Return to search

Descartes e a morte de Deus

Made available in DSpace on 2016-04-27T17:27:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Joceval Andrade Bitencourt.pdf: 1579792 bytes, checksum: a602123443c5882e684536beb6b983df (MD5)
Previous issue date: 2008-05-14 / The present work attempts to show the possibilities and limits of the cartesian
metaphysics. It has as its main aim, but not the only one, to investigate the
possibility of assining to the philosophy of Descartes the posture through which
the death of God is inaugurated in western culture. The final result, either in
science or in cartesian metaphysics, is the assertion of man as the centre around
which all knowledge has to gravitate, knowledge that has in natural reason s
authonomy its original cause. The cogito affirming, through the fundaments of
the method inspired by mathematical laws, the first truth, subordinates all the
other truthes, either about God or about the world, to this first one. Descartes
has excluded God from his science. This last one proceeds, notwithstanding
any instances external to natural reason s order. If there is a God in cartesian
metaohysics, it is not possible to identify him to the Christian God, transcedent
8
mistery, who reveals himself to man, who receives him in faith. The cartesian
methaphysics God is only a logical principle, a rational fundament, required
by the rules of the method, to which he is subordinated. Thus, the God whom
Descartes presents to the world through his metaphysics, is already not the God
of religion; he is, according to Pascal s expression, the God of the wise and of
the philosophers. The death of God appears, them, as a direct consequence of
man s affirmation; legitimating reference of all true konowledge, mainly that
which claims to present it self as science. It would be in cartesian metaphysics,
in ist own structuration, even if this was not Descartes own explicit intention,
that, for the first time, the death of God happened in western philosophical
thought / O presente trabalho buscou mostrar as possibilidades e os limites da metafísica
cartesiana, tendo como alvo principal, mas não único, investigar se é possível
creditar à filosofia de Descartes a postura através da qual se inaugura na cultura
ocidental a "morte de Deus". O resultado final, seja da ciência, seja da
metafísica cartesiana, é a afirmação do homem como centro em torno do qual
deve gravitar todo conhecimento, que tem na autonomia da razão natural sua
causa originária. O cogito ao afirmar, através dos fundamentos do método
inspirado nas leis da matemática, a primeira verdade, subordina todas as
outras, quer sobre Deus, quer sobre o mundo, a essa primeira verdade.
Descartes excluiu Deus de sua ciência; essa se processa à revelia de
qualquer instância exterior à ordem da razão natural. Se há um Deus na
metafísica cartesiana, não é possível identificá-lo com o Deus cristão: mistério
transcendente, que se revela e se dá a conhecer ao homem que o acolhe na fé. O
Deus da metafísica cartesiana é tão somente um princípio lógico, um fundamento
racional, requerido pelas normas do método, ao qual encontra-se
subordinado. Assim, o Deus que Descartes apresenta ao mundo, através de sua
metafísica, já não é o Deus da religião; é, segundo a expressão de Pascal, o
Deus dos sábios e dos filósofos. A morte de Deus se apresenta então como uma
conseqüência direta da afirmação do homem, referência legitimadora de todo
conhecimento verdadeiro, principalmente daquele que busca apresentar-se
7
como ciência. Deste modo, a morte de Deus estaria diretamente vinculada à
filosofia de Descartes. Teria sido na metafísica cartesiana, em sua própria
estruturação, que, mesmo não sendo essa a intenção explícita de Descartes, a
morte de Deus teve lugar pela primeira vez na história do pensamento
filosófico ocidental

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/11771
Date14 May 2008
CreatorsBitencourt, Joceval Andrade
ContributorsNascimento, Carlos Arthur Ribeiro do
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia, PUC-SP, BR, Filosofia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0023 seconds