presença de alterações do SNA parassimpático e simpático em pacientes com CH de etiologia não alcoólica, utilizando os métodos dos testes de reflexos cardiovasculares e da análise da VFC em 24 horas, e avaliar a associação das alterações autonômicas encontradas com a gravidade da disfunção hepática, com alterações do trânsito intestinal, e com o aparecimento de complicações da CH. Foram estudados trinta e quatro pacientes com diagnóstico de CH de etiologia não alcoólica, divididos em Child-Pugh A (13) e Child-Pugh B/C (21). A atividade autonômica foi avaliada através dos testes de reflexos cardiovasculares e da análise da VFC em 24 horas. O estudo do tempo de trânsito orocecal (TTOC) foi realizado pelo teste do H2 no ar expirado, após ingestão de lactulose. De acordo com os testes de reflexos cardiovasculares, a presença de disfunção parassimpática foi encontrada em 4 pacientes Child A (30,8%) e em 6 pacientes Child B/C (28,4%; p>0,05). A análise da VFC em 24 horas mostrou que os parâmetros relacionados com a atividade parassimpática (LF, lnLF, pNN50) e simpática (LF, lnLF) estavam significativamente (p<0,05) diminuídos nos pacientes Child B/C, tanto em relação ao grupo controle, como também em relação aos pacientes Child A. A avaliação individual mostrou a presença de disfunção parassimpática em 3 pacientes Child A (23,1%) e em 12 (57%; p=0,07) Child B/C. A diminuição da atividade simpática concomitante foi encontrada em 8 dos 12 pacientes Child B e C, com lesão parassimpática. Em relação ao TTOC, não houve diferença estatística entre os valores do TTOC no grupo Child A (52±17 minutos) e no grupo controle (52±13 minutos). Em contraste, os pacientes Child B/C apresentaram valores mais altos do TTOC (71±34minutos) em relação aos controles (p=0,02). Apenas dois pacientes apresentaram resultados sugestivos de supercrescimento bacteriano. O tempo de seguimento foi de 19±12 meses. Ao final do estudo, cinco pacientes (24%) Child B/C evoluíram para óbito. Os valores dos parâmetros representativos da atividade parassimpática (HF, lnHF) nesses pacientes foram significativamente (p=0,04) menores que os encontrados nos pacientes do grupo Child B/C que continuavam vivos. A encefalopatia foi a complicação mais freqüente, acometendo 42,8% dos pacientes durante o período de seguimento. Houve associação estatística entre a presença de DA e a incidência de encefalopatia hepática (p<0,05). Não houve correlação entre os parâmetros da atividade autonômica com os valores do TTOC. Também não houve associação entre TTOC prolongado e complicações da CH. Em conclusão, nossos resultados demonstraram que a DA é achado freqüente nos pacientes com CH de etiologia não alcoólica e está associada com o grau de disfunção hepática, sendo mais freqüente nos pacientes com CH Child B e C. Nossos dados não demonstraram associação entre a alteração da função autonômica e o prolongamento do trânsito intestinal observado nesses pacientes. A presença da DA é um fator predisponente para a ocorrência de encefalopatia hepática, e parece influir no prognóstico da doença / Abstract: Autonomic dysfunction (AD) is common in patients with alcoholic hepatic cirrhosis but information on its occurrence and clinical relevance in patients with non-alcoholic liver disease is contradictory. 24-hour heart rate variability (HRV) is considered to be more sensitive than the cardiovascular reflexes to detect autonomic damage. Only a few studies used this technique in the investigation of autonomic function in cirrhotic patients. Previous studies have demonstrated that intestinal transit is delayed in patients with cirrhosis, and that this alteration predisposes to bacterial overgrowth, bacterial translocation and risk of infections. The reasons for that remain unclear. Since the autonomic nervous system participates in the regulation of gastrointestinal motility, it seems likely that AD may play a role in the intestinal motility alterations observed in cirrhosis. Therefore, our aims were to assess autonomic function in patients with non-alcoholic hepatic cirrhosis, and to investigate the relationship of AD with severity of disease, delayed intestinal transit and the clinical outcome. Thirty four patients with non-alcoholic hepatic cirrhosis classified as Child¿s A (n=13) and Child¿ B/C (n=21) were studied. Autonomic function was assessed by using standard cardiovascular reflexes tests and 24- hour HRV analysis. Orocaecal transit time (OCTT) was measured using the lactulose hydrogen breath test. According to cardiovascular reflexes tests, 4 patients Child A (30.8%) and 6 patients Child B/C (28.4%), were found to have evidence of parasympathetic damage. The 24-hour HRV analysis showed that parameters reflecting parasympathetic (HF, lnHF, pNN50) and sympathetic (LF, lnLF) function were significantly decreased (p<0,05) in comparison with both controls and Child¿s A patients. Individual analysis showed parasympathetic damage in three patients Child A (23,1%) and in 12 (57%) Child B/C (p=0.07). Eight patients had combined sympathetic damage. No diference was found in OCTT values between Child¿ A patients (52±17 minutes) and controls (52±13 min). In contrast, OCTT values were significantly higher in Child¿ B/C patients (71±34minutes) than in controls. Bacterial overgrowth occurred in only two patients. The mean follow-up time was 19±12 months. At the end of the study, five Child¿s B/C patients (24%) have died. The values of parameters representative of parasympathetic function (HF, lnHF) were significantly lower (p<0.05) in these patients in comparison with survivors of Child¿s B/C group. Hepatic encephalopathy was the most frequent complication during follow-up, occurring in 42.8% of Child¿s B/C patients. AD was significantly associated with encephalopathy (p<0.05), but did not correlate with OCTT values. In conclusion, our study showed that autonomic dysfunction in common in patients with non-alcoholic liver disease and is related to the severity of hepatic dysfunction. Our results did not show a relationship between delayed intestinal transit and AD. The presence of autonomic damage predisposes these patients to the development of encephalopathy and may be associated to higher mortality / Mestrado / Clinica Medica / Mestre em Clinica Medica
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/310802 |
Date | 14 August 2007 |
Creators | Cruz, Cristiane Kibune Nagasako Vieira da, 1976- |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Mesquita, Maria Aparecida, 1956-, Silva, Giovanni Faria, Filho, Rogerio Antunes Pereira |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 85f. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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