O melasma é uma hipermelanose adquirida que incide, predominantemente, na face e em mulheres. Pode estar associado à gravidez e ao uso de anticoncepcionais orais, porém a maior parte dos casos é de etiologia desconhecida, e todos são exacerbados pela exposição às radiações solares. Pelos níveis de concentração de melanina à histopatologia, os melasmas têm sido classificados em epidérmicos mistos e dérmicos e, pela topografia de suas lesões, em centrais e periféricos. OBJETIVOS A partir de uma série histórica de melasmas em mulheres, selecionados no arquivo do Setor de Anatomia Patológica do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, desenhou-se um estudo transversal, com o objetivo de distribuí-los, pela quantidade dos depósitos dérmicos de melanina, propondo um método quantitativo para classificá-los. MATERIAL E MÉTODO Os dados de 50 casos de mulheres portadoras de melasma, clinica e histopatologicamente comprovados foram analisados quanto às variáveis: idade; cor da pele; tempo de evolução do melasma; idade de ocorrência da menarca; número de gestações concebidas e a termo; irregularidade dos ciclos menstruais; uso de contraceptivos orais; fator causal atribuível, e as classificações topográfica e sob a lâmpada de Wood, comparando-as com a classificação histopatológica e pela quantidade de melanina na derme (ICDM). RESULTADOS Pela classificação histopatológica foram observados 58% de melasmas epidérmicos, 24% de mistos e 18% de dérmicos; pela topografia, 82% eram centrais; à lâmpada de Wood, 60% correspondeu aos epidérmicos, 20% aos mistos e 20% aos dérmicos. A distribuição dos casos pelo ICDM mostrou comportamento unicaudal, com discreta tendência bimodal. Ao comparar os tipos de melasma, classificados pela histopatologia, foi observada diferença apenas quanto ao uso de anticoncepcionais orais que foi mais freqüente entre os melasmas dérmicos. Foi identificada correlação moderada entre a idade e o ICDM e entre o número de gestações e o ICDM. Há uma forte correlação positiva entre o ICDM e a classificação histopatológica (rSpearman = 0,571; P = 0,000) e foi demonstrado que nem a classificação histopatológica ( 2 = 3,9 , P = 0,46; rSpearman= 0,001 , P = 0,99), nem a distribuição pelo ICDM (ANOVA (F) = 0,6, P =0,57; rSpearman = 0,02 , P = 0,93) estão correlacionados com a classificação pela lâmpada de Wood. CONCLUSÕES É possível a determinação, em casos de melasmas femininos, de um índice que traduza a quantidade e o tamanho dos depósitos de melanina na derme que, neste estudo, foi denominado índice de concentração dérmica de melanina (ICDM). Essa distribuição, por ser quantitativa, apresenta melhor desempenho para correlacionar os tipos de melasma. Não há correlação entre a classificação pela lâmpada de Wood com as classificações histopatológica e pelo ICDM, mostrando que seus resultados são aleatórios.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/150089 |
Date | January 2005 |
Creators | Ponzio, Humberto Antonio Salomon |
Contributors | Rivitti, Evandro A. |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0025 seconds