Sabe-se que as diferentes respostas metabólicas advindas da realização de um exercício físico são influenciadas por fatores como idade, gênero, estado nutricional, assim como pelas próprias variáveis do exercício físico, em especial a intensidade e duração. Embora estas últimas variáveis sejam bastante estudadas, há uma lacuna na literatura sobre o comportamento do consumo de oxigênio (\'VO IND.2\'), gasto energético e lactacidemia quando diferentes exercícios são realizados na intensidade do limiar anaeróbio (AT). Além disso, não há relatos sobre uma possível fase estável do lactato em exercício resistido. Desta forma, a proposta deste estudo foi primeiramente verificar a possibilidade de identificação do AT em oito exercícios resistidos e posteriormente analisar o \'VO IND.2\', gasto energético e lactacidemia durante e após os exercícios em esteira, circuito, circuito/esteira e esteira/circuito, ambos realizados na intensidade do AT e com similar duração de execução de movimento. Para tanto, foram avaliados oito indivíduos do gênero feminino, saudáveis e fisicamente ativas, submetidas aos testes de determinação de uma repetição máxima (1RM), identificação do AT em oito exercícios resistidos, identificação do AT no exercício em esteira e realização dos protocolos de exercícios em esteira, circuito, circuito/esteira e esteira/circuito. Os resultados demonstraram a possibilidade de identificação do AT em todos os exercícios propostos. Durante o exercício, as variáveis metabólicas (\'VO IND.2\' e gasto energético) no exercício em esteira foram significativamente maiores quando comparadas aos exercícios em circuito, circuito/esteira e esteira/circuito. Nenhuma diferença significante foi constatada entre os protocolos circuito/esteira e esteira/circuito, para ambas as variáveis mencionadas. Já o exercício em circuito mostrou ser estatisticamente menor que os demais protocolos. No componente rápido do excess postexercise oxygen consumption (EPOC), o \'VO IND.2\' e gasto energético no exercício em esteira foram significativamente diferentes dos exercícios em circuito e em esteira/circuito. O exercício em circuito mostrou ser estatisticamente diferente do circuito/esteira, assim como também foi verificada uma diferença entre os protocolos mistos, para \'VO IND.2\' e gasto energético (p < 0,05). A duração e magnitude do \'VO IND.2\' no componente lento do EPOC não foram estatisticamente diferentes entre os protocolos, porém uma diferença foi constatada (p < 0,05) na magnitude da produção calórica entre os protocolos esteira e esteira/circuito, neste mesmo período de tempo. Nossos resultados não encontraram nenhuma diferença na duração total do EPOC entre os protocolos estudados. Ao computar o gasto energético total da sessão, somente o exercício em circuito apresentou um dispêndio significativamente maior em relação às calorias dispendidas apenas durante a realização deste exercício. Em relação à lactacidemia, foi possível identificar uma fase estável do lactato nos exercícios em esteira e em circuito. Conclusões: a realização de diferentes tipos de exercício exerce influência sobre o \'VO IND.2\' e gasto energético durante e após o exercício, ao passo que a ordem de execução dos mesmos em uma única sessão, para essas mesmas respostas metabólicas, só é influenciada no período pós-exercício. A duração total do EPOC independe da realização de diferentes tipos de exercícios, assim como da ordem de execução. Além disso, há a existência de uma fase estável do lactato em exercício resistido, quando realizado em forma de circuito. / It\'s known that differents metabolic responses that come from the practice of physical exercises are influenced by factors, such as age, gender, nutritional condition, as well as by their own exercise variable, in especially the intensity and duration. Although the latter variables are well studied, there is a gap in the literature about the behavior of oxygen consumption (\'VO IND.2\'), the energy expenditure and \"lactacidemia\" when different exercises are performed in the intensity of the anaerobic threshold (AT). In addition, there is no account about a possible stable phase of the lactate in a resistance exercise. This way, the proposal of this study was first to verify the possibility of identification of the AT in eight resistance exercises and then to analyze the \'VO IND.2\', the energy expenditure and the \"lactacidemia\" during and after the exercises at a treadmill, at a circuit, at a circuit/treadmill and at a treadmill/circuit, all done in the intensity of the AT and with similar duration of the movement execution. For this, eight female participants, healthy and physically active, were evaluated, submitted to tests of determination of a maximum repetition (1RM), identification of the AT in eight resistance exercises, identification of the AT in a treadmill exercise and the development of the protocols of exercise at a treadmill, at a circuit, at a circuit/treadmill and at a treadmill/circuit. The results demonstrated the possibility of identification of AT in all exercises. During exercise, the metabolic variables (\'VO IND.2\' and energy expenditure) in the exercise at the treadmill were significantly higher when compared to the exercises in circuit, circuit/treadmill and treadmill/circuit. No significant differences were found between the protocols circuit/treadmill and treadmill/circuit, for both variables mentioned. When it concerns the exercise in the circuit, it showed to be statistically lower than the other protocols. In the fast component of the excess postexercise oxygen consumption (EPOC), the \'VO IND.2\' and the energy expenditure at the treadmill exercise were significantly different when compared to the exercises at the circuit and at the treadmill/circuit. The exercise at the circuit was statistically different from the circuit/treadmill, and it was also verified a difference between the mixed protocols for the \'VO IND.2\' and the energy expenditure (p < 0,05). The duration and the magnitude of the \'VO IND.2\' in the slow component of the EPOC were not statistically different between the protocols, but there was a difference (p < 0,05) in the magnitude of the calorific production between the treadmill and the treadmill/circuit protocols. Our results didn\'t find any difference in the total duration of the EPOC in the protocols analyzed. When determining the total energy expenditure of the session, only the exercise at the circuit showed a significantly bigger energy expenditure in comparison with the expended calories just during the exercise. Concerning the \"lactacidemia\", it was possible to identify a stable phase of the lactate in the exercises at the treadmill and at the circuit. Conclusions: the performance of different types of exercise influences the \'VO IND.2\' and the energy expenditure during and after the exercise, while the order of the exercise practice in a single session, concerning the same metabolic answers, is just influenced in the period after the exercise. However, the total duration of the EPOC has nothing to do with the development of the different kinds of exercise, nor with the practice order. Besides, there is existence of a stable phase of the lactate in the resistance exercise, when performed in circuit.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-09062010-101703 |
Date | 05 October 2009 |
Creators | Tatienne Neder Figueira da Costa |
Contributors | Vilmar Baldissera, Vanessa Fernandes Coutinho, Herbert Gustavo Simões |
Publisher | Universidade de São Paulo, Bioengenharia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0025 seconds