Orientador: Elza Olga Ana Muscelli Berardi / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-03T16:35:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2002 / Resumo: A obesidade é uma doença com alta prevalência nos países ocidentalizados e, do ponto de vista metabólico, é caracterizada por resistência a várias ações da insulina e hiperinsulinemia. A hiperinsulinemia em obesos parece relacionada à hipersecreção hormonal compensatória à reduzida ação insulínica.A significativa redução de peso observada em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica permite avaliar o impacto do emagrecimento, em várias alterações patológicas encontradas em pacientes obesos. Os mecanismos, o grau de emagrecimento necessário e quais das alterações se modificam não estão totalmente esclarecidos. Treze pacientes obesos classe III, 4 homens e 9 mulheres, IMC = 56,3 ± 2,7 kg.m-2 foram estudados antes, durante e após a estabilização do peso e os resultados foram comparados a um grupo de indivíduos controle com peso normal (5M/8F; IMC = 22,4 ± 0,5 kg.m-2). IMC final dos obesos - 34.7 ± 2.1 kg/m2 . Após um primeiro estudo metabólico, os obesos foram submetidos à gastroplastia vertical com bandagem e derivação gastrojejunal (técnica de Capella). Foram reavaliados depois do emagrecimento em torno de 20% do peso inicial e depois de estabilização do peso corporal (~-40%). A composição corporal avaliada por impedância bioelétrica melhorou, verificando-se uma redução maior de massa magra que de massa adiposa. Os pacientes obesos apresentaram níveis plasmáticos altos de insulina em jejum (6 vezes maior que a do grupo controle) e durante o teste de tolerância oral à glicose. Após o emagrecimento, a concentração de insulina em jejum foi semelhante à encontrada no grupo de indivíduos magros. A hiperinsulinemia era decorrente de hipersecreção, uma vez que, os níveis de peptídeo C circulantes também eram altos e o clearance de insulina, avaliado durante clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, discretamente aumentado, comparado ao dos magros. A sensibilidade à insulina foi avaliada através do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico (infusão de insulina ¿ 40 mU/m2.min). Antes da cirurgia, era reduzida em obesos (M ¿ obesos = 19.7 ± 1.5 vs. magros = 51.5 ± 2.4 umol/min.kg MM; p<0.001) e aumentou significativamente após o final da fase de emagrecimento (35,5 ± 3,7 umol/min.kg MM; p<0.05 vs. pré-cirurgia), mas ainda foi menor que aquela medida no grupo de indivíduos magros (p<0.0001). O uso associado da calorimetria indireta permitiu verificar que tanto a via oxidativa quanto a não oxidativa foram pouco estimuladas pela infusão de insulina nos obesos. Depois do emagrecimento, apenas a resposta da via não oxidativa melhorou de maneira significativa, atingindo valores semelhantes aos observados no grupo controle. A oxidação protéica era menor que a dos magros e aumentou de forma similar durante o clamp. A oxidação lipídica em jejum, ao contrário, era maior nos obesos comparados aos magros e não foi inibida pela insulina no clamp realizado antes da cirurgia. Depois do emagrecimento, permaneceu alta em jejum e foi inibida discretamente durante o clamp. Estas repostas foram significativamente diferentes das observadas nos magros. No grupo controle, ocorreu uma inibição da secreção endógena de insulina, atribuída à própria insulina e avaliada pelos níveis plasmáticos de peptídeo-C. Esta auto-inibição da insulina estava diminuída nos obesos e foi totalmente recuperada após o emagrecimento. Em conclusão, este estudo permitiu confirmar várias alterações metabólicas relacionadas à secreção ou à ação da insulina em obesos. Além disto, demonstrou a falta da auto-inibição da secreção de insulina e sua recuperação pelo emagrecimento rápido e importante após cirurgia bariátrica. Demonstrou ainda, que a via metabólica que melhor respondeu ao emagrecimento foi a não oxidativa da glicose. Os efeitos do emagrecimento na sensibilidade à insulina e na secreção de insulina foram desproporcionais e ocorreram em tempos distintos da evolução pós-cirúrgica / Abstract: Obesity has a high prevalence and an increasing incidence, being considered epidemic. It is characterized by hyperinsulinemia and insulin resistance, important early metabolic changes in the obese patient. The first has been reported as an independent cardiovascular risk factor. The mechanisms underlying hyperinsulinemia are not clear and it has been associated to a compensatory beta cell mechanism for insulin resistance. The pos-hepatic insulin delivery rate is a result of the rate of insulin secretion and of its metabolic clearance rate. The main sites of insulin resistance in the obese patient are the liver and the muscle. Both insulin action pathways, oxidative and non oxidative glucose utilization - NOGD, seem to be affected. These metabolic changes are more frequent in class III obese patients, responsible, in part, for the high mortality. Weight reduction improves metabolic and cardiovascular parameters, although it is not clear which amount of weight loss is necessary, neither which insulin effects are modified by this procedure. Bariatric surgery has been report as an efficient tool for the weight, reduction and maintain. A group of 13 class III obese patients (4M/9F; BMI=56.3±2.7 kg.m-2) and 13 lean subjects (5M/8F; BMI=22.4±0.5 kg.m-2) were submitted to a metabolic evaluation including euglycemic hyperinsulinemic clamp, oral glucose tolerance test (OGTT) and indirect calorimetry. The obese patients were submitted to a bariatric surgery (Capella¿s technique) and the metabolic studies repeated after ~ 20 % of weight loss relative to their initial body weight (study II) and after weight stabilization (study III ¿ BMI=34.7±02.1 kg.m-2). Insulin secretion during fasting state and under insulin infusion during the euglycemic clamp was assessed using the C-peptide plasma measurements. It was higher in the obese in the first study (6 folders than control) and the decrease, after weight loss, was statistically significant even in the second study, with further reduction in the third study. The hyperinsulinemia was a result of insulin hyper-secretion since pos-hepatic metabolic clearance rate during the clamp was similar to that of the control group and did not change after weight loss. The insulin sensitivity was significantly impaired in the obese (study I: 19.7 ? 1.5 vs. 51.5 ? 2.4 umol/min.kgFFM; p< 0.0001) and it increased significantly after weight loss (35.5 ? 3.7 umol/min.kgFFM; p< 0.05 vs. CT and study I), but it was still lower than that of lean group (p<0.0001). The insulin stimulated glucose oxidation was lower in the obese group compared to lean and improved slightly after weight loss but it was still lower than that of the former group. The non oxidative glucose disposal was reduced in the obese group and after weight loss it improved significantly reaching levels similar to those of the lean group. Fasting protein oxidation and suppression of protein oxidation by insulin infusion were similar between lean and obese and they were not influenced significantly after weight reduction. The higher fasting lipid oxidation in obese did not change by weight reduction. The insulin infusion did not suppress the lipid oxidation in the first study, but after weight reduction a slight suppression, similar to that of the control group was observed. Insulin infusion under euglycemic conditions at steady state inhibited its own secretion in lean subjects but this insulin action was blunted in the obese group. After weight loss, inhibition of its own secretion was completely reversed to values very similar to those observed in lean controls (about 40% relative to fasting values). In summary, the rapid weight loss in obese class III, after surgery, induced a normalization of the insulin secretion and only an improvement of the insulin sensitivity, almost entirely dependent of glucose storage. The high lipid oxidation did not change with weight loss. The changes in insulin secretion and sensitivity induced by weight loss displayed different degrees and time courses / Doutorado / Clinica Medica / Doutor em Clínica Médica
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/309119 |
Date | 12 November 2002 |
Creators | Pereira, Juliano Alves, 1971- |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Berardi, Elza Olga Ana Muscelli, 1954-, Ferreira, Sandra Roberta Gouvea, Foss, Milton Cesar, Velloso, Licio Augusto, Chaim, Elintom Adami |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 131 p., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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