SILVA, Francisca Luciana Sousa da. De exílio em exílio: um diálogo entre Eurípides e Clara de Góes na peça Medea en Promenade. 2015. 166f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-08-05T16:39:01Z
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Previous issue date: 2015 / This dissertation analyzes the unpublished text by Clara de Góes, Medea en Promenade (2012),
based on the homonymous tragedy of Euripides' Medea (431 BC). The target text narrates the
meeting of Glauce, (the young one), Medea (the woman) and the love of Medea (the old one),
three women "in a sort of desert outside of time and space" according to the words of the author.
Punctuating the speech of these women, the voice of Corifeu is perceived, often in the dark. Thus, we propose a critical reflection, turning our gaze to the protagonists of this poetic work, whose speeches are characterized by the following questions: "What is my place in exile? Do I belong to the exile ? "Such questions reinforce a longstanding demand of women, not only in Athens, but in many other places, especially the foreign ones. In order to understand these banks and the reason why there are so many crossings, many of them forced, we choose exile as a theme, considering it a object of interest not only of the Classics, but also of the cultural studies, for example. Our aim is to show, comparatively,
how the so called "dialogue" between Euripides and Clara Garcia is constructed, trying also to discover
another reading for the Medea myth, parallel or beyond the metaphor itself, concerning especially the heroin journeys. As pointed out by Jan Felix Gaertner, one of the authors that support our research, exile "has been one of the most productive literary themes in the literature of the twentieth century" (2007, p.
1) and has become a central theme in postcolonial literature or in association with another
themes related to distance, separation, displacement, detachment and diaspora. Our hypothesis is to recognize the exile as a device, as Agamben would define (2009) – a key technical term in Foucault's thinking strategy, - not only a political device but also an existential one. All of this analysis, according to
Medea, of Euripides, who immortalized her as an infanticide, but not without questioning her status as a foreign woman. In order to study this condition, we support ourselves especially in the works of Pierre Vidal - Naquet (1999) and Vernant (2009), Queiroz (1998) and Jasinski (2012). The following studies don’t seem to contradict our hypothesis, given their hybridization aspect: Sara Forsdyke (2005) and Gayatri C. Spivak (2014). The theoretical syllabus about the theater - from Greek tragedy to the contemporary scene – is based on the following works: Albin Lesky, Jacqueline Rommily, Marie - Claude Hubert and Patrice Pavis (2011). / A presente dissertação analisa o texto de Clara de Góes, Medea en Promenade (2012), a partir da tragédia homônima de Eurípedes, Medeia, (431 a.C.). O texto de chegada narra o encontro de Glauce, (Jovem), Medeia (Mulher) e a ama de Medeia (Velha), três mulheres “em uma espécie de deserto fora do tempo e do espaço”, nas palavras da autora. Pontuando a fala dessas mulheres, ouvimos a voz do Corifeu, quase sempre à penumbra. Propomos, assim, uma reflexão crítica, voltando nosso olhar para as protagonistas dessas poéticas, cujas falas são marcadas por questionamentos: “Qual meu lugar no exílio? Seria o exílio meu lugar?” Tais perguntas reforçam uma antiga reivindicação das mulheres, não só de Atenas, mas de muitos outros lugares, especialmente as estrangeiras. Foi buscando entender essas margens e o porquê de tantas travessias, muitas delas forçadas, que elegemos o tema do exílio, haja vista constituir objeto de interesse não só dos Estudos Clássicos, mas também dos Estudos Culturais, por exemplo. Nosso intuito é mostrar como ocorre o que ora chamamos “diálogo” entre Eurípides e Clara de Góes, numa perspectiva comparada, buscando imprimir outra leitura para o mito de Medeia, paralela ou além da metáfora, especialmente voltada para os constantes deslocamentos da heroína. Como salienta Jan Felix Gaertner, um dos autores que fundamentam nossa pesquisa, o exílio “tem sido um dos temas literários mais produtivos em literatura do século XX” (2007, p. 1) e tornou-se um tema central na literatura pós-colonial em associação a temas relacionados a distância, separação, deslocamento, desprendimento e diáspora. Nossa hipótese é reconhecer ou ler o exílio como dispositivo, conforme Agamben (2009) – termo técnico decisivo na estratégia do pensamento de Foucault, do qual foi tomado de “empréstimo” – não só político, mas também existencial, a partir da Medeia, de Eurípides, que a imortalizou como infanticida, não sem antes problematizar seu status de mulher estrangeira. A respeito dessa condição, apoiamo-nos, especialmente, em Pierre Vidal-Naquet (1999) e Vernant (2009), Queiroz (1998) e Jasinski (2012). A fim de confirmar, em parte, nossa hipótese, dado o hibridismo da análise, apoiamo-nos em Sara Forsdyke (2005) e Gayatri C. Spivak (2014). Como aporte teórico do teatro – da tragédia grega à cena contemporânea –, Albin Lesky (2010), Jacqueline de Romilly (2013), Marie-Claude Hubert (2013) e Patrice Pavis (2011).
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/18955 |
Date | January 2015 |
Creators | Silva, Francisca Luciana Sousa da |
Contributors | Araújo, Orlando Luiz de |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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