Submitted by Pedro Barros (pedro.silvabarros@ufpe.br) on 2018-07-04T21:49:12Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5)
TESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdf: 48598843 bytes, checksum: a5144b0ca22dbff773e8bd7c797281f3 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-04T21:49:12Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5)
TESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdf: 48598843 bytes, checksum: a5144b0ca22dbff773e8bd7c797281f3 (MD5)
Previous issue date: 2017-03-15 / CNPQ / Desde a eclosão da reforma psiquiátrica até hoje, observamos, na mídia, uma atribuição de diversos nomes para variadas “doenças mentais”, a invenção de outras e uma medicalização da vida que é cada vez mais exibida. Ora, as palavras revelam muito daquele que diz. Desse modo, esta tese tem por objetivo estudar a construção discursiva da/sobre a loucura na e pela mídia, a partir da análise da circulação de nominações que dizem o sujeito louco, doente, em surto, com transtorno. Para isso, partimos de três hipóteses: i) a circulação de uma variedade de nominações da psicopatologia na mídia não implica um rompimento com os pontos de vista dominantes de outrora sobre a “doença mental”; ii) a circulação das nominações revela um embate entre vozes sociais e pontos de vista; iii) a circulação das nominações psicopatológicas na mídia constroem dialogicamente múltiplos sentidos, podendo haver pontos em comum na leitura. Tal estudo teve por base a triangulação do corpus a partir de três questões, referentes a três esferas discursivas tomadas pela mídia para noticiar acontecimentos: a da política, a do cotidiano (policial) e a da saúde. As questões que nos guiaram foram: i) como se constroem e se defendem diferentes pontos de vista sobre a loucura na mídia, a partir do contexto da reforma psiquiátrica?; ii) como é representado discursivamente o sujeito ora nominado como louco, doente mental, em surto, com algum transtorno, distúrbio, criminoso?; iii) como a circulação das nominações da esfera psicopatológica na mídia representa discursivamente os sujeitos? Cada questionamento busca investigar a construção discursiva sobre a chamada loucura e/ou doença mental em diversos acontecimentos por meio das noções: nominação, vozes e pontos de vista. O corpus foi, assim, recortado a partir dessas esferas discursivas, pois os discursos produzidos em torno da loucura/doença parecem circular nelas com mais frequência. Para fundamentação teórica, retomamos estudos de Bakhtin (1993b, 2015) e Volochínov (1926, 1930) sobre a linguagem, de Siblot (1998, 2007) e Moirand (2007a, 2009a) sobre o ato de nominar, de Bakhtin (2005) e Authier-Revuz (2004b, 2007) sobre as vozes, de Bakhtin (2003c) e François (2012a, 2012b) sobre o ponto de vista, de Foucault (1979c, 2010c, 2012b) sobre a loucura e as relações de poder, de Lacan (1985, 1998b) sobre o desejo e o gozo, entre outros. Além de nominação, vozes e ponto de vista, as noções de memória (BAKHTIN, 2003c; PÊCHEUX, 1999), representação do discurso outro (AUTHIER-REVUZ, 2015), entre outras, foram retomadas, uma vez que o ato de dar nome leva-nos a investigar sobre os sentidos construídos e as práticas discursivas representadas. Dentre alguns resultados, observamos que o uso de determinadas palavras, como distúrbio ou transtorno ao invés de loucura e doença mental, pode interferir na forma que os sujeitos recebem os objetos do discurso; a convocação de vozes, como a da polícia, para falar sobre crimes, se dá num processo de hibridização com a da psiquiatria; o ponto de vista é dinâmico, sua construção ocorre ao longo do tempo e espaço, e ele não é representado necessariamente num único direcionamento valorativo. / From the outbreak of the psychiatric reform to the present, we have seen in the media an assignment of several names for various “mental illness”, the invention of others and a medicalization of life that is increasingly exhibited. The words reveal a lot of the one who says them. Thus, this doctoral dissertation aims to study the discursive construction of/on madness in and by the media, from the analysis of the circulation of names that categorize this subject as mad, mentally ill, in outbreak, with some disorder. For this, we started from three hypotheses: i) the circulation of a variety of psychopathology names in the media does not imply a rupture with the once dominant points of view on the “mental illness”; ii) the circulation of names reveals a conflict between social voices and points of view; iii) the circulation of psychopathology names in the media construct multiple meanings dialogically, and there may be points in common in the reading. This study was based on a corpus triangulation from three questions, which refer to three discursive spheres taken by the media to report events: politics, daily news (crime) and health. The questions that guided us were: i) How are different points of view constructed and defended about madness in the media from the context of the psychiatric reform? ii) How is the subject discursively represented as mad, mentally ill, in outbreak, with some disorder, disturbed and criminal? iii) How does the circulation of the psychopathological names discursively represent the subjects in the media? Each question seeks to investigate the discursive construction of the so-called madness and/or mental illness in various events through the notions: names, social voices and points of view. The corpus was thus taken from these discursive spheres, since the discourses produced around madness/mental illness seem to circulate there more often. As theoretical foundation, we based on studies of language by Bakhtin (1993b, 2015) and Volochínov (1926, 1930), of the act of naming by Siblot (1998, 2007) and Moirand (2007a, 2009a), of voices by Bakhtin (2005) and Authier-Revuz (2004b, 2007), of points of view by Bakhtin (2003c) and François (2012a, 2012b), of madness and power relations by Foucault (1979c, 2010c, 2012b), and of desire and jouissance by Lacan (1985, 1998b). In addition of the act of naming, social voices and points of view, memory (BAKHTIN, 2003c; PÊCHEUX, 1999), representation of the discourse of the other (AUTHIER-REVUZ, 2015), among others, have been resumed, since to name something leads us to investigate the constructed meanings and the discursive practices represented. Among the results, we observed that the use of certain words, such as disorder or disturbance instead of madness and mental illness, may interfere in the way subjects receive the objects of the discourse; the social voices evoked to talk about crimes, such as the police’s, takes place in a process of hybridization with the psychiatry; the point of view is dynamic, its construction takes place over time and space, and it is not necessarily represented in a single evaluative direction.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/24983 |
Date | 15 March 2017 |
Creators | CORDEIRO, Rafaela Queiroz Ferreira |
Contributors | http://lattes.cnpq.br/0061348175883853, CUNHA, Dóris de Arruda Carneiro da |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Letras, UFPE, Brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.2189 seconds