Nos estudos sobre as cidades islâmicas, poucos são os que tratam dos edifícios que pertencem a outros grupos confessionais que não o dos muçulmanos, no sentido de analisá-los como agentes na evolução da configuração urbana das cidades que estiveram sob governo islâmico. Os estudos existentes sobre esses edifícios seguem sempre uma orientação em analisá-los dentro de seus próprios elementos, ou seja, um edifício cristão ou judaico dentro do seu próprio contexto que é o de servir a sua própria comunidade confessional. A tese mostra que a sinagoga é um elemento que também constrói e participa da dinâmica da cidade, e seu estudo auxilia tanto na compreensão da urbe árabe-islâmica, como também no entendimento da dinâmica da sociedade entre os séculos X-XIII. Ao analisar a Sinagoga de Ben Ezrá localizada no Cairo portanto no contexto da cidade islâmica e não apenas sob seus aspectos estéticos ou estilísticos, busca entender como o edifício dialoga com a cidade no sentido da construção de suas territorialidades. E também, no sentido inverso: como a cidade e um tipo de linguagem islâmica dialogam com o edifício judaico. A grande extensão geográfica conquistada pelo Islã produziu uma multiplicidade de formas e empréstimos e, ao mesmo tempo, devido à facilidade de ir e vir das pessoas e as novas conquistas, forjou-se uma certa unificação na linguagem. As trocas e as assimilações não só foram e são inevitáveis, como fazem parte das relações e convívio entre os grupos em qualquer momento. A Sinagoga de Ben Ezrá foi desde a sua fundação, um elemento organizador do espaço urbano ao seu redor, organizador da distribuição dos habitantes ligados à comunidade judaica, não apenas da comunidade rabínica da palestina mas das outras comunidades judaicas babilônica e caraíta, entre os séculos X ao XIII. E desempenhou um papel de articulador de multiterritorialidades. Esta análise vem ampliar o conhecimento acerca desse edifício, e principalmente, das relações entre as comunidades judaica, islâmica e cristã entre a conquista fatímida do Egito (969 E.C.) e o fim da dinastia aiúbida (1254 E.C.) / In studies of Islamic cities, there are few that deal with buildings that belong to other faith groups other than Muslims, in the sense of analyzing them as agents in the evolution of the urban configuration of the cities that were under Islamic government. The existing studies about these buildings always follows the line of analyzing them inside their own elements, in other words, a Christian or Jewish building within their own context, which is to serve its own confessional community. The thesis shows that the synagogue is an element that also builds and participates in the dynamics of the city, and its study helps both in the comprehension of the Arab-Islamic metropolis, but also in understanding the dynamics of society between the X-XIII centuries. By analyzing the Ben Ezra Synagogue in Cairo, located just in the context of the Islamic city, not only in its aesthetics or stylistic aspects, aims to understand how the building dialogues with the city in the sense of the construction of its territorialities. And also, in reverse: how the city and a kind of Islamic language dialogue with the Jewish building. The big geographic extension conquered by the Islam produced a multiplicity of forms and loans and, at the same time, due to the facility of coming and going of the people and the new conquests forged a certain unification in the language. The exchanges and the assimilations not only were and are inevitable, as they are part of the relations and living together among the groups at any time. The Ben Ezrá Synagogue was since its foundation, an organizing element of the urban space around, organizer of the distribution of the inhabitants linked to the jewish community not only the rabbinic of Palestine but for others jewish communities babylonic and Karaite, between the X-XIII centuries. And it played a role of articulator of multiterritorialities. This analysis comes to enlarge the knowledge about this building, and mainly, of the relations among the communities Judaic, Islamic and Christian - between the Fatimid conquest of the Egypt (969 e.C.) and the end of the Ayyubid dynasty (1254 E.C)
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08102014-182152 |
Date | 12 May 2014 |
Creators | Lygia Ferreira Rocco |
Contributors | Moacir Aparecido Amâncio, Anat Falbel, Mamede Mustafa Jarouche, Olgaria Chain Feres Matos, Andrea Piccini |
Publisher | Universidade de São Paulo, Estudos Judaicos e Árabes, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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