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A naturalização dos fenômenos sobrenaturais e a construção do cérebro possuído: um estudo da medicalizaão do transe e da possessão no século XIX / The naturalization of supernatural phenomena and brain building "owned": a study of the medicalization of trance and possession in the XIX century

Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Este trabalho procura discutir o modo como os fenômenos sobrenaturais foram apropriados, pela ciência, no século XIX. A teoria do magnetismo animal, criada por Mesmer, com suas variadas interpretações por várias gerações de discípulos; a construção da teoria da hipnose, com a codificação da histeria abrindo definitivamente as portas das censuras acadêmicas; e a teoria da dissociação, criada no final daquele século, demonstram diferentes explicações fisicalistas que, muitas vezes, serviram para estabelecer distâncias entre um saber popular e o conhecimento de elites profissionais. A construção do cérebro possuído, no século XIX, apoiada na nosologia da histeria, codificada pela Escola de Salpêtrière, refletiu uma importante transformação social da época, em um processo de laicização da assistência pública, fundamental para a afirmação da psiquiatria como disciplina nascente. Atualmente, a codificação de fenômenos complexos, como transe e possessão espiritual que povoam a imaginação ou a superstição popular, ganha o estatuto de entidade nosológica, a partir das classificações diagnósticas oficiais da psiquiatria hegemônica. O cérebro será quase sempre a referência utilizada na esperança de naturalização do sobrenatural. / This study discusses the way supernatural phenomena were enfolded by science in nineteenth century. The theory of magnetism, created by Mesmer, and its different interpretations by generations of disciples; the theory of hypnosis with hysteria codification, opening the academic censure; and the dissociation theory, created at the end of the nineteenth century, had demonstrated different efforts of finding physicals explanations, which served, in most cases, to establish distances between folk knowledge and elites of professional knowledge. The construction of the possessed brain, in nineteenth century, based on the hysteria nosology of Salpêtrière School, reflected an important social transformation, at that time, in a laicization process of public assistance, and an affirmation of psychiatry as a nascent discipline. Nowadays, the codification of complex mental states as trance, spiritual possession, which inhabit superstitious and popular imagination, receive a nosologic entity status from official diagnostic classification in psychiatry. Brain is mostly the reference used in the hope of supernatural naturalization.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:3175
Date20 February 2008
CreatorsValéria Portugal Gonçalves
ContributorsFrancisco Javier Guerrero Ortega, Benilton Carlos Bezerra Júnior, Jane Araujo Russo, Flávio Coelho Edler
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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