Dentre os fatores limitantes à produção de maçãs está a sarna da macieira, causada pelo fungo Venturia inaequalis. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e modelar efeitos da variabilidade climática sobre o ciclo da sarna, a partir do molhamento foliar. Utilizou-se uma base de dados meteorológicos e de monitoramento da presença de inóculo e incidência de sarna, de 1987 a 2007, em Vacaria, RS. Caracterizou-se o padrão sazonal da liberação de ascósporos da doença, relacionando-o com variáveis meteorológicas. No período crítico de suscetibilidade calculou-se o número de eventos de risco de infecção por sarna, que foram relacionados com variáveis meteorológicas. A incidência de sarna foi relacionada aos padrões de flutuação de ascósporos, variáveis meteorológicas e eventos de risco. Foram ajustados e testados modelos para estimar início e duração da liberação de ascósporos e para estimar eventos de risco. Em experimento conduzido em pomar de macieiras „Royal Gala‟, monitorou-se a duração do molhamento foliar no dossel e ajustaram-se modelos para sua estimativa. A duração do molhamento foliar é maior no estrato inferior do dossel de macieiras, sendo mais bem estimada pelo número de horas por dia com umidade relativa do ar igual ou superior a 90%. O início da liberação de ascósporos antecede a primavera e a brotação da macieira, sendo coincidente com o período suscetível da cultura. Condições meteorológicas de junho são as que mais influenciam o início e a duração da liberação de ascósporos. Quanto mais altas forem as temperaturas médias do mês mais cedo é o início da liberação e maior é sua duração. Variáveis meteorológicas relacionadas à umidade do ar são as que mais se relacionam ao número de eventos de risco de infecção. A incidência da doença teve baixa correlação com liberação de ascósporos, eventos de risco e variáveis meteorológicas. É possível estimar o início da liberação de ascósporos a partir da temperatura do ar, precipitação e graus-dia. A duração da liberação de ascósporos pode ser estimada a partir de temperatura mínima do ar e precipitação de junho. O modelo de Rossi et al. (2000) evidenciou razoável precisão em estimar o início da liberação de ascósporos, mas não para sua duração. A umidade relativa do ar e a precipitação pluvial proporcionaram as melhores estimativas de eventos de risco. / Scab, a fungal disease caused by Venturia inaequalis is among the most significant factors affecting apple production. The objective of this study was to characterize and model the effects of climate variability on components of the apple scab cycle based on leaf wetness. Databases of meteorological, inoculum release and foliar/fruit incidence of apple scab was available from 1987 to 2007 year for the location of Vacaria, RS. Yearly seasonal patterns of ascospore release were related to within-season weather variables. During the critical period for infection, risk infection events were summarized based on Mill`s rules and related to meteorological variables. Scab incidence was related to onset and duration of ascospore release, meteorological variables and risk infection events. Empirical models were fitted to estimate the onset time of ascospore release and its duration and the number of risk infection events based on meteorological variables. An experiment was conducted in a 'Royal Gala' orchard to measure leaf wetness duration in the tree canopy and empirical models were adjusted for its estimate. The leaf wetness duration was longer at the lower canopy level and more accurately estimated by the daily number of hours of relative humidity greater than 90%. The onset of ascospore release season was always prior to the beginning of spring season and budding of the plant. Weather conditions during June were the most influential in the onset date of ascospore release and its duration; the higher the mean temperatures in June, earlier was the onset of ascospore release and longer its duration. Moist-related variables best explained the number of risk infection events. The incidence of the disease showed weak correlation with risk infection events and other within-season weather-related variables. The possible to estimate the onset time of ascospore release from the air temperature, rain precipitation and degree-days accumulated from a biofix (June 1st). The duration of ascospore release period was best estimated using monthly average of minimum temperature and accumulated rain during June. The model of Rossi et al. (2000) showed reasonable accuracy in estimating the onset time for ascospore release, but was not accurate to estimate its duration. Relative humidity and rainfall-based variables provided the best estimates of the number of risk infection events.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/32382 |
Date | January 2011 |
Creators | Paula, Viviane Aires de |
Contributors | Bergamaschi, Homero, Del Ponte, Emerson Medeiros |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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