O câncer de cérvice uterina é um problema de saúde pública na maioria dos países em desenvolvimento e também nos países desenvolvidos. Não só porque acomete mulheres relativamente jovens mas também porque seria prevenível caso um programa de rastreamento fosse factível de ser implantado em grande escala. Hoje se conhece muito sobre a patogênese deste câncer e de suas lesões precursoras. É reconhecido, por exemplo, que a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é imprescindível neste processo. Porém a grande maioria das mulheres infectadas por este vírus não evolui para câncer. Fatores associados, cofatores, são importantes tanto na resposta ao agente infeccioso, na persistência da infecção, quanto na evolução de lesões precursoras para lesões invasivas. Alguns destes co-fatores já são conhecidos, fumo, alta paridade, uso de anticoncepcional oral por um longo período, co-infecção pelo HIV. Outros estão sendo investigados. Um dos fatores menos estudados são as características do hospedeiro e sua capacidade de resposta à infecção e ao processo de malignização. História familiar traduz características genéticas, ambientais e culturais de um indivíduo. História familiar de câncer é fator de risco em maior ou menor intensidade para a maioria dos cânceres. Porém, este co-fator tem sido pouco estudado em relação ao câncer de cérvice. O objetivo desta tese é examinar a associação entre história familiar de câncer e risco para câncer de cérvice. Apesar de alguns estudos de base populacional e outros em amostras hospitalares terem sido feitos, nenhuma sistematização das publicações disponíveis foi ainda feita. Uma revisão dos artigos que analisavam esta associação foi feita e confirmou um excesso de risco aproximadamente duas vezes maior entre as mulheres que tem história familiar de câncer de cérvice entre parentes de primeiro grau. Além disso, foi feita a análise de dois bancos de dados, um caso-controle na região leste dos Estados Unidos e um estudo transversal em uma região da Costa Rica. Nos dois estudos, foi evidenciada uma associação positiva de história de câncer de cervice em familiares de primeiro grau e risco para câncer de cérvice. Com isso, conclui-se que história familiar de câncer é um co-fator para câncer de cérvice uterina. / Cervical cancer is an important public health problem not only in most developing countries but also in industrialized ones. That is so not only because it is common among relatively young women but also because it could be prevented should screening programs be implemented in large scales. Nowadays, much is known about the pathogenesis of this cancer and its precancerous lesions. It is known that infection of the human papillovirus (HPV) virtually occurs in all cases. However, the majority of women infected by this virus do not develop cancer. Thus, related factors, co-factors, are very important in relation to the response to the infectious agent, to the persistence of the infection, and to the progression of precancerous lesions into invasive lesions. Some of these co-factors are well known; smoking, high parity, use of oral contraceptive for long periods, and co-infection with HIV. Other co-factors are being investigated. One of the factors least studied is the feature of the host and its capacity to respond to the infection and malignancy. Family history conveys the genetic, environmental and cultural characteristics of the individual. Family history of cancer is a greater or smaller risk factor in almost all cases of cancer. However, this co-factor has not been thoroughly studied as regarding cervix cancer. The objective of this thesis is to examine the association between family history of cancer and cervix cancer risk. Although some population-based studies as well as others - some with hospital samples – have been carried out, there is no systematic review of such studies. A systematic review of the 20 articles that analyzed this association was performed and it confirmed excess in risk, approximately two fold, among women with relatives of first degree with family history of cervix cancer. Furthermore, the analysis of two data bases, one case-control study in the east of the USA and a cross-sectional study in a region of Costa Rica. In both studies there was a positive association of history of cancer in first-degree relatives and risk for cervix cancer. Hence, this study concludes that cancer family history is a co-factor for uterine cervix cancer.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/28526 |
Date | January 2009 |
Creators | Zelmanowicz, Alice de Medeiros |
Contributors | Schmidt, Maria Inês, Hildesheim, Allan |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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